FERNANDO PESSOA


Imagem- Fernando Pessoa de Instituto Fernando Pessia



HOMENAGEM AO POETA FERNANDO PESSOA



Fernando António Nogueira Pessoa – Lisboa, 13 de Junho de 1888 - Lisboa, 30 de Novembro de 1935. Fernando Pessoa, poeta, filósofo e escritor português. É considerado um dos maiores Poetas da Língua Portuguesa, e da Literatura Universal, muitas vezes comparado com Luís de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou a sua obra um "legado da língua portuguesa ao mundo".


“Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, Não há nada mais simples. Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte. Entre uma e outra todos os dias são meus.”


Fernando Pessoa/Alberto Caeiro; Poemas Inconjuntos; escrito entre 1913-15; publicado em Atena nº 5 de Fevereiro de 1925.



"A vida é para nós o que concebemos dela. Para o rústico cujo campo lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe ainda é pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império; o grande possui um campo. Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias sensações; nelas, pois, que não no que elas vêem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida." 

© Fernando Pessoa


*****

PESSOA 

[poema de RÓ MAR]


Pessoa de múltiplas almas
E coração divino
A ti louvo o hino,
Poeta de Portugal.

Nos dias que vivestes
Todos teus foram,
Nos dias que sobejaram
Todos nossos são
Poeta da humanidade.

Tua vasta sabedoria
E tanta outra filosofia
Em múltiplas almas desdobraste
Pela natureza que amaste,
Como ninguém.

Hoje, ouso dizer
Que o teu aniversário
É o planetário
De verdades e quão sonhos
Que no mundo é ser.

Não sei muito de letras
E filosofias tenho as minhas,
Mas em ti vejo um mundo
Que vale a pena, não pelo que é,
Mas pelo que vale, e, quanto vale Mestre.

Nada sei, mas sei
Que és o nobre e único magistrado Poeta
Que sempre amei.

Na tua natureza,
A flor é flor,
A borboleta é borboleta,
E nada mais, só a cor das asas,
Ou das pétalas, a vida aos sonhos
Que em ti são poesia.

Poesia que se sente de coração,
Que se vive na alma,
Que se ama acima de ninguém,
Teus versos são a nação.

Em todos os teus escritos
Vejo um mundo além,
Que é só teu, e, quão universal é,
É a razão de tantos, a existência
De alguns e o pensamento de muitos.

Não sei palavras Mestre
Sei emoções, e quantas
De te ler, o que não ouso escrever,
Pois tão sábias são, que nem sei
Como descrever.

Sei que és o mor magistrado Poeta,
O Mestre, o meu hino,
Que louvo na mais terna glória
Escrevendo umas linhas
Poucas, um sentir quão te amo.

Hoje tenho de presente
Umas violetas
Símbolo do meu amor,
Flor tão simples, mas vasta beleza,
Azul tal as almas
Que em ti são borboletas.

Pessoa o é e será em todo
O sentido lacto da palavra,
“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”
E com ela nasce
O grande Poeta,
O Poeta da humanidade.

© RÓ MAR