A ÁRVORE
Naquele vale solitário, a árvore
tão só e despida, assim são os meus versos
decifráveis nus hirtos como mármore
como o silêncio no azul do universo…
Sempre que na noite cai névoa impura
toda ela ergue os seus ramos ao céu
sumptuosa e imortal na terra secura
dorme com manto de água, ao léu.
Gotas pendentes em teias de aranha
são estrelas a brilhar ao luar
breve e clara vai romper a manhã...
E na saudade da sua folhagem
A primavera faz-se anunciar
Chega a brisa cálida em leve aragem...