sábado, 13 de agosto de 2016

UM ÉDEN AQUI TÃO PERTO





UM ÉDEN AQUI TÃO PERTO 


Como alternância ao deserto
Neste escaldante Verão
Há um Éden aqui tão perto
Na lagoa de Meimão.

A Mãe Natureza oferece
Insofismável concerto
Nesta idílica benesse 
Como alternância ao deserto.

Para o corpo e para a alma,
Qual benfazeja emoção,
Todo o horizonte acalma
Neste escaldante Verão.

Qualquer oásis é remanso 
Pra quem passa num deserto
Como oportuno descanso
Há um Éden aqui tão perto.

No sopé do verde manto
Em paradisíaca visão
Sente-se um azul de encanto
Na lagoa de Meimão.

Aqui a alma se entranha
Pela luz do sol beijada,
Aqui o corpo se banha
Na água ou na esplanada.

Toda a gente cá vem ter
Procurando fresca aragem
Juntando a beleza ao lazer
Vale bem qualquer viagem!

Frassino Machado
In CANÇÃO DA TERRA


MÚSICA DE LISBOA




MÚSICA DE LISBOA


Caminhei pela baixa de Lisboa
Distraído sem pensar em nada
Um cauteleiro suas cautelas apregoa 
Sentado numa magnífica esplanada 

O trânsito no Rossio era intenso
Um tuk-tuk serpenteando sem parar
Um jovem vendendo um forte incenso 
Um pintor muito concentrado a pintar

Uma jovem tocava suavemente flauta
Um senhor de idade pedia esmola
A carteira roubada a uma turista incauta
Um vagabundo agarrado a uma sacola

Imensos turistas bebendo nas esplanadas 
Um sol intenso brilhando com intensidade
Umas meninas correndo muito envergonhadas
Um marinheiro suspirando com muita saudade

Tudo isto é a vida matinal da minha Lisboa
Como uma paisagem de um livro de fantasia
Onde a magia da música pelas ruas entoa
Dando vida ao fado escrito com esta poesia 

Paulo Gomes

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

O ABRAÇO


Imagem - Jiri Borsky - Paradigma d'Arte


O ABRAÇO


O abraço é terra que acolhe, semente
Que germina, fruto que nasce, árvore
Que levemente sombreia a natureza;
É vida que floresce e traz riqueza.

O abraço é consolo e mais que a gente
Sente; É puro e cristalino mármore
Em que me sento e descanso pela beleza
Que circunda o coração de tão natureza.

O abraço sou eu, és tu e também o universo
Que neste meu tão singelo verso
Deixo escapulir… o meu sentir pelo ar…
E, que seja o meu poema o teu luar!

® RÓ MAR


APRENDI A AMAR DE FORMA SENTIDA




APRENDI A AMAR 

DE FORMA SENTIDA


Rasguei o livro da minha vida
Rasguei-o folha a folha
Tinha perdido a paciência
Chegara a hora de ser ouvida
Soltara-se uma rolha
Caíra-me aos pés o vestido da inocência
Doía-me a alma
Tinha o coração ferido
A vida acabara de me tirar a calma
O destino tinha-me ofendido
Ainda tentei colar
Cada pedaço daquela história
Mas a revolta não me deixava calar
Escutava as vozes da memória
Mas ali diante de mim, estava a realidade
A verdade misturada com a mentira
Eram os calores da idade
E a desilusão que agora sentira
O veneno da inveja
Que corria nas veias do mundo
A tristeza que na tempestade troveja
Sem que haja um sentir profundo
Doía-me a alma
Tinha o coração ferido
Este mundo é um jardim perdido
Onde já ninguém têm calma
Até o amor se tornou desconhecido
E o sofrimento saiu vencedor
Chora-se sem conhecer o sentido
Das lágrimas que já perderam o sabor
Não quero que esta história
Faça parte do livro da minha vida
Porque em mim ainda existe memória
E eu aprendi a amar de forma sentida

Angela Caboz

MUSA (O)


Esculturas moldadas em arame - Robin Wight 


MUSA (O)


Como definir essa mitologia
Nove são divindades das artes
Musa(o) pode estar em tantas partes
Num sopro de repente inspira poesia

Tantos são os pontos de inspiração
Há uma magia pronta eminente
Gente que inspira tanta gente
Tantas são as artes do coração

As estradas, estrados ás margens
Os pinceis entre tons pastéis
A pintura é um dom a mais
Musa(o) nosso museu de imagens...

Está em toda parte do nosso ser
É como um objeto gracioso 
Um vaso de ouro precioso
Uma visão de manhãzinha ao anoitecer...

Invade nossos espaços e poeta...
E por mais que se esconda delata
É consciência exata do artista
Do roteirista, do pintor do poeta 

Não adianta fingir fazer dissimulação
A boa percepção nos fará perceber
O muso (a) embutido n'artes do ser
Estará nas estrelinhas sua imaginação

Toda Arte é uma expressão de amor
Musa (o) canção dos olhos
Inspiração...

Son Dos Poemas 
Sônia M. Gonçalves


MEU CAMINHO




MEU CAMINHO


O céu estava escuro e nublado
O vento soprava suavemente 
Ao longe um barco encalhado
O tempo arrefecia lentamente 

No ar um doce cheiro a maresia
Um silêncio total neste anoitecer
Inspirador para escrever poesia
Para publicar no novo amanhecer

Um baque repentino no coração 
Um sentimento de tristeza e alegria 
Uma vontade indomável uma razão 
De ver nascer o sol neste novo dia

Não existe nada mais belo que a vida
As desilusões são pedras no caminho 
Para construir a mais ampla avenida
Para nunca mais caminhar sozinho 

Paulo Gomes

O CÔA AMIGO


Imagem - Rio Côa - Portugal


O CÔA AMIGO 


Junto às margens do Côa me assentei
À sombra recoberto de salgueirais
E embalado p´ los sonhos relembrei 
As longínquas saudades ancestrais.

O som das claras águas a deslizar,
Que junto dos meus pés cantarolaram,
Fizeram dentro da alma despertar 
Certas mágoas que lá se instalaram.

Ao Côa amigo, porém, eu proclamei
Que as ditas mágoas juntas com meus ais 
Fossem, naquelas águas que agitei,
Até ao Douro, e que não voltassem mais.

E as minhas emoções a borbulhar
Pouco a pouco senti que m´ inundaram 
A sede interminável de reorganizar
A fonte dos meus sonhos que finaram.

Ó Côa apaixonado, com ténue voz
Diz-me, até quando esta paixão entre nós?

Frassino Machado

In CANÇÃO DA TERRA

terça-feira, 2 de agosto de 2016

INTENSO




INTENSO


O intenso chilrear
Da imensa passarada
Foi o meu despertar
Nesta doce madrugada

O intenso sol brilhante
Da alvorada a nascer
Foi para mim importante
Nesta vontade de escrever

O intenso calor
Da época de verão
Foi o despertar do Amor
Nesta vida cheia de paixão 

O intenso aroma no ar
Da época das belas flores 
Foi o meu caminhar
Nesta aldeia de muitas cores 

O intenso desejo de vencer
Da época das novas vitórias
Foi o destino que tive de percorrer
Nesta vida repleta de memórias 

Paulo Gomes