sábado, 29 de janeiro de 2022

INVERNO MEU




INVERNO MEU


São entardeceres que se prolongam pela eternidade
como as delongadas retas dos peregrinos
e os dias que são anões,
deleitam-se na branca neve
até que o Sol a leve consigo
como o cavaleiro leva a sua amada
e a lareira d’outrora permanece acesa
na lembrança que emerge como o vulcão
p’ra consumir as achas colhidas no verão
que estalam como foguetes
das conquistas e dos arraiais.

Calço as minhas luvas,
agarro o gorro e o cachecol,
deambulo pela estrada fora
como se fosse embora
levando o inverno meu!

Agostinho Silva | 01/2022

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

NUNCA DEIXE DE VOAR




NUNCA DEIXE DE VOAR


Nunca ter medo de voar,
Mesmo que por muito custe
Voar é sempre adiantar
P'ra frente sem desajuste!

Nunca deixe de voar,
Encontrará obstáculos
Mas, voar é sempre andar
P'ra frente ou em círculos...

Até devemos ter vitórias
Dependendo da audácia,
Criar objetivos de glórias
Em breve serão eficácias!

Quando se sentir sozinho
Tem o voo do Salvador,
Poderá voltar ao início
Com um voo Renovador!

© Maria Graciete Felizardo | 01/2022

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

"PASSAMOS PELAS COISAS SEM AS VER"

 

Passamos Pelas Coisas Sem As Ver


Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor, 
vamos caindo ao chão, apodrecidos.

© Eugénio de Andrade

  ◇

"PASSAMOS PELAS COISAS SEM AS VER"


Autores: Ró Mar e RAADOMINGOS 





I

Tão absortos, tão intelectivos!
Andamos milhas sem ver e reter
os fluidos externos, tão concentrados
na nossa vida e tão desacertados
do que podíamos ser observando!
"Passamos pelas coisas sem as ver."

II

Na verdade há um certo cansaço
quotidiano, tantos desvalidos,
Que nos deixa perplexos como nulos!
Então fechamo-nos mais nos casulos
tornando-nos quase irreconhecíveis,
"gastos, como animais envelhecidos."

III

Lá vamos tecendo o próprio viver,
com pezinhos de lã sempre podemos
tentar sobreviver à 'tempestade'!
Perante esta surreal sociabilidade
e movidos p'la voz de desconfiança,
"se alguém chama por nós não respondemos."

IV

Somos 'bichos do mato' ou 'flores de estufa'!
Não estranhamos porque endoidecemos
com o evidente caos, que invadiu
o habitat, surripiou, influiu
os sentidos de tal maneira que
"se alguém nos pede amor não estremecemos."

V

Pois, tornou-se viral certa distância
e ainda mais com tanta escassez de amor!
Tornámo-nos espiritualistas,
egocêntricos, frios, calculistas!
Acostumámo-nos a este viver
"como frutos de sombra sem sabor."

VI

Crentes de poder vir a desfrutar
dum Planeta são e desprovidos
de certos meios vamos encalhando
num suposto estar amealhando
tempo! Esquecidos, pouco a pouco
"vamos caindo ao chão, apodrecidos."

© Ró Mar 


I

Céleres neste ir que se quer a volta
passamos pelas coisas a correr;
age-se como se o hoje roubasse a hora
como se em debandada fosse embora
e nesta contenda com o relógio
"Passamos pelas coisas sem as ver."

II

Neste tom que não se desacelera
acaba-se por se ficar vencidos
e é pois imperativo um travão
comandado pla respectiva mão
para que a existência não nos rotule
"gastos, como animais envelhecidos."

III

Na roda que rapidamente gira,
parece que parco ou nada aprendemos
o mal do mundo é culpa dos loucos,
o bem interessa a muito poucos...
é como convém a ideia; e por tal
"se alguém chama por nós não respondemos."

IV

Não é boa assim uma relação,
é preciso que nos entendemos;
nada se faz aprumado em obstáculos
a união sem amor e sustentáculos
enrijece e como pedra que fica
"se alguém nos pede amor não estremecemos."

V

Habituados à sua redoma
Tratam emoções por baixo valor;
Não se interessam se há nuvens ou sol,
Se originam ou morrem no arrebol;
Alheios sem causa; sensaborões
"como frutos de sombra sem sabor."

VI

Egocentristas em prol da barriga;
principais em egos enaltecidos
discordam dos demais e só desdizem
enraizando eloquentes o que dizem
atordoam e semi inconscientes
"vamos caindo ao chão, apodrecidos."

© RAADOMINGOS
 

Sonetos do Universo | 01/ 2022

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

COM O CORAÇÃO NA MÃO




Mote:


Quantas sedas aí vão
Quantos brancos colarinhos
São pedacinhos de pão
Roubados aos pobrezinhos!

© António Aleixo

*

COM O CORAÇÃO NA MÃO


I

Ah, quanta mordomia
S´ alardeia, falácia a mais
E perspicácia demais
P'ra colmatar a miséria,
Não s´ aguenta tanta léria!
Muitos vivem com o coração
Na mão, falta-lhes o pão
Na mesa e nada s' espera
Que lhes dê razão, pudera,
"Quantas sedas aí vão"!?

II

Quantos saltitos altos
Ignoram o chinelar!?
Deve de ser p'ra não dar
Nas vistas, ou são arautos!?
Deve haver muitos asfaltos
E também muitos mesquinhos
Para tantos coitadinhos!
- Por favor e obrigado,
Repete-se o enrugado;
"Quantos brancos colarinhos"!

III

Quantos são os engravatados,
Que com chauffeur e lacaio
Veem os pobres de soslaio;
- Devem estar encharcados!
Chove, não é p'ra todos,
O pé fora do carrão
Só à porta do casarão;
Finórios, que dão migalhas
E mais umas quantas tralhas;
-"São pedacinhos de pão"!

IV

Ah, tamanha pequenez
De carácter, avareza!
Para quê tanta riqueza?
Porquê tanta escassez?
Porque não mais sensatez?
Quantos são os saláriozinhos
Pelos errantes caminhos!
Ah, são tantos os desalentos
Causados por mantimentos
"Roubados aos pobrezinhos!"

© Ró Mar | 01/2022

NO JARDIM de “ERA UMA VEZ”





NO JARDIM de “ERA UMA VEZ”


MOTE


No jardim de “Era uma vez,”
Entre um cravo e uma rosa,
Uma paixão fervorosa,
Mista de amor/ timidez,
Se dá às duas por três!
Convencida da razão,
A rosa arrancou do chão,
Para o cravo a não ver mais,
Habitam jardins virtuais,
Por seu destino ou condão!...

GLOSAS


Era um país engraçado,
Onde tinham voz as flores,
Pra falar dos seus amores,
Como o cravo enamorado,
Pela rosa apaixonado,
Eivados de candidez,
Como sã embriaguez,
Felizes como ninguém,
Olhos postos no além,
No jardim de “Era uma vez”!

Foi num sonhado jardim,
Que esta história se passou,
Ou será que alguém sonhou,
Dar à história um outro fim?
Talvez não! Se fosse assim,
Em vez de história amorosa,
Sensível deliciosa,
Seria um caso vulgar,
Sem história para contar,
Entre um cravo e uma rosa!

Mas por ter sido dif’rente,
Diga-se com certo enredo,
Vou dizer: Não é segredo!
Mas não digo a toda a gente,
Podem-me chamar demente,
Ou achar fantasiosa,
Esta história “fabulosa”,
Versando grandes amores,
Entre duas simples flores,
Uma paixão fervorosa!

Com a frescura da idade,
Pétalas vivas, viçosas,
Tinham sonhos cor de rosas,
Sem pensar na tempestade,
Que às vezes o sonho invade,
Com tal força e avidez,
Sem ter razões ou porquês,
Era a paixão inocente!
Era a idade adolescente,
Mista de amor/ timidez…

Nas mil facetas do amor,
O inexplicável se explica,
Num gesto, um olhar que fica,
Num coração sofredor,
Que é das paixões o motor,
Por vezes sem lucidez,
E até com insensatez,
Pois em verdade se diga,
Ao amor ninguém se obriga,
Se dá às duas por três!...

Mas um dia a jardineira,
Vá-se lá saber porquê,
Dali não arredou pé,
Olhando a courela inteira,
E sem pensar, à primeira,
Diga-se sem coração,
Acabou com a paixão,
Da rosa que ainda chora,
Porque a pôs dali pra fora,
Convencida da razão!

O cravo não reparou,
Que a rosa já lá não estava,
Pois nunca o abandonava!
Sem saber que se passou,
Passado tempos pensou,
Qual terá sido a razão,
De quebrar nossa união?
Sem saber que a jardineira,
Essa cruel traiçoeira,
A rosa arrancou do chão!

O cravo sempre risonho,
Quando tinha a rosa ao lado,
Estava agora abandonado,
Com ar pesado e tristonho,
Pensando inda ser um sonho,
Sem pensar noutros sinais,
Ou razões emocionais,
Mas a dona do jardim,
À rosa lhe deu um fim,
Para o cravo a não ver mais!

Para sempre separados,
Conheceram outras flores,
Fazendo novos amores,
Viram-se assim resignados!
Mas muitos anos passados,
Guardam saudades reais,
Dos tempos sensacionais,
Dessa primeira paixão,
Pois agora e desde então,
Habitam jardins virtuais!

Já foram frescas, mimosas,
Nas primaveras floridas,
Hoje murchas, ressequidas,
Das intempéries danosas,
E outras coisas silenciosas,
Que nunca se saberão,
Reza a história pois então,
Que passaram a virtuais,
A rosa e cravo reais,
Por seu destino ou condão!...

© J. M. Cabrita Neves | 01/2022

domingo, 23 de janeiro de 2022

CANTO PRA AMAR




CANTO PRA AMAR


Já ouviu o canto do Sabiá Laranjeira, um madrugador de primeira?
Se ainda não ouviu precisa ouvir o seu trinar delicado, de rara beleza, que abre o dia, de forma doce chamando pela companheira, a plenos pulmões às 5 horas da manhã, assim que o dia clareia.
Isso que é amor!!
Me emociona as lágrimas o seu cantar, que é uma declaração escancarada à vida, na sua mais simples forma de amar, em harmonia e em sintonia com a natureza, que se traduz no canto afinado, que nos convida a partilhar de cada momento, que precisa ser intensamente vivido como o único, a ser sentido e conquistado!

© Noeli de Carvalho

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

MEMÓRIAS DE INFÂNCIA




MEMÓRIAS DE INFÂNCIA


Tinha um lago por perto onde morava,
Onde coaxavam noite fora as rãs,
Até ao despertar pelas manhãs,
Onde pela janela o sol raiava!

Ir ao pomar colher umas maçãs,
Que frescas em jejum logo trincava,
Assim, feliz, meu dia começava,
Rodeado de tantas coisas sãs!

Na chaminé lá estava na lareira,
A panela de barro ou cafeteira,
Onde tinha o café sabor divino!

Junto às brasas faziam-se as torradas,
Que com banha de porco eram untadas,
Dando um pequeno almoço bem genuíno!...

© J. M. Cabrita Neves | 01/2022

domingo, 16 de janeiro de 2022

ESPERANÇA




Mote:


Nasce alegria num nada
Que surge no horizonte
E nos vem dar a lufada
De ar fresco assim pela fronte...

© Joaquim Sustelo

*

ESPERANÇA


I

Quando a esperança opera
O viver amargurado
Regressa ao tempo passado
E volta a volta supera
Tristeza que não s' espera;
P'la positiva a 'coitada'
Desvanece e fica em nada!
Ao construirmos o futuro
Como tempo mais seguro
"Nasce alegria num nada."

II

Luz divina, que s' abraça
À vida e espalha amor
P'lo mundo cuidando dor
Na teia que desembaraça
Os pensares e com graça
Nos cutuca bem defronte
Consolidando à fronte
Um desvelar de sonho
Tornando o dia risonho,
"Que surge no horizonte."

III

Distraidamente s' envolve
E funda serenidade,
Que perfaz felicidade;
Olha o redor que move,
Agita-nos e promove
Momentos numa passada
Revigorante plantada
No topo duma montanha
Onde o sal do mar s' entranha
"E nos vem dar a lufada";

IV

Os pensamentos clareiam
A noite e surge poesia,
Que nos traz um novo dia!
Então, as ondas penteiam
E os cabelos bronzeiam;
Sol planeando o horizonte
Fazendo de ponte ao monte,
O qu' inventa alma grandiosa;
Gente que está desejosa
"De ar fresco assim pela fronte..."

© Ró Mar | 01/2022

CURIOSA… MENTE




CURIOSA… MENTE


Há sempre algo de novo em pensamento,
Mesmo que ainda envolto na neblina,
Em que a nossa visão mal descortina,
Que estado de alma o traz, que sentimento!

Toda a complexa mente me fascina,
Ao ponto de sentir deslumbramento,
Pois é vítima, réu e julgamento,
Pondera, dá conselhos, vaticina…

Sua organização, funcionamento,
Tem em cada secção, departamento,
Os assuntos por ordem de grandeza!

Basta que a gente pense o que pretende,
Que logo no arquivo a luz se acende,
A indicar a pasta onde isso reza!…

© J.M. Cabrita Neves | 01/2022

SERÁ QUE ALGO NOS FALTA?




SERÁ QUE ALGO NOS FALTA?


Todos os limites humanos
Sendo em si mesmo insondáveis
Chegam onde ninguém pensa
E o amor que se tem,
Se é verdadeiro, como convém,
Nunca exige recompensa.
Será que algo nos falta?

Quem de nós tem consciência
De estar acima de toda a culpa
E de toda a suspeição?
Não sejamos, dos outros, juízes
Para não perdermos raízes
Nem a paz do coração.
Será que algo nos falta?

Há sempre quem se alimente
Do condimento da inveja
E do húmus da inquietude,
Não façamos presunção
De querer ter sempre razão
Sem conhecer a virtude…
Será que algo nos falta?

A quem o agrediu, soubemos
Que a outra face volveu
O tresloucado Nazareno.
Ecce homo, por entre gritaria
Todo o ódio suportaria
Do bicho humano tão pequeno.
Será que algo nos falta?

Ter consciência do Mundo
Não é o mesmo que tê-la de nós
É bem claro este horizonte:
Por não nos conhecermos bem
Julgamo-nos ser alguém
E pomos máscara na fronte.
Será que algo nos falta?

Esta é a minha liberdade!

© Frassino Machado

sábado, 15 de janeiro de 2022

"TRÊS HUMILDES REIS CHEGARAM"


 

"TRÊS HUMILDES REIS CHEGARAM"


Guiados pela estrela mor
"Três humildes Reis chegaram"
À cabana do Senhor
Em Belém e o adoraram.

"Três humildes Reis chegaram"
À manjedoura e Jesus
Co' muito amor presentearam
Agradecendo a sua luz.

"Três humildes Reis chegaram"
P'ra ver e ouvir o Senhor;
Os Magos, que capricharam:
Baltazar, Gaspar, Melchior.

"Três humildes Reis chegaram"
Co' incenso prá divindade;
Ouro ao reino que louvaram
E mirra prá humanidade.

"Três humildes Reis chegaram"
P'ra celebrar o Natal,
A paz e a alegria espalharam
Com o mérito universal.

© Ró Mar | 01/2022

Mote de Liliana Josué: "Três humildes Reis chegaram"

COROA DOS REIS


Autores: Ró Mar e RAADOMINGOS




COROA DOS REIS


O Dia dos Reis


"Havia luz vinda da gruta de Belém",
Que se fazia sentir em todo o universo,
Hora de agradecer a dádiva do além
E de adorar a manjedoura (berço).

O filho de José e Virgem Maria
Tinha nascido, o mundo parecia salvo,
As famílias reuniam com alegria
E o dia nítido dissipava o fuscalvo;

A paz reinava incutindo mudança
Nas populações, todos e mais alguém
Unidos num elo frutífero, esperança;

 A prova de que todos são iguais provém
Do amor de Cristo, qu' inspirava confiança;
"Havia luz vinda da gruta de Belém."

© Ró Mar 

*

"Havia luz vinda da gruta de Belém"
Iluminando os trilhos da escuridão;
Crentes, que o caminho os levava além,
Não temem os ímpios de coração;

Juntinho à sua mãe e ao pai terreno
Observam três Magos, o grande brilho
Sublime espelhado no rosto nazareno,
Admiração sentem de Jesus filho!

Que guiados os presentes lhe trouxeram,
Menores diante do brilho que o Rei tem
Na devoção, assim o comprovaram!

Pois, quando chegaram a Jerusalém
Nem duvidaram, sempre o souberam;
"Havia luz vinda da gruta de Belém."

© RAADOMINGOS

 *

"Havia luz vinda da gruta de Belém"
Suficiente p'ra salvar a humanidade
S' os homens praticassem sempre o bem,
Clima de paz franqueando felicidade.

Era a festa da vida feita de amor
E 'sperança num dia seis de Janeiro
Honrando os Reis: Gaspar, Baltasar e Melchior
 (Simbólicos); louvor ao 'Verdadeiro'.

Os Magos, que guiados p'la Estrela Mor
Chegavam ao Menino nascido em Belém
E o presenteavam com o devido valor;

Era mirra, incenso e ouro, que provém
Da humildade de gente sábia  e com amor,
"Havia luz vinda da gruta de Belém".

© Ró Mar 

*

"Havia luz vinda da gruta de Belém",
Era Natal, faziam por celebrar
Messias e o Dia dos Reis como convém,
Cantavam as Janeiras par 'agraciar.

Dia de comer cinco grãos de romã
"Em louvor dos Santos Reis" pedindo
Desejos e guardar a coroa da romã
Co' uma moeda p'ra ver o ano luzindo;

Saborear o afamado bolo-Rei ou Rainha
E agradecer a Deus p'lo ano que vem
Brindando com Porto de nobre vinha.

A alegria é o melhor p'ra dar a alguém!
O povo reunia à volta da estrelinha,
"Havia luz vinda da gruta de Belém"!

© Ró Mar  

*

Sonetos do Universo | 2022

sábado, 1 de janeiro de 2022

ELÉTRICO DA CARRIS


Fotografia de Ró Mar


ELÉTRICO DA CARRIS


Parece-me um acervo do museu da Carris,
É o que a imagem e a placa do elétrico me diz!
Por norma é amarelo e desconheço a intenção
Talvez o chamariz seja a origem da função!

Já andei. Não em jeito de veraneio;
Era pequena não me recordo do itinerário!
O ziguezagueio que ele oferece diário,
Traça do passeio um belíssimo cenário!

Há também a versão vermelha histórica.
Não sei se passa na igreja de S. Vicente de Fora ou é o da carreira 28 !?
Seja qual for do elétrico o circuito
Não destrona nem um nem outro!

São lindos, são pitorescos,
Fazem parte da história de Portugal.
A ideia não foi nossa;
Já outros primeiros, tiveram igual.

Mas o que é certo é que fazem da nossa bandeira um local atrativo para visitar Lisboa.
Neles circulam turistas, fazendo muitas visitas sem deles - coisa boa - terem que sair do lugar!

Ele é ruas estreitinhas, largas ou zonas ribeirinhas, miradouros, cais...
Subidas ou descidas, duas, três, sete colinas...
Cá nada de gasolinas, só sob o carril.
De vê-lo; a Baixa Pombalina o Castelo - outros mais - sob o céu anil sorriem...
Tudo é belo quando nele andas e vais...

© RAADOMINGOS | 01/2022

PASSAGEM DE ANO




PASSAGEM DE ANO


Mais o findar de um ano e a tradição,
Com passas, o champanhe e uma nota,
Enquanto o velho ano se enxota,
Para levar a dor e a escuridão!

Porém porque a crendice não se esgota,
Formulam-se desejos na ilusão,
Que haja do Universo intervenção,
Para dar ao Destino nova rota!

Também se comem bagos de romã,
Crendo que o sol irrompa no amanhã,
Com risos de crianças saltitando!

Olhos no horizonte da esperança,
De acreditar a gente não se cansa,
Enquanto anos e anos vão passando!...

J. M. Cabrita Neves | 1/01/2022

"ANO NOVO, BRILHA O SOL"




"ANO NOVO, BRILHA O SOL"


"Ano Novo, brilha o Sol"
Cobrindo o nosso Planeta
Num amigável lençol
D' esperança, que profeta.

"Ano Novo, brilha o Sol"
Num mar azul índigo,
O dia renasce ao arrebol
E o universo em paz consigo.

"Ano Novo, brilha o Sol"
P'las almas inspirando
A pensamentos em prol
D' afectos, replicando!

Neste sublime farol
A humanidade renasce,
"Ano Novo, brilha o Sol"
E que sempre nos enlace!

Viver no espectro de luz
Escutando o rouxinol
Da boa-nova, o que traduz:
"Ano Novo, brilha o Sol."

Se houvesse Paz, saúde e amor
Tricotar-se-ia o cachecol
Gigante e multicolor!
"Ano Novo, brilha o Sol."

© Ró Mar | 1/01/2022

Mote de Joaquim Sustelo: "Ano Novo, brilha o Sol"