sábado, 23 de maio de 2015

AQUI… AS PALAVRAS SÃO


 

AQUI… AS PALAVRAS SÃO…

AINDA ASSIM AS SEI AMAR


As palavras são tantas que nem sei contar…
Passeiam-se por aqui… umas à sombra outras ao sol.
São tantas letras que vivem aqui…umas ao vento
E entre a chuva… há as de frio e as de sol.

Os dias aqui… são pequenos e também grandes…
Passeiam-se pelo ano em carros alegóricos
De tais fantasias e tantas verdades.
E as noites longas…há as pequenas a seu tempo.

Os sorrisos aqui… são da terra e há os de sol e ar…
Passeiam-se ao coração em canções de embalar.
Quando há tempestade as lágrimas são ricos
Tesouros de mui raízes de prosperidade.

As frases que não colheram são aqui…o ar
Que se respira e fortifica este jardim…
Que nem sei quantos frutos tem ainda a dar
Ainda assim tem muito que se possa contar.

Aqui… há vida de diferentes estórias…
Passeiam-se à luz do dia e às estrelas da noite
E conquistam o habitat natural pelo mote
Que vestem… há as azuis e ainda cor das rosas.

Aqui… há metáforas de mil e tais segredos
Que se confessam ao mais terno vento…
Volúpias que amanhecem em seu ninho…
Chilreiam abraços… pássaros de sonho.

Aqui… as palavras são… ainda assim as sei amar
Não que tenha alma de poeta, mas sim algo a dar.
Partilhando este pequeno jardim…
Sinto-me mais perto do coração de todos.

Se há coisa que sei é que não tenho tempo
Para repescar à alma todas as palavras…
Tenho sim aqui… algumas à mão e sem vaidade
Oferendo como trevo uno de felicidade.

Aqui… as palavras são almas de pequena gente
Do campo que vive dia-a-dia… momentos
Que ensinam a amar mais e sempre os outros.
Há as que têm raiz à terra e vivem além da morte.

Aqui… as palavras são tantas que nem sei contar…
As palavras são… ainda assim as sei amar.

® RÓ MAR

QUEREMOS PAZ!




QUEREMOS PAZ!


O passar do tempo é uma realidade
presente neste século.
As realidades estão aqui
os imprevistos acontecem
e o mundo está a desabar.
As notícias são desastrosas
não há como quebrar
O desespero, a injustiça;
A morte as vinganças
e as crianças
na TV é constante.
Como eliminar esta catástrofe?
Em que Mundo vivemos?
Queremos Paz!
Quero acordar e nas noticias
ver que o Mundo
está 
Renascer!!!

Manuela Clérigo

AS FASES DA LUA


 

AS FASES DA LUA


Lua nova tão fina como um fio de prata
Vejo-te como nas noites claras de verão 
Refletes o teu brilho na minha gravata
Consigo ver o teu traço com definição 

Quarto crescente pareces um eclipse a iniciar
Como por vergonha te quisesses esconder
Dizem que consegues os mares comandar
E com a tua luz os bebés querem nascer
Lua cheia imponente como um lindo balão
Tão grande que pareces estares mesmo aqui
Tão ilusória parecendo poder agarrar com a mão 
De um tom esbranquiçado como a cor de caqui

Quarto minguante será que estás triste ou zangada
Querendo fugir para o infinito o longínquo universo
Com muita dificuldade manténs a minha rua iluminada
Fica muito escuro não te consigo escrever um verso

Paulo Gomes

terça-feira, 19 de maio de 2015

O MISTÉRIO DA NATUREZA


Imagem - Bellissime Immagini 


O MISTÉRIO DA NATUREZA


A natureza tem os seus segredos:
O amor entre a palma da mão e os dedos;
A amizade entre o sorriso e as lágrimas;
O paraíso entre o mar e as ledes almas.

O caminho entre a esperança e o divino;
A graça entre a vida e certos mistérios;
A respiração entre os pulmões e o destino;
…Constantes segredos que habitamos.

Ainda assim somos parte visível
Do universo… outro lado da natureza.
Noutro prisma pelo ângulo da clareza
Encontramos também vida aprazível.

Não obstante o mistério permanece
Pelas almas que vivem e quiçá às outras
Que partem para onde a terra arrefece
E é eterno o segredo de certas cousas.

® RÓ MAR

quinta-feira, 7 de maio de 2015

ACABOU PERDENDO A SUA PRÓPRIA HISTÓRIA


Foto de Fábio Lunardi 


Primeiro, perdemos a lembrança de termos sido rio.
A seguir, esquecemos a terra que nos pertencera.
Depois da nossa memória ter perdido a geografia, 
acabou perdendo a sua própria história.

Mia Couto

No livro "O outro pé da sereia" 

TER UMA VELHICE...


Imagem - Tamara Ert 

TER UMA VELHICE 

DIGNA DE SENHOR!


Que faço aqui nesta terra do nada
Onde as sementes não mais germinam
E os escassos frutos que há são podres!
A fé e a esperança têm os dias contados
E eu esquecido! Vivo dias assombrados
Pedindo a Deus, em todas as humildades,
Que me dê a casinha no céu cheia de vida!
A que sonho e que meu triste coração
Não vê há muito tempo, paz e amor,
Ter uma velhice digna de senhor!

® RÓ MAR