A QUADRA DE NATAL É ÉPOCA MÁGICA
I
A quadra de Natal é época mágica,
Onde há luz e cor em toda a humanidade
As árvores vestem uma imagética
Que aviva a natureza com luminosidade.
Celebra-se em família, o nascimento,
Onde há harmonia, amor e felicidade
Pelo Menino Jesus que nasceu bento
No mais belo presépio de simplicidade.
O verde musgo, que inventa a pastagem,
Onde surge os três réis magos que trazem
Ao reino mirra, incenso, ouro e alegria.
À volta do presépio as crianças brincam,
No mais belo cenário, baloiçando o coração
Às baladas da noite tocam sinos de poesia.
II
Às baladas da noite tocam sinos de poesia,
Data que nasceu Cristo, diz na lenda que o Galo
Foi o primeiro animal a presenteá-lo,
Gente na Igreja para "Missa do Galo". A magia
Do Pai de Natal, mais velho não desce a chaminé
Mas quer estar presente em todos os lares, até
Tarde, contemplando o Natal de dia feriado,
Mais que motivo para ter a família ao lado.
Na noite de consoada há peru, rabanadas,
Bolo rei e outros, que deixam as mesas enfeitadas
Para o dia de Natal, quanta fartura!
O Natal é em qualquer lugar até pelas ruas,
Onde reina o frio, há bacalhau sem espinhas
E com todos, broa, tinto e mantas com largura!
III
E com todos, broa, tinto e mantas com largura,
A noite é de alegria que dá esperança ao planeta!
Nasceu o Salvador, pois, que haja nova estrutura
Pró que labuta sol a sol e não vê cheta!
Eis, a hora de contemplar a vida,
Com toda a animação pela noite fora,
Vivendo o espírito natalício, de mão dada
E de coração aberto como quem namora!
Natal, é união e amor para com o próximo,
Devia ser dividido pelos dias ao máximo
E ser presente ao novo ano com vida e poesia.
Em sintonia, onde há estrelas luzindo a noite
E sol beijando a lua. Triste, menina da noite
Que é tanto quanto as outras e não tem família!
IV
Que é tanto quanto as outras e não tem família,
Teto pouco tem e a comida é o que vem,
De brinquedos nem fala, pensa noutra mobília
Que ilustre o dia! Ainda assim, esperança tem
Que regala o olho e pede ao pé descalço o Pai Natal:
Uns pais bonitos, como os que vê por aí passeando,
E ainda mais, umas gomas, que não caiam mal.
A noite vem e sobe a estrela ao céu e ela olhando
As casas luzidias e de cheirinho,
O azevinho, murmurando: quem têm pais
Tem tudo! E, adormece o pinheirinho.
É noite de Natal e pela manhã há Natal!
Não há sonhos, mas, há outras coisas mais
Colorindo ruas, alguns agasalhos pró Carnaval!
V
Colorindo ruas, alguns agasalhos pró Carnaval,
O sol já vai alto, há comidas outras
E do bolo rei a fava para dar ar de Natal,
O seu jardim lotado de meninas loiras,
Onde há brincadeira e mui alegria!
É o grandioso dia, onde se juntam meninos
E outros, primos, amigos partilhando sabedoria
Entre si, de um Natal com todos os mimos.
Há solidão estampada pelo jardim,
Que poucos reparam, os que enxergam nada
Têm para dar, ainda assim, têm o sorriso querubim,
Que sempre estrela os olhos e dá calor
Espalhando o Natal pelo verdadeiro amor,
Coração que é lágrima na hora da despedida.
VI
Coração que é lágrima na hora da despedida
Ao abençoado dia pelo nosso Menino Jesus,
Que ao mundo veio honrar a lei da vida,
Perdoando os pecadores que o levam à cruz.
Eis, uma salvação para a humanidade,
Mensagem natalícia que devia perpetuar
Pelo tempo como lei maior e humilde
Na sua prática para o universo amar.
Somos filhos de Deus, há sempre um irmão,
Abracemos o nosso semelhante,
Não só enquanto Natal, ou hora de oração!
A vida que é passagem, porquê não ser vivida
Por todos e para todos em constante
Estrela guia premiando natureza abençoada!
VII
Estrela guia premiando natureza abençoada,
A luz lá bem ao cimo do pinheiro,
Porque é Natal em todo o mundo, alvorada
De bolas coloridas espelhadas em dia caseiro.
A quadra natalícia que tem o Dezembro
Na azáfama de eventos e vislumbre de montras,
Tantas compras e há-de esquecer algum membro
Que vê na árvore o atrapalhado sem fitas!
À ceia não falta o tradicional bacalhau,
As couves, o peru, as rabanadas, o fruto,
Da época, mui doçuras e o bolo rei crucial.
À mesa portuguesa pão e vinho de atributo,
Tudo é escolhido a dedo para ser memorável,
Há calor para além do da lareira e mais afável.
VIII
Há calor para além do da lareira e mais afável,
Que aquece o Dezembro e faz dele especial -
O humano - que afirma o laçarote sociável
Num ato carinhoso, solidário, porque é Natal.
Tudo é sentido como Natal, de bom grado,
Vale a pena viver a época com intensidade,
Lembrando sempre que há outro mundo
Que nada tem, porque é felicidade.
O Natal é um tempo, de amor, paz e união
Que se vive de plena harmonia
Com a consciência e um bom coração.
Há magia, vale a pena estender ao novo ano
O encanto, semeando entrelinhas de poesia,
Que vai chegar a todo o ser humano.
IX
Que vai chegar a todo o ser humano
Porque somos Natal todo ano!
É esse o espírito que devemos criar
Para que o mundo possa sempre amar.
A família reunida, em torno de uma tradição,
A celebração do nascimento do Salvador,
O centro do universo, que vê amor
Em todos, o que escrevo de alma e coração.
Ah, que meu verso dê todo sentido à secular
Quadra trazendo muita alegria à humanidade
Hoje e sempre e pela lágrima saudade!
Ah, sonho o mundo, que desejo meu e teu,
Que o Pai de Natal não conseguirá carregar,
Ainda assim, sonho o mundo meu e teu!
X
Ainda assim, sonho o mundo meu e teu,
Tenho esperança, há que reaprender a acreditar
Na longa barba do Pai de Natal, que eu
E tu à chaminé víamos, num enorme dar.
Alegria que havia e há sempre que, se acreditar
Na magia do tempo e no efeito que a gente tem
Quando pensa plural no Natal, viver a dar
Mão pela mão dedilhando o verso do bem.
Neste meu ver celebro o nascimento do Menino,
Presenteando-o com o que há de mais sagrado,
Não lhe dou mirra, incenso ou ouro este ano;
Dou uma porção de amor, a partilhar ao mundo,
Que baste para solidificar laços e firmar a paz,
Todos queremos, eu trago em meu cabaz.
XI
Todos queremos, eu trago em meu cabaz
Para dar a todos de coração: saúde,
Prosperidade, amor, alegria, paz,
Esperança, amizade - felicidade.
Que meu desejo assim se concretize aqui
Para que possamos ainda desfrutar
A maravilha que é viver! Foi tudo o que pedi,
Pró Natal, pois, desejo muito amar.
Que as crianças cresçam, num mundo são,
Com o direito de serem meninos de ninho,
A brincar e viver o Natal com sapatinho;
A mão cheia de doçuras e beijinho
Sempre, a vida não é só um dia (vinte cinco), não,
A vida é dias a fio, todos precisam de carinho.
XII
A vida é dias a fio, todos precisam de carinho
Principalmente os que nada resta de uma tragédia;
A vida às vezes prega as suas partidas, ficar sozinho,
E velho para reerguer o que desfez um dia.
Ah, Cristo alumiai este reino para que haja solução
Para as gentes que andam no mundo sem norte,
Que jamais é Natal, partiu com o coração
De uma vida a trabalho e sem sorte!
Que haja justiça por uma lei que abarque todos
Que todos sejam gente de dever e direito
Para que a balança equilibre os pesos todos.
Que o espírito de Natal entre pelo ano
Novo, e com vontade para ficar ao peito,
Com firmeza para dar um mundo sano.
XIII
Com firmeza para dar um mundo sano
Cantam vozes "Natal" a canção mais linda
Que a história tem e que é mui bem-vinda
No tempo e especialmente este ano,
Ano de seca que pressagia mau tempo.
Cristo traz chuva e nela pouca tempestade,
Para sentir-mos prazer no nosso tempo,
Água e alimento em boa quantidade.
Os três réis magos, Melchior, Gaspar, Baltasar,
Enviaram mensagem a dizer que vêm a caminho,
À luz da estrela chegarão cedinho
Ao casebre de onde estão José ao lado
De Maria e do berço de palha acolchoado
Que a vinte cinco vai ter o Menino no lugar.
À luz da estrela chegarão cedinho
Ao casebre de onde estão José ao lado
De Maria e do berço de palha acolchoado
Que a vinte cinco vai ter o Menino no lugar.
XIV
Que a vinte cinco vai ter o Menino no lugar,
Tudo encaminhando pró Natal
Pelo mundo e também em Portugal,
Pelo mundo e também em Portugal,
Tudo a compor, pois, Jesus está em todo lugar.
Todos hão-de ter um presente por instinto,
Poema que escrevo em letra serena,
Não porque é Natal, mas, porque o sinto
De alma e coração e em cor morena.
Divino o que tenho à mão, certamente
Romã, de uma era de toda a semente,
Romã, de uma era de toda a semente,
Que vou articulando uma a uma para dar
À quadra natalícia o dom de amar
De alma e coração tal meu sentimento.
Grata sou por ter no caminho tão belo momento.
À quadra natalícia o dom de amar
De alma e coração tal meu sentimento.
Grata sou por ter no caminho tão belo momento.
XV
Grata sou por ter no caminho tão belo momento
Que me navega por mares jamais pensados
E traz outras histórias do acontecimento
Memorável e gente de mundos desejados.
Memorável e gente de mundos desejados.
Assim escrevo de vós e para vós a canção
"Natal", que reinará em todos os lares,
Brindando a um ano novo de ascensão,
Singela flor - estrela dos amores
Iluminando, o meu/ vosso canto, adorando
O Menino Jesus que, em manjedoura nasceu,
De sina em cruz, viveu para salvar o mundo.
Ah, poderá haver situação mais trágica,
(Humilhação/ violência) que a que Deus viveu!
A quadra de Natal é época mágica.
© Ró Mar