quinta-feira, 25 de junho de 2015

A PASTELARIA


Imagem - Belissime Immagini


A PASTELARIA


Pela estrada circula vida, que vive, que morre e a que sobrevive.
É longo e também curto o caminho que todos percorrem; uns com mais e outros com menos velocidade. E, é tudo uma questão de tempo, que se vence a cada minuto; é, mais um dia de longa ou curta jornada, depende daquilo que se considera medida. E, o universo gira no ponto real e também no imaginário, é tudo uma questão de filosofias e vida.
A estrada pode ser caminho de asfalto, pedras e sobressalto, sempre vida; vida que não se encontra no espaço restrito; aquela masmorra com uma janela encardida pelo tempo não tem ar de ser vivida, e, é isto a vida!
Não se sente o rosmaninho a roçar no alcatrão; não se escuta a embreagem ao arranque, atropela-se o tempo; fazem umas quantas pontes áreas para forrar a alma de nadas.
Vê-se a cidade enfumarada de um monóxido, que já nos é indiferente, e circula-se na facha da direita para não correr riscos; e, vive-se uma ilusão, não se entende, não é preciso entender, é urgente sobreviver!
Afogados nas ruas pelos candeeiros gastos pelo tempo lemos as novas pelos ladrilhos dos passeios do abismo, descalcificados e emprenhados de buracos; não é época de salto fino, nem batom vermelho, a moda é outra. O buraco existe e vê-se que abarca muitos e grosso salto é preciso contornar a curva, fazer moda; dar cor à palidez da cidade; um batom rosa não lhe ficava mal nos lábios sedentos e incolores.
Não que seja de filosofias, mas um homem não vive só de estrada; o mar leva-nos a outras estradas; há o céu que nos cristaliza a alma e aquece o coração, aos que ainda por cá estão; não quero pensar na outra, é para ser vivida a seu tempo!
E, vou ao presente deste meu encontro, uma passagem. Tenho muitas horas, o dia ainda agora clareou, acordo no despertar do Sol que me ilumina a alma e tudo o mais são acessórios que quero distantes. Não tenho pressa, mas gostava de perceber o dia, não que o não entenda, mas acordei com vontade de o degustar.
Pego num trapo, lavo o rosto e refino a barba num sabão que condiz com a pastelaria do bairro. Simpática a sua gente, um beteco de esquina que tem coração a mar. Não preciso de cinco estrelas, basta-me uma ‘barca’ qualquer para saborear o café, sim o que me faz começar o novo dia. Não um café qualquer tem que ser de qualidade; aqui é especiaria demorada, emprenha o coração, há sempre alguém novo para trocar um olhar, até falar, é preciso; e sorrir, como me faz bem!
Sou um homem feliz, vivo no campo, longe da cidade; a estrada é de trigo e joio, trabalheira que compensa! Tenho medo da escuridão, arregaço as mangas e estendo a mão ao trabalho, gosto de ensinar os meus bois a conduzir! Nem ligo ao barulho frenético que envolve a cidade, a minha vida é aparte, tenho a minha natureza, mas vivo. Passeio pelo dia, conduzo as horas sem pressas e chego sempre tarde a casa.
Que horas seria, tarde, o sol descaiu, a cidade estava fria, algo era que não se via!?
Além, avistava-se uma menina, pobre farrusca, será que já tinha visto a cor do dia!? Aproximei-me, e o banco do jardim levantou num sereno desconsolo, não via pão e sentia o bolor dos dias.
O sorriso que eu tinha dava para dividir com ela e levava-a comigo no coração, que mais poderia fazer!?
Pensando bem, a pastelaria ainda estava aberta e a na hora deveria estar a sair as primeiras fornadas. Voltei atrás, uma fala de estranhos e um chocolate quente, o que o estômago barrado pelo pão, acabado de fazer, tanto queria.
Não me custou nada, ainda recebi um sorriso que nem esperava! Afinal ela sabia a cor do dia, estava esquecida!
Volto para casa de mãos vazias e cheio de sonhos, projetos, arquétipos que não me levam a lugar nenhum, tenho esta mania de viajar.
Viajo pelas cortinas do quarto, adormeço na brandura da minha noite e sonho, aquele dia que irei acordar, não numa esquina qualquer!
Vivo, o que é meu e não só, à minha maneira, vivo!
É hora de acordar, tenho que despertar!
Hoje é domingo, não há pastelaria; há uma igreja numa cidade qualquer, pouco importa a localidade, nós nunca somos de lugar nenhum!
Não me canso dos quilómetros de estrada, vou até à beira mar, tenho fé!
A praia estava deserta, o que fizeram às gentes!?
Hoje não foi bom dia, devia ser a falta do café, domingo, a pastelaria estava fechada!
Elevei o olhar, o que vi, tanto azul!?
Perdi-me nas horas, e era noite, a praia continuava deserta e tinha frio; caía-me bem um chocolate quente, para não falar do pão a estalar da pastelaria; estava longe, longe do meu campo, numa cidade qualquer, perdi-me no tempo, que fazer!?
Não sou homem de grandes ideias, descansei na areia forrando o estomago de maresia dum ano qualquer. E, adormeci no tempo, não um qualquer, o da minha cidade, aquela lá no campo.
Sonhei com a pastelaria e acordo pelo cheiro das bolas de berlim, gordas e açucaradas, que me passam ao lado!
Quem sou eu, não me conheço!?
Preciso d’um café, estendo a mão nas águas do mar e lavo a cara esfarelada pela areia; e, no mesmo trapo subo as escadas da vila; uma pequena aldeia plantada à beira-mar.
Encontrei-me num beco, janelas amareladas e um letreiro de papelão, com uns dizeres que não trazia no bolso. Continuei o caminho, não por muito tempo! Voltei atrás e bati à porta, oferecendo as duas mãos calejadas e pedindo o quarto em troca.
Valeu a pena, ainda há dias de sorte!
E, o dia se aqueceu numa caneca de leite com chocolate que aquela mulher, da ‘aldeia’, me preparou.
Poucas palavras, muitos gestos, tinha vida, tudo o que precisava, não que eu não tivesse vida, já tinha esquecido!
Sou um homem feliz, vivo no campo, longe da cidade; a estrada é de trigo e joio, trabalheira que compensa! Tenho medo da escuridão, arregaço as mangas e estendo a mão ao trabalho, gosto de ensinar os meus bois a conduzir! Nem ligo ao barulho frenético que envolve a cidade, a minha vida é aparte, tenho a minha natureza, mas vivo. Passeio pelo dia, conduzo as horas sem pressas e chego sempre tarde a casa.

® RÓ MAR 

A CLASSE VEM DE DENTRO

  
Imagem - ARLENE GRASTON


A CLASSE VEM DE DENTRO


Muitos são os que se preocupam com a classe. Tem até quem faça distinção entre aqueles que a têm e os que nunca a terão, segundo dizem. Para muitos, classe, é sinónimo de uma série de trejeitos próprios, caraterísticos de distinção, que se fazem notar no falar e no vestir, no nome comprido, nos títulos, no brasão dos antepassados, no sangue azul – que nunca o tiveram, no estilo da casa e do seu tamanho, no bairro em que está, na decoração da sala, n...a marca do carro, nos lugares que frequenta, nos amigos iguais, no jeito de ser – quase sempre completamente oco. Fazem-se notar, sim, mas muito mais por aquilo que não são. Este jeito de ser, no exterior, reflete também seu interior. Falta de caráter, falsidade, inveja, complexos de superioridade não alcançada, mentira, falta de verdadeira riqueza, vácuo e, sobretudo, falsa aparência. Quase sempre, este tipo de classe, remete-se a uma pretensa descendência de nobres do passado – nobres que o foram de verdade ou que a compraram ou que a roubaram de outros quando os exploraram. Esta nobreza de classe, que as faz distinguir umas das outras, vai-se extinguindo porque seu dinheiro vai diminuindo e cada vez mais se vale daquilo que não tem, do qual sobram apenas algumas esquisitices. Classe é coisa que se adquire ou não durante a vida. É feita do que somos e temos como nosso, que mostramos ao fazer. É coisa que vem de dentro e que às vezes se nota um pouco por fora, mas muito pouco e nem sempre. Só se faz notar quando os outros a vêm. Felizmente que tanto o progresso no pensar quanto as crises que o mundo atravessa, despertam para a realidade daquilo que se é e do que se vale. Classe é coisa rara.

EM TEMPO DE VERÃO HÁ


Fotografia de Rui Olavo - Parque das Nações - Lisboa - Portugal


EM TEMPO DE VERÃO HÁ,

UMA PALAVRA SUSPENSA NO CÉU, 

FELICIDADE


O verão chegou ao hemisfério norte. Verão boreal que inicia ao solstício de verão a vinte um de junho e termina com o equinócio de outono. Uma das quatro estações do ano mais quente e seus dias os mais longos de todo ano.
Em Portugal os termómetros marcam trinta e mais graus, um dia primeiro de muito calor, e é domingo para passear adorando a beleza da natureza. Há quem vá à praia e mergulhe no Tejo, a nossa riqueza.
Há quem fique pelos terraços de Lisboa a admirar as águas do rio Tejo.
Há quem se passei, à beira rio, pela bela freguesia Oriente, Parque das Nações, que tem pavilhões e palcos para toda a gente.
Há quem vá até Oeiras e se delicie ao ar livre pelo jardim de tanta poesia e arte, Parque dos Poetas, magnânimas esculturas de Francisco Simões estão lá, os maiores poetas de Portugal: Camilo Pessanha, Carlos de Oliveira, Teixeira de Pascoaes, Florbela Espanca, José Gomes Ferreira, José Régio, Vitorino Nemésio, Miguel Torga, António Ramos Rosa, Sophia de Mello Breyner Andresen, Natália Correia, Eugénio de Andrade, Manuel Alegre, Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Alexandre O'Neill, David Mourão-Ferreira, Jorge de Sena, António Gedeão e Ruy Belo.
Há quem vá até ao Marquês de Pombal e desfrute as maravilhas do parque Liberdade, Eduardo VII. Desde a feira do livro aos demais eventos, desportos e música ao ar livre. Há ainda quem visite a estufa-fria, palacete de plantas, lagos e cascatas.  
Há quem desça até à Avenida da Liberdade para ao perto ver desfilar as marchas populares de verdade.
Há quem vá até Belém, de monumentos e museus, e se calce de cultura, tendo pela vista os descobrimentos e paragem obrigatória para o afamado pastel de nata de belém, atração ao turista que os come bem e com canela.
Há quem vá à Alameda D. Afonso Henriques, o 1º rei de Portugal, e refresque a vista na, Monumental, Fonte Luminosa. Pela noite é chuva de estrelas ao ar livre.
Há quem vá ao museu Calouste Gulbenkian que pela arte tem o seu encanto, arte antiga, moderna e outros eventos culturais. E ainda, um requintado e acolhedor jardim de lazer e outros desejos para disfrutar.
Há quem vá ao Carmo para bem mirar a vasta cidade de Lisboa. E, ainda há quem vá no elevador de Santa Justa que vem ao Chiado, à brasileira de Pessoa e de muitos turistas, cumprimentar o poeta universal e seus heterónimos.
Há por toda a Lisboa esplanadas cheias até altas horas, saraus de música, poesia e muita animação. E, pelos bairros típicos abrem-se as janelas, pelas ruas e vielas do bairro alto, alfama, graça e outros mais, instaura-se a algazarra e folia. Há música pela madrugada, sardinhas e outras iguarias. Há ainda os balões de papel, as chitas coloridas que enfeitam a cidade e dão vida aos Santos populares. É esta alma de alegria e amor pela vida que magnetiza o verão e abre as portas à linda Lisboa, a nossa capital.
Há um Portugal iluminado, de dia e de noite, pela estação de verão, que se distingue pelo excelente clima, situação geográfica e destacável gastronomia. Recheado de palácios, monumentos, jardins, restaurantes típicos, esplanadas em prol da cultura e convívio de gentes nacionais e estrangeiras.
Há um Algarve que é desejo em nós. A região turística mais importante de Portugal e uma das mais importantes da Europa. Há nele um especial encanto, pelo seu clima, temperado mediterrânico, caraterizado por verão longo, quente e seco, águas tépidas e calmas que banham a costa sul; pelas soberbas paisagens naturais, património histórico e etnográfico e a deliciosa gastronomia. Atributos tais que atraem milhões de turistas nacionais e estrangeiros todos os anos e fazem do Algarve a região mais visitada e uma das mais desenvolvidas do nosso país.  
Há quem vá até Coimbra, a maior cidade da região centro, ver seus encantos e tradição. Considerada a cidade universitária, pois, tem a maior universidade de Portugal, património mundial da UNESCO. Quantos doutores têm a vida em suas mãos e tantos fados pela alma e coração!
Coimbra tem ainda o magnífico parque de Santa Clara, maravilha às nossas crianças, construção pequenina e harmoniosa representando monumentos e outros elementos sobre a cultura e o património edificado português, em Portugal e no mundo. É o Portugal dos Pequeninos que todos admiram, quantas passeatas e brincadeiras de crianças e adultos também.
Há quem vá até ao norte de Portugal, Porto, cidade invicta, e por lá se banhe nas águas do rio Douro, que tem tantos mistérios e quantos encantos.
Há quem passeie pelo Douro e navegue até ao Tâmega, nos preciosos Rabelos, vivenciando a beleza de tal natureza, esperançado em encontrar, pela Ponte Romana, algum fio de ouro, vestígios de ninfas que por lá espelharam seus mágicos cabelos. E, há sempre o brinde à vida que se confraterniza em cálice de vinho do Porto, orgulho do nosso majestoso Portugal.
Há tantas regiões e tantos lugares para visitar, ver e sentir espalhados pelo nosso Portugal, vasto roteiro, que nem o grandioso verão e suas romarias findam as maravilhas a descobrir. Ficará sempre algo, a explorar numa próxima viagem, que aguça curiosidades e reinventa utopias que conquistam a vida de gentes durante todo o restante ano, e vivem pleno até que chegue de novo o verão e as férias de sonho.
Há sempre mais amor e mimos em dias de estio, pois o Sol brilha mais e adormece à luz da Lua. E, as almas enamoradas realizam seus sonhos pelas deslumbrantes noites de luar.
Tal como os girassóis nós somos vida edificada pela luz, que imana em nós, principalmente nesta fase em que o nosso Planeta Terra é parte que ilumina de dia e também à noite a nossa nação.
Há muitas mais cidades em Portugal e outros países que sentem o verão e vivem-no amando tão intensamente como nós portugueses.
Há lugares paradisíacos e temperaturas bem mais elevadas pelo Universo nesta estação do coração.
Em tempo de verão há, uma palavra suspensa no céu, felicidade.

sábado, 20 de junho de 2015

PÓ DE ESTRELAS


 

Pó de Estrelas 


Nas migalhas do tempo, eu alimento-me do pó de estrelas.
Pó que alimenta o espírito e amena a alma
Vivo montado na cauda de um cometa
Onde sou um explorador aventureiro,
Destemido e às vezes introvertido.

Navego nos insondáveis desígnios de um Deus menor 
Onde sou um temeroso crente 
Sou crítico e comento a minha loucura 
Sou coerente descrente 

Cavalgo num unicórnio 
Sou cavaleiro da triste figura 
Mil fantasias eu impero, 
neste trono sem rei, 
sou um príncipe com sorte. 

Alimento paixões, vivo do ar que respiro
Um dia tudo isto não passará de um conto de fadas 
Mas nessa altura, já eu terei feito a minha viagem 
Conquisto conquistando vivo sonhando 

A vida é um eterno recomeço 
Faço dela algo que tenha sentido 

Jorge Ferreira

sexta-feira, 19 de junho de 2015

AMAR... EM SONHOS !!!...




" AMAR... EM SONHOS !!!..."

 

Na floresta do prazer nasceu ´ma luz;
Cristalina como o mais puro diamante...
No reflexo desse brilho estavas tu,
Linda Vénus esperando o seu amante!...

Do Olimpo dos desejos eu emergi;
Como se fora o Deus Apolo apaixonado....
Nos braços do Amor eu te cingi.
Com prazer nesse amplexo eu fui amado!...

Preso a setas, que o Cupido nos lançou;
O teu corpo junto ao meu ficou unido...
Quem não foi ao Paraíso nunca amou...
No mundo anda sem rumo...anda perdido!...

Nas nuvens navegámos numa orgia;
Só na Lua nossa rota teve um fim...
As estrelas cintilaram de alegria,
Jamais tinham visto alguém... amar assim!...
Aos Deuses entregamos os corações;
Nossos corpos... nossas almas... nossas vidas!...
Só nos restaram o prazer e as paixões;
Guardadas como jóias muito queridas!...

António Joaquim Alves Cláudio

quinta-feira, 18 de junho de 2015

QUANDO SE AMA

 
Imagem - Bellissime Immagini
 
 

QUANDO SE AMA, AMA-SE, 

NÃO SE AMA SÓ!

 
Quando se ama, ama-se, não se ama só,
Ama-se sempre algo e também alguém!
Ainda que só ama-se, não se ama só,
Ama-se gente e lugares também!

Não se ama só, ama-se o dia, o tempo, a noite,
A madrugada e o outro dia que não é só!
É sol, vento, chuva e mui mais que gente,
A Terra, o mar, o céu, não se ama só!

Quando se ama, ama-se, não se ama só,
Ama-se sempre algo e também alguém
Sobretudo a vida que é mais que além,
Lua, desejo de ser, não se ama só!

Não se ama só, ama-se o homem, a mulher,
A criança e outras gentes que não vêm só!
Trazem amizade, amor e mais pró,
Humanidade que é berço ao amanhecer!

Quando se ama, ama-se, não se ama só,
Ama-se sempre algo e também alguém!
O sonho, a esperança, não se ama só,
Ama-se a ideia e doutrinas também!

Não se ama só, ama-se cousas, universos
Onde o centro é ego e outros demais são versos!
Onde há paz, harmonia, prazer, mundos
Que têm o poder de serem amados!

Quando se ama, ama-se, não se ama só,
Ama-se sempre algo e também alguém!
Sobretudo a vida que é mais que alguém
É prazer, mistério, não se ama só!

® RÓ MAR

quarta-feira, 17 de junho de 2015

O PODER DE DEUS


 

O PODER DE DEUS


Não há poder maior, podeis querer,
Do que o poder que Deus em si encerra,
Divino Criador, do céu e terra
E de tudo o que neles possa haver.

Que ninguém ponha em causa o seu poder,
Seu infinito amor que se descerra
Em cada flor tão cheia de beleza
Que inundada de cor se deixa ver.

Na pureza sublime de uma criança,
Na paz que se respira, na bonança,
Ou num sorriso aberto feito amor.

Em cada criatura, em cada lar,
Em tudo que há na terra e no mar
Está a mão de Deus Nosso Senhor.

Abílio Ferradeira de Brito

terça-feira, 16 de junho de 2015

SENHORAS DO MONTE BENDITAS




SENHORAS DO MONTE BENDITAS


“Oração às Três Virgens do Monte”


Nesta Montanha Sagrada
Qual abençoado troféu
Deixo minha prece beijada
Aqui tão pertinho do céu.

Nossa Senhora da Lapinha
Escuta a minha oração
E por favor encaminha
O meu frágil coração.

Nossa Senhora do Monte
Fonte de bênçãos celestes
Livra-me de um horizonte
Cheio de ventos agrestes.

Nossa Senhora da Guia
Com aroma de rosmaninho
Confirma-me dia a dia
O meu correcto caminho.

Senhoras do Monte benditas
Que aqui estais vigilantes
Afastai-me das desditas
De todos os ruins governantes.

E nas horas da tormenta
Ou da dura enfermidade
Aspergi com água benta
As chagas da fealdade.

Senhoras do Monte sagrado
Neste mar de solidão
Dai a paz ao mundo errado
E a doce luz da salvação! 

Frassino Machado

QUERO TUDO


 

QUERO TUDO


Quero voar
Pelas nuvens de algodão 
A minha mente sem pensar
Apenas recebendo ordens do coração 

Quero caminhar
Por este caminho, esta estrada
Sem nunca me cansar
Ao longo desta caminhada

Quero navegar
Pelos oceanos, pelos imensos mares
Ao sabor das ondas velejar
Apreciando lindas paisagens ímpares 

Quero saltar
Correr como se fosse uma criança 
Que os meus olhos possam brilhar
Todos os dias cheios de esperança 

Quero beijar
Um beijo inocente e com carinho
E com amizade vos poder abraçar 
Para que nunca mais me sinta sozinho 

Paulo Gomes

LEVA-ME CONTIGO


 


 LEVA-ME CONTIGO


Eu quero ir contigo nessa barca
De velas enfunadas ao levante,
Embora que a aragem seja fraca
Havemos de alcançar ilha distante.

Iremos pelo mar de noite e dia
Procurando encontrar felicidade,
Nosso amor será sempre mais valia
E feito de esperança e de verdade.

Se por ventura as vagas se alterarem
E o mar se agite forte e tenebroso
E as velas e os mastros se quebrarem.

Faremos do que reste uma jangada,
Com fé rogando ao todo Poderoso
Que nos leve até à ilha desejada.

Abílio Ferradeira de Brito

QUE AMAR NUNCA ME ESQUEÇA


Fotografia de Fer. Ribeiro – Flickr
 
  

“QUE AMAR NUNCA ME ESQUEÇA”


A vida, quando amanhece,
Traz consigo escrito assim:
“Que tudo quanto comece...
Virá um dia a ter o seu fim”.

A idade foi-me mostrando
Como tudo está mudado.
E hoje vou comparando
O presente com o passado.

E por muito que eu pense
A vida, a que me pertence,
Já não tem a mesma graça!

O que me vale nesta ameaça,
É que amar nunca me esqueça,
Para que a alma não arrefeça!

Alfredo Costa Pereira

domingo, 14 de junho de 2015

PORTUGAL ORGULHOSO




PORTUGAL ORGULHOSO


Portugal onde se encontra a esperança 
Onde vive essa tênue e fraca ilusão 
Esta crise que faz uma autentica matança
E do nosso futuro só vemos destruição 

Somos um país sem nenhuma autoridade
Já não existe a nossa grandiosa nação 
É a Europa que nos impõe a sua vontade
O nosso parlamento é apenas uma ilusão 

Somos um povo obediente com grande coração 
Mas têm de ter cuidado pois somos um povo guerreiro 
No passado ninguém conseguiu conquistar esta nação 
E nenhum dos que tentou saiu de Portugal inteiro

Estou certo que encontraremos o caminho da liberdade
Que este povo orgulhoso um dia da CEE se livrará 
Ninguém conseguirá destruir a nossa enorme vontade
E o nome de um Portugal forte e orgulhoso se escreverá 

Paulo Gomes

ERRO HUMANO


 

ERRO HUMANO

 
Eu já perdi 'quase' toda a Esperança
de ver essa vida mudar... se alterar;
de existir Educação para a criança,
e de não roubarem no voto popular.

À medida que o todo tempo avança,
penso triste enquanto fico a meditar,
que sempre arranjam alguma aliança
sobre um melhor jeito de nos roubar.

Nosso país, tantas vezes rico, soberano,
dotado de belezas... de graça, de fartura,
fica perdido nas garras de gente impura.

Falta saúde... falta instrução para o povo,
tanta corrupção acaba com a fé (de novo)
e o Brasil falece apenas pelo erro humano.

Silvia Regina Costa Lima

sábado, 6 de junho de 2015

MEU GRITO


Imagem de Telescópio Caseiro 


MEU GRITO


Meu grito é a força que há em mim
Por não poder calar tanta desgraça,
Por certo passarei, ele não passa,
Pois há - de ressoar até ao fim.

Rasgando todo o espaço... Vai assim,
Até que seja ouvido em toda a praça,
Por fim há – de ruir toda a devassa,
Que faz o nosso mundo tão ruim!

Meu grito é o grito de mil povos,
Que desde os mais antigos, aos mais novos,
Sofreram pla vileza do mais forte.

Se todos são iguais quando ao nascer,
Porquê tanta dif'rença no viver,
Se um dia tudo acaba com a morte!

Abílio Ferradeira de Brito

UTOPIA


 

Utopia


Sonho o que minha mente d´alma exalta,
Digno gesto me revelou um dia
Donde uma simples pedra se movia,
Ante este mundo todo o Amor que lhe falta.

Da humana inércia algo foi brotando…
Feita pura magia. Os rios de tristeza,
Ora, corriam como oiro sobre a mesa…
A fome, a dor e a miséria calando…

A nobreza num mar celestial serena...
A letargia que afinal sorve amena,
É raio de Sol das sôfregas razões.

E lassos espíritos na utopia...
Versam o Amor, a paz e a harmonia,
Acendendo o mundo nos corações.

Helena Martins

LISBOA É VIDA


Foto de Lucia Lulu Kruta - Rua Augusta- Lisboa


LISBOA É VIDA


Caminho devagar muito lentamente
Pela rua Augusta cheia de animação
As esplanadas estão repletas de gente
Refrescando-se nesta linda tarde de verão

Parei para comprar umas cerejas apetitosas
Uma vendedora muito jovem para mim sorriu
Dizendo que eram fresquinhas e deliciosas
Agradeci e segui o meu caminho para o Rossio

No intervalo de cada esplanada vários artistas
Fazendo actos fantásticos de magia
São cantores dançarinos e malabaristas
Que iluminam de cor e alegria este dia

Distraído com toda esta magnifica diversão
Não reparei que as cerejas tinham terminado
Apenas tinha o papel e caroços na mão
Mas olhei para trás e vi um vendedor ao meu lado

Pedi dois pacotes de cerejas sem relutância
E continuei caminhando devagar lentamente
Gosto de passear por Lisboa não importa a distancia
Admirar as ruas e as avenidas desta cidade imponente

Paulo Gomes

quinta-feira, 4 de junho de 2015

terça-feira, 2 de junho de 2015

FOLHAS SECAS !!!...


Imagem - Bellissime Immagini 


" FOLHAS SECAS !!!..."


Folha que voa com a brisa;
Seca...enrugada...morta!...
Se cai no chão e se pisa;
Fica em pó...já nada importa!...

Foi folha linda...viçosa...
Esperança...plena de vida;
Decorou haste de rosa,
De camélia...ou margarida!...

Mas o tempo não perdoa,
A seiva e brilho perdeu...
Na mais fraca brisa voa;
Caiu da haste...morreu!...

Folha...espelho da vida;
Como ela somos também...
Tal como a folha caída ,
Somos só nada...ninguém!...

O vento levanta o pó .
Leva folhas já sem vida...
Na multidão ficas só,
Se a esperança é perdida!...

António Joaquim Alves Cláudio

FELICIDADE




FELICIDADE


Passei a acreditar que a felicidade mora na inexistente fração de tempo em que o passado toca o futuro. Se o passado é distração e o futuro, preocupação, sobra para nós, perseguidores da felicidade, a inexistente ilusão do presente, em que tu és o que tu fazes, e nada nem ninguém mais importa. Isso é felicidade. Agora te concentra e tenta materializar um momento que não acontece jamais. Sorria, pois já é quase dia e tu tens que acordar cedo.
A felicidade as vezes se encontra no final das tristezas e decepções que o destino nos reserva, por isso, nunca desista de lutar por aquilo que você quer, principalmente pela sua felicidade, sua vida e as pessoas que você ama. Faça de sua vida um caminho diário da procura de quem te procura. Saiba que tentar outra vez não é sofrer de novo, mas sim uma forma de lutar e vencer, apesar de tudo...

Madalena Lessa

OS SONHOS




“OS SONHOS “


Os sonhos que sonhamos, fantasias
Que vêm por acaso à nossa mente,
Vamos sonhando assim todos os dias
Até que chega um dia que é dif’rente.

Os sonhos são prazeres, alegrias,
Trazem-nos esperança envolvente,
Também são pesadelos, agonias,
Ou lastro de fobia imanente.

É sonhando que a vida se percorre,
O sonho só tem fim quando se morre,
Tudo pára na Terra prós que vão.

Não sei se no além vamos sonhando,
Só sei que aqui os sonhos nos vão dando
Razões que dão à vida mais razão.

Abílio Ferradeira de Brito

SORRIR FELIZ


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SORRIR FELIZ


Todos sabemos que o sol tem milhares de exímios raios
E que ele se reflete pela terra como o deus maior;
Sabemos ainda que é vida, mistério, astro do dia, em suma felicidade.
Pois, o que sempre esquecemos é de sonhar em conjunto,
Esquecemos que por si só somos pequenos a tal força maior!

Para desenhar o sol não basta sonhar e pronto!
Há que estender os braços pelo nosso planeta, terra, do sistema solar,
E assertivamente darmos as mãos a milhares que sonham prosperidade.
São os múltiplos pequenos dedos que constroem sorrisos vários.
No movimento giratório em torno do nosso projeto
Fazemos os dias e somos também nós, gentes, que ao redor
Do magno sol efetivamos a viável duração do ano e pronto!

Sabemos que as esperanças são longas esperas e que não basta estalar
Os dedos, ou apenas alguns ensaios para alcançar a fonte suprema.
Pois, é preciso muito mais…a força de vontade,
A coragem e, sobretudo, o amor de coração e alma.
Sabemos que tudo tem seu ciclo de vida, principio, meio e fim,
Então, porque é que não escolhemos o melhor princípio para os nossos 
Sonhos, ou, porque é que desistimos a meio da escalada!?

Pois, somos pequenos, egocêntricos e sonhamos alto de mais!
Então, desçamos à terra e executemos em torno do nosso
Eixo! Façamos o esforço de debuxar a plenitude de vida
De acordo às necessidades gerais. Teremos de certeza o final feliz,
Não o de romances, estórias ou contos de fadas,
Mas, haverá de certeza uma outra realidade
Em que nós (as gentes) teremos novamente vontade de sonhar.

E, é a roda-viva que gira pela terra que espelha o seu valor
E determina a intensidade de luz que abastece os dias.
Sendo assim, conclui-se que haverá muitos finais felizes pelo mundo
Basta reconhecermos que precisamos de ajudarmo-nos
Mutuamente e aprender a sermos obreiros de coisa pequena…sorrir feliz.

® RÓ MAR