quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

BOM E FELIZ NOVO ANO DE 2016




BOM E FELIZ NOVO ANO DE 2016


Chegando o final de mais um ano, em que provavelmente para muitos não foi fácil de digerir, cabe-nos continuar acreditando que tudo é possível com uma boa dose de boa vontade e o espirito renovado, para que o novo ano seja motivo de inspiração e muito mais. Que seja um ano diferente, de mudança, no bom sentido. Que traga a todos nós muita saúde, coragem e sobretudo paz. Que o mundo se torne mais homogéneo para que todos tenham de igual modo um papel relevante a desempenhar na sociedade.
Agradeço a todos os amigos virtuais que me têm acompanhado ao longo do ano e desejo que sempre sintam que o meu coração continua convosco, apesar de distantes, têm um lugar cativo no meu coração. A todos o meu sincero desejo de um novo ano, repleto de alegrias, e o meu muito obrigado. Bem hajam.
Estamos prestes a deixar um ano, que apesar de tudo nos deixa muitas saudades, quero e tenho muito em consideração que este até já seja um sempre presente nos vossos corações. Logo, logo, daqui a umas horas, vos espero com o mesmo carinho de sempre.
BOM E FELIZ NOVO ANO DE 2016.

© RÓ MAR

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

O MEU ADEUS A 2015




O MEU ADEUS A 2015


Neste derradeiro momento de 2015,
Que eu deixo com imensa saudade,
Levo comigo as melhores memórias
De momentos vividos com histórias.

Receio o meu que o ano de 2016
Me traga surpresas desagradáveis,
Vivendo assim momentos instáveis,
Sem futuro, bastante decepcionado.

O adeus a 2015 é de inconformado 
Com o que de pior me aconteceu,
De tudo que passei estou habituado,
Muita coisa de má-fé me sucedeu.

Espero manter os mesmos amigos,
Pra me seguirem nas redes sociais
E eu poder oferecer a minha poesia,
Com muito amor, carinho e magia.

Ruy Serrano

ANO NOVO




ANO NOVO


Um Ano Novo começa,
Eis uma nova aventura,
Vamos vivendo sem pressa,
Pra não entrar na loucura.

Do Velho ninguém se esquece,
Que foi um ano bem duro,
O povo já reconhece,
Que lhe tramam o futuro.

Vida nova, Ano Novo,
Procura ajudar o povo,
Faz o bem, como o queres,
E que Deus se lembre de nós,

Faz ouvir a tua voz,
O mais alto que puderes.
Ano Novo Vida nova,
Um Bom Ano de mudança,

Não nos enviem prá cova,
Que em nós há sempre uma esperança.

Fernando Figueiredo

A CONFIDENTE DE MARIA




A CONFIDENTE DE MARIA


Conta uma lenda encantada,
Que uma discreta cotovia
Cantava de madrugada
Chamando a Virgem Maria.

Desde os tempos do Egipto
Pro Deus - Menino salvar
Avisava com seu grito
Se estava alguém a chegar.

A jumenta no seu caminho
Calcorreava as estradas
E a ave com todo o carinho
Apagava suas pegadas.

Além dos negros tiranos
Cotovia tinha um estorvo
O perigo dos milhanos
E o malefício do corvo.

- Não grunhas, ó belzebu,
Que alertas os cavaleiros
Amaldiçoado sejas tu,
Agoiro dos caminheiros.

- Também tu, ó bem-te-vi,
O maior dos fingidores,
Com o teu keri-xi-gui 
Despertas os malfeitores.

- E vós, aves amaldiçoadas,
Ide pr´ ós quintos do inferno
E deixai as pessoas sagradas
No seu sossego e governo.

- José, Jesus e Maria
Se a saúde me consente
Serei, como cotovia,
Vossa amiga e confidente.

A avezinha encantou
A Virgem Maria sorriu
Jesus d´ alegria chorou
E até José consentiu…

De Belém até ao Delta
Esta Família Sagrada
Agradece à ave esbelta
A Sua vida abençoada!

Frassino Machado

In MUSA VIAJANTE

sábado, 26 de dezembro de 2015

INDIFERENÇAS...


Belíssimas Imagens


Indiferenças…


É nessa grande indiferença
Que eu vou sobrevivendo
Não sendo tua pertença
Porquê isto… Não entendo

Este mundo poderia ser
Um mundo bem diferente
Em que a pobreza de um ser
Não nos deixasse indiferente

Mas não… Isso não acontece
Passais por eles, olhais para o lado
E o vosso coração até se esquece
Que poderia ser este o vosso fado

É nessa terrível amargura
Que eu tenho o pensamento
Porque essa grande desventura
Me faz passar um mau momento

Sonho em aplicar certos propósitos
Mas depois esbarro nos porquês
Desses loucos que são depósitos
Do lixo que nem eu nem tu vês

Ou será que até o vimos
Mas nisso não queremos crer
Em vez de nos servir, os servimos
Até que a fome possa desaparecer

Alguns são acidentes de percurso
Pela falta de uma palavra amiga
Quando o sei fico pior que urso
E às vezes já nem sei o que diga

É por isso que há Natais
Que a mim não me dizem nada
Só palavras e outras que tais
Mas falta aqui mão duma Fada

Uma mão de quem queira ajudar
Na procura dum pouco do seu tempo
No tempo o homem se pode encontrar
E fazer dele o seu melhor momento

Há pois que tentar minorar
A vida que alguns estão a viver
Que num Natal esses se possam ajudar
E nessa ajuda todos sintam que é um dever

Armindo Loureiro

UM OLHAR DENTRO DE MIM




UM OLHAR DENTRO DE MIM


Tenho vivido absorto, alegremente
O tempo flui de forma displicente,
E a vida é curta, deve ser vivida.

Neste pisar de palco permanente
Digo p’ra mim, de forma consciente:
- Não há farsa maior que a minha vida.

Se chorar quero, rir, ou admirar-me
A Deus dar graças, reconciliar-me,
Comigo: Oro - a prece é um fortim.

Sempre que me pondero e me aprofundo,
E me apetece escarnecer do mundo,
Não tenho mais que olhar dentro de mim.

(Refletindo sobre um texto de António Vieira)

Aníbal Raposo

A VIDA E SUAS TRANSFORMAÇÕES...


Imagem - Bellissime Immagini


A vida e suas transformações…


Ao longo da minha vida
Já me despedi de muita gente
Uns de forma sentida
Outros, algo ausente
Mas a vida é mesmo assim
Por muito que julguem que não
Às vezes digo-me só a mim
Isto é tudo uma transformação
Transformam-se nossos valores
Transformam-se nossos quereres
E pro pó vão os amores
Que nos deram nossos seres
Jamais me vou esquecer
De quem fez algo por mim
Que me ensinou a ter prazer
Nesta vida que é assim
Primeiro foi o meu pai
A partir deste mundo
E minha alma logo se esvai
Num pensamento tão profundo
Depois foi meu irmão
O que nos dava mais alegria
Tocava-nos com sua paixão
Em seus dedos havia magia
Por fim lá foi a mãe
Aquela que tudo nos deu
Com os outros vós vos dai
Foi tudo o que ela prometeu
E agora pensando bem
Lá teremos que nos preparar
Porque todos os dias parte alguém
Dos amigos do nosso amar
Era em vida um querido
Mas o vamos esquecer
Nem sempre se vota sentido
Ao que acontece a outro ser
Mas temos que o ter presente
Pois um dia a nós acontecerá
E se o fizermos de forma consciente
É na vida o melhor que há
Vivamo-la pois com muita alegria
Sem descurar os que partiram
Porque na natalidade há magia
É a renovação como todos viram
E eu nisso o que posso dizer
É que não colhi esse fruto
Não senti em vida o prazer
Para te dizer… De ti desfruto!

Armindo Loureiro

UM VIZINHO SORTUDO




UM VIZINHO SORTUDO 


Estar hoje com bom aspecto
Dá sempre ar de boa vida
Ou se há um novo projecto
Logo há festa apetecida.

- Vê-se que teve bom Natal
E bons sabores com afecto
Pois será mesmo natural
Estar hoje com bom aspecto.

- Acha qu´ é dessa festança?
E se for coisa parecida
Ao haver qualquer mudança
Dá sempre ar de boa vida…

- Conte lá, ó amigo Zé,
Não se mostre contrafeito,
Duvido que seja o que é
Ou se há um novo projecto…

- Qualquer negócio que haja
Acho qu´ é coisa divertida,
Daquelas de fazer inveja,
Logo há Festa apetecida.

Este amigo, Zé Qui Tolis,
Quase sempre muito sisudo
Está agora, ao ser feliz,
Com cara d´alguém sortudo…

Pois isso mesmo aconteceu:
Saiu-lhe ontem a Lotaria
Que todo ele envaideceu
Ao entrar em euforia.

- Com que então, não dizia nada,
Eu não tenho nenhuma inveja,
A quem saiu a fornada
O maior bem se lhe deseja…

- Não foi nada de especial.
Nem sequer anomalias, 
Apenas saldará afinal
Do Natal as iguarias…

E assim o amigo Zé Quitolis,
Sem ser um milionário,
Não passa do que se diz
Mas tão só imaginário.

O ter sorte ou não ter sorte,
Em convenção informal,
Para o fraco ou para o forte
É um negócio assaz banal.

Num sorteio de emoções,
Que a vida humana molesta,
Morrem sempre os corações
Haja ou não alguma Festa!

Frassino Machado

In AO CORRER DA PENA

UM SORRISO PARA O MUNDO




UM SORRISO PARA O MUNDO


Sorrio para o Mundo, meu superior amigo,
Neste momento da passagem de novo ano,
Espero que o Mundo também me abrace,
Com a esperança de mais e melhores dias.

O meu sorriso é genuíno e muito generoso,
Reflete o meu verdadeiro sentimento de Fé
Nos seus guardiães, que são os seres vivos,
Que Deus enviou à Terra pra seu pastoreio.

Acredito nos homens de nobres intenções,
Sei que são almas abertas ao são convívio,
Deixemos pois abertos os nossos corações,
Troquemos beijos e abraços como amigos.

Que a natureza e todos os seres vivos sejam
Um todo do nosso Globo, em sã tolerância,
Sem ambições, nem agressões, verdadeiros
Irmãos, filhos de Deus, de fé e abundância.

Que o ano de 2016 seja uma nova esperança
Para quem acredita no futuro mais solidário,
Menos competitivo, sem egoísmo e atrativo,
De plena felicidade para toda a humanidade.

Ruy Serrano

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

LEMBRANDO NATAIS DE OUTRORA...




Lembrando Natais de outrora…


Nunca fomos todos à mesa
Porque nem todos existíamos
Mas na mesa houve sempre beleza
Porque em maioria sempre resistíamos
Hoje, as coisas são diferentes
Porque alguns começaram a partir
E em seus novos lares todos contentes
Acabaram por de cá desistir
Mas nem todos partiram da mesma maneira
Pois alguns acabou-se o seu tempo
Não sei porquê, apetecia-me dizer uma asneira
Pelos motivos que eu lamento
Primeiro foi o nosso pai
E aí foi um descalabro total
Mesmo a quem a seus sai
Acaba por jamais ser igual
Depois o artista do Grupo
Que nos deixou antes do tempo
Quem o levou merecia um apupo
E também o meu lamento
Por fim há alguns dias
A nossa querida mãe
Tiraram o resto das alegrias
Quando a vida assim se esvai
Custa muito estar sozinhos
E eu que sou só e a mulher
Faltam as corridas dos meninos
É Natal para quem souber
Natal que brincadeira
O que eu não gozava em pequeno
Não era por esta ou por aquela asneira
Que o clima interno não era ameno
E então, até aos meus dez anos
Que era o tempo de mais dificuldade
Todos os existentes se sentiam ufanos
É desse tempo que tenho saudade
Depois fomos crescendo
E partindo daqui, para fora
A Guerra que agora não entendo
Levou os rapazes… Foram embora
Alguns por lá ficaram
Jamais aqui vieram
Mas os nossos sempre voltaram
Só foram embora porque quiseram
Ou então para cumprir
Com aquilo que é a lei da vida
Outro lar, outro sentir
Nova vida de forma sentida
E agora o que dizer
Se a vida é mesmo assim
Há que no pouco sentir prazer
E do pouco estar afim…

Armindo Loureiro

É NATAL (?)




É Natal (?)

.........................
De pé, junto da janela
tento ignorar a figura
que a vidraça me devolve;
se antes fui tão bela,
alegre, divertida, inocente e pura
hoje a tristeza me envolve...
Lembro de outros Natais,
que tive na minha infância
e de outras festas mais,
que bom era ser criança!
Hoje sou árvore morta
seca e carcomida,
onde nem os pássaros fazem ninhos
(pois preferem outras rotas)
que um dia tive e gerei vida
mas os meus passarinhos
ganharam força, bateram asas
formaram os seus ninhos...
O tempo passou, hoje têm as suas casas...
Tive um desastroso casamento
que me roubou todo o sonho
trouxe-me sofrimento 
e um futuro medonho...
Depois conheci o desamor,
veio a melancolia, a solidão
e outros sentimentos negativos
que feriram meu coração
inundando-o de dor...

Maria José Correia

A COISINHA NATAL



................a coisinha natal


Como é possível a coisinha natal
ser uma máquina de tortura e loucura
de punhos cerrados em cima das mesas
numa cadencia de crianças esquecidas,
velhos abandonados e mãos a pedir estendidas
que até a coisinha natal se envergonha
de tanta desonra
por não haver um natal com honra
sem as lágrimas dos homens ignorados
e desprezados........!

A estes...... e só a estes..... e a mais ninguém
sinto a obrigação de PEDIR..... tenham...... NATAL !

Carlos Lacerda

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

O MUNDO FELIZ




O MUNDO FELIZ


Esta manhã estava muito frio
No ar uma intensa humidade 
Caminho pela margem do rio
Pensando na minha sanidade

Será que serei apenas eu o louco 
Que olha para o mundo com alegria 
Apesar de ser pobre e ter tão pouco 
Vibro sempre com o nascer do novo dia

Existe no mundo algo mais belo que a vida
Poder acordar com os sons da natureza 
Por muito que a vida seja dura e sofrida
Podemos ser muito felizes tenho a certeza

Continuei pela margem do rio a minha caminhada
Dizendo bom dia a todos os que por mim passavam 
O nevoeiro era muito intenso quase não via nada
Ao fundo um casal de namorados se abraçavam 

Senti no momento que não era nenhuma loucura 
Os meus sentimentos sobre o nascer do novo dia 
No mundo ainda existe uma imensidão de ternura
Só temos de ter Fé e o Amor aparece como magia 

Paulo Gomes

NATAL E A FAMÍLIA




NATAL E A FAMÍLIA


Está chegando o Natal
e eu ansiosa que passe
só queria que nesse dia
ninguém de mim se lembrasse.

É um dia especial para a família
e eu já tive um natal assim
minha família hoje pequena
quero que ninguém se lembre de mim.

Minha família é pequena, é verdade!
Mas, do tempo das grandes famílias
é desse tempo que tenho saudade
com tão pouco se era feliz bastava amor
aquele amor verdadeiro e de fraternidade,

Quem não gostava do Natal?
Eram pequenos e graúdos a confraternizar
era Natal, dos ricos e dos pobres
mas todos à sua maneira sabiam festejar.

Jesus que vinha ao mundo, para nos salvar
e todos queremos um mundo melhor,
hoje pedimos para Ele olhar,
com seus olhos de amor profundo
vem depressa sim Jesus,
com as guerras acabar, e o nosso mundo salvar.

Joana R. Rodrigues


terça-feira, 22 de dezembro de 2015

UM SANTO NATAL


Imagem - Rodrigo Camara Borges


Um Santo Natal


"Menino Jesus"
Que nasceste 
Na manjedoura, em Belém...
José,
Filho da Virgem Maria
E Deus Salvador...
Jesus Cristo,
Cordeiro de Deus,
Que nasceste
Como outra criança qualquer,
És o Único, o Supremo, um "Anjinho".

Jesus da Nazaré,
Filho de Deus,
O Salvador,
Que ao nascer 
O Mundo se fez Luz 
E Paz...
Dai-nos a União
Na benção 
Do Teu Coração.

Menino adorado
Por Pastores
E os Três Reis Magos...
Que te deram a divindade 
De seres o escolhido,
O eleito, purificado
Por Deus Pai,
E amado por Maria 
E José.

És o Salvador 
Da Humanidade,
Que nasceste 
Em bagos
De Humildade.
E foste crucificado 
Para dar 
Ao Mundo
O Espírito Santo.

É a ti 
Que adoro,
E é em ti
Que me vejo.
E ao Mundo 
Dou uma palavra 
De Carinho, Amor,
Justiça e Paz,
A nossa Salvação.

"Menino Jesus"
É Natal...
A Estrela Guia
Me trouxe até ti,
E com todo o Amor
Vou adorar 
O Teu Nascimento,
Não em Belém,
Mas no meu Coração,
Pois graças a ti 
Existo.

A Todos Desejo
Um Santo 
Natal...
Com muita Paz, 
Saúde e Amor.
Creiam que há sempre um "Menino Jesus",
Em qualquer 
Parte do Mundo.
Olhem o Céu...há uma Estrela
Que brilha mais, sigam-na, é a luz 
Do vosso caminho,
E será Natal...
Em toda a Humanidade.

© RÓ MAR

FELIZ NATAL



NATIVIDADE




NATIVIDADE 


Dezembro…
nasce o Poema
e é Luz
abrindo trevas
d’ antanho
poema que é 
também cruz
dum madeiro
sem tamanho…
nasce o Poema
e é Mar
na vida toda 
sem cais;
é difícil
alcançar
vida igual
para iguais!
Nasce o Poema
e é Mágoa
de futuros 
tão diversos
poema escrito
na água
que corre
pelos meus versos…
nasce o Poema
e é Pranto
desespero d’ esperar
por um Natal
todo encanto
em igualdade
sem par!...

Maria Mamede


SONETO AO INVERNO




Solstício de Inverno - O dia mais curto do ano... 


Entramos hoje, dia 22 de dezembro, no inverno, a mais fria das quatro estações do ano.
 

Soneto ao inverno


Inverno, doce inverno das manhãs 
Translúcidas, tardias e distantes 
Propício ao sentimento das irmãs 
E ao mistério da carne das amantes:

Quem és, que transfiguras as maçãs 
Em iluminações dessemelhantes 
E enlouqueces as rosas temporãs 
Rosa-dos-ventos, rosa dos instantes?

Por que ruflaste as tremulantes asas 
Alma do céu? o amor das coisas várias 
Fez-te migrar - inverno sobre casas!

Anjo tutelar das luminárias 
Preservador de santas e de estrelas... 
Que importa a noite lúgubre escondê-las?

Vinicius de Moraes

A MAIOR DESGRAÇA DE UMA NAÇÃO POBRE



Mia Couto

PORQUE É QUE É ASSIM...




Porque é que é assim…


Para mim, ó grande cidade
Estás repleta de pecado
Não… Não é da idade
É do uso que te foi dado
Estes homens sem pavor
Que te fazem agonizar
Cospem no solo o seu humor
Porque apenas sabem gozar
Não têm respeito por ninguém
Deitam tudo ao caixote do lixo
E até julgam ser alguém
Mas o bem não é o seu prefixo
Há homens de várias cores
Desde o Branco ao Amarelo
O Negro e o Vermelho nas suas dores
Não é bonito, isso vê-lo
É o Branco o pior
Dos humanos ao cimo da terra
Pisa tudo, ao seu redor
E até o seu familiar ele ferra
Ele há gente sem consciência
Que nem vê seu próprio prejuízo
Pelo dinheiro tem tal apetência
Não se importa de morrer sem ciso
Que lhe importa o mau odor
Se a sua carteira jaz repleta
O dinheiro o seu único amor
É essa de sempre a sua meta
Diz não à ecologia
Diz não à amizade
Vive no meio da porcaria
Essa sim, a grande verdade!

Armindo Loureiro 


SIMPLESMENTE AMOR



Vania Rocha


segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

A MINHA CARTA AO PAI NATAL




A MINHA CARTA AO PAI NATAL


Olá querido Pai Natal
Resolvi pela primeira vez
Escrever um pedido especial 
Bem não é um mas sim três 

Irás pensar que sou muito crescido 
Que já não tenho idade para brincar
Que a minha carta não faz sentido
Que não tenho idade para sonhar 

Mas mesmo assim eu vou insistir 
Porque o pedido não é para mim
Tudo aquilo que nesta carta vou pedir
É um grito de revolta para por um fim

Sim um fim aos mendigos em Lisboa 
Que os políticos não querem saber
Se têm fome ou se alguma dor lhes doa
Se estão vivos ou se estão a morrer

Pensam os governantes que são letrados
Mas estão completamente enganados
Dizem desenvolver o turismo em Portugal 
Que País como o nosso não existe igual

Até poderiam ter razão se o turismo fosse só de dia
Mas pela calada da noite Lisboa vira outra cidade
Com as ruas, os túneis cheios de mendigos em agonia
E os políticos escondendo esta nossa verdade

Então este meu pedido é muito simples Pai Natal
Desejo um lar para todos os mendigos no Mundo
Poderá parecer um pedido exagerado ou sentimental 
Mas não há nada mais triste que a vida de vagabundo

Paulo Gomes

NOITE DE NATAL



Helena Martins

NATAL NOVELA




NATAL NOVELA, 

Jesus versus Pai Noel 

“Natal de 2015”


À entrada do hipermercado
Viram-se Jesus e Pai Noel 
Cada um muito empenhado
Falando do seu papel.

Jesus co´ as mãos a abanar
Mas firme na Identidade
Pai Noel, saco a abarrotar,
Todo cheio de vaidade.

“- Quem és tu, imberbe garoto,
Que andas por aqui a fazer?
Assim descalço e todo roto
E a precisar de comer…

Não te tenho visto por aqui
E muito menos sozinho,
E, segundo eu já entendi,
Estás mesmo um coitadinho…

- Ando a ver as novidades,
Sou o Jesus de Nazaré
A mais humilde das cidades
Filho de Maria e José.

Eu trabalho na oficina
Para o nosso ganha-pão
E às vezes peço na esquina,
A quem passa, o meu quinhão.

- Eu sou oriundo da Lapónia
E venho aqui a abastecer
E já agora sem cerimónia,
Vou por aí… a oferecer.

Tu, coitado, já foi tempo, 
Em que eras um senhor,
Agora não tens sustento
E cada vez estás pior.

- Tu tens dinheiro pra tanto?
Passas a vida a esbanjar,
E eu para aqui feito santo
Sem nada pra arrecadar…

O meu pai morreu há pouco
Minha mãe faz pela vida
E eu até dou em louco
Para lhe trazer a comida.

- Quanto a mim, sou solteirão
E sou muito divertido
Mas, pelo sim pelo não,
Ponho tudo em sentido.

Não digas nada a ninguém,
Aqui quem manda sou eu
E ando sempre num vaivém
Para ver se compro o céu…

- A ver se compras o céu?
Não estou a compreender
Lá quem manda é Pai meu
Que não dá o braço a torcer.

E se algo vier a falhar,
Na vida que se tiver,
Ele está pronto a ajudar
Seja homem ou mulher.

- Isso dizes tu, ó fedelho,
Aposto que o Céu tem preço
E eu, mesmo sendo velho,
Vou virá-lo do avesso.

O que importa é o negócio,
De tudo o que seja útil,
E se queres ser meu sócio,
Pára de seres um inútil.

- Não gosto de te ouvir,
Tens a mania que és rico,
Mas ainda me vou rir
Do teu reles mexerico.

Cá por mim, procuro casa
Que me queira aconchegar,
Um caldinho e uma brasa
Já basta pra m´ agradar.

- Então, tens muito que penar
Toda a gente anda tesa,
Mal chega pra desenrascar
E não há que pôr na mesa.

O que vale eu dou um jeito,
Ponho tudo em promoção,
Quer tenha ou não defeito,
E agora… nesta estação…!

- Dizem que entras pela chaminé
Mas não tens idade pra isso…
Ademais, então se o não é,
Como assumes teu compromisso?

- Oh pá, vejo qu´ és um imberbe,
Se não posso levar o frete
E o trenó de pouco me serve,
Deito a mão à internet…

- Ena, fico muito admirado
Por tu seres tão esperto,
Cá por mim, pobre coitado,
Limito-me só ao afecto.

Nasci pobre e sobre a palha,
Pouco tenho para dar
Mas cada ano, Deus me valha,
Sonho o mundo conquistar.

- Oh pá, deixa-te de conversa,
Hoje em dia no mundo inteiro
A paixão que mais interessa
É o cheirinho do dinheiro.

Por isso promovo as compras
E, à vista de tanta prenda,
As crianças até ficam tontas
E os adultos não têm emenda.

- E lá por que és da Lapónia,
Terras de muita riqueza,
Não achas que é ideia errónea
Incentivar a despesa?

Há por cá necessidade,
E tu andas ao contrário,
Em vez de felicidade
Só provocas o calvário.

- Oh, oh, oh, oh, és um néscio
E tens a tua cabeça oca
Pior que tu, só o Lucrécio
Que de ciência tinha pouca.

O mundo não é eterno,
Há que saber aproveitar,
Entre o céu e o inferno
Alguma coisa há-de ficar…

- Pois, finges ter seriedade
E que tens muito valor,
Mas eu, com menos idade,
Aposto tudo no amor.

Se não crês nesta mensagem
E só pensas em explorar
Inverte a tua viagem
E deixa as crianças sonhar.

- Ter coisas é o mais natural -
Estás bastante enganado –
Todo o ambiente de Natal
É o meu Império encantado.

Reforço nele meu estatuto
E uso de todos os meios
Que esta semente dê fruto
Cá nestes meus sacos cheios.

- Sacos cheios, desilusão,
Vê-se bem a resultante,
Fica vazio o coração
E a família muito distante.

Sou criança, sim, criança
E um futuro quero ter,
É essa a minha esperança
E com ela quero viver.”

Acabou aqui a estória
Deste encontro ocasional
Que ficará na memória
Dum qualquer outro Natal.

O Menino Jesus deu cartas
Pai Noel enfiou o barrete
Foi-se embora e virou as latas 
Pra Lapónia, como um foguete!

Frassino Machado

In JANELAS DA ALMA

PRENDAS DE NATAL




Prendas de Natal


Feliz Natal vou desejar,
Aos amigos, que é o tema,
Não há prendas para dar,
Mas aqui vai um poema.

As prendas são os carinhos,
E abraços de amizade,
São estradas e caminhos,
Com rumo à felicidade.

É ter ao lado um amigo,
Que pode contar contigo,
Com palavras de calor.

Desejar um Bom Natal,
Sem prendas, mas não faz mal,
Mas com intuição de amor.

Fernando Figueiredo

DÁ - ME SENHOR




" DÁ - ME SENHOR "


Dá-me Senhor, um sopro de coragem,
Para que assim eu possa lapidar
A pedra que basila o santo altar,
Onde eu quero honrar tua mensagem.

E se neste meu mundo de voragem
Não puder o teu templo visitar,
Não me perca Senhor, nesta viagem,
Que possa todavia a ti chegar.

Eu nesse altar de luz pura, fulgente,
Levar-te-ei minha fé como presente,
Pois sei que vás ouvir o meu clamor.

Certo que me darás o teu perdão,
Porque conheces bem meu coração
E eu sempre confiei, em ti ... Senhor!

Abílio Ferradeira de Brito

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

BALADA DO MENINO JESUS




BALADA DO MENINO JESUS 


Eu vi-te pela janela,
Ó meu Menino Jesus,
E senti através dela
Que eras Tu a minha Luz.

Eu vi-te pela calçada,
Ó meu Menino prendado,
E senti na madrugada
Que eras Tu o Desejado.

Eu vi-te p´ la minha aldeia,
Ó meu Menino silente,
E senti-te uma candeia
Nos lares de toda a gente.

Eu vi-te numa avenida,
Ó meu Menino sofrido,
E senti que eras a vida
Dum mundo meio perdido.

Eu vi-te pela cidade,
Ó meu Menino charmoso,
E senti que era verdade
Não teres abrigo nem gozo.

Eu vi-te p´ lo meu país,
Ó meu Menino adorável,
E senti-te um aprendiz
Co´ a alma inconsolável.

Eu vi-te por esse mundo,
Ó meu Menino cansado,
E senti um choro profundo
De um povo esfomeado.

Eu vi-te em palco de guerra,
Ó meu Menino esperança,
E senti que queres na terra
Um reino de fé e bonança.

Eu vi-te nascido em Belém,
Ó meu Menino Emanuel,
E senti-te o maior bem
Num céu de luz e de mel.

Eu vi-te pelos mercados,
Ó meu Menino brejeiro,
Entre sonhos encantados
Embebidos em dinheiro.

Eu vi-te por entre danças,
Ó meu Menino folia,
E senti-te com´ as crianças
Com um sorriso de magia.

Eu vi-te nas tradições,
Menino Jesus trovador,
E senti-te nos corações
Cantando a paz e o amor!

Frassino Machado

In CANÇÃO DA TERRA

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

O NATAL É



O NATAL É


O NATAL é quando, em qualquer época, se consegue, ao reavivar a Confiança fazer renascer a Esperança. 

O Natal é, em cada momento e em todos os momentos, a Festa da Família! Por isso gostaria tanto de vos convidar para vivermos essa Festa! O caminho para chegarmos lá, frequentemente, não é suave nem fácil, e a estação mais difícil pode ser a do Inverno... Dentro de cada um! No entanto esse tempo, de invernia mostra que, quem não aprende a viver com a geada e a neve, fica enregelado... Não tem Natal! Tal como quem olha para si próprio, também não tem Natal! Fica com a Festa de Natal por viver... Porque o Natal é a Festa da Família! 

Só se conseguirmos continuar a descobrir maneiras de caminhar por entre o temporal e estivermos muito atentos aos sinais, que a natureza sabiamente ensina, é que seremos capazes de alcançar a casa onde se celebra a Festa da Família. Uma noite encantada para o resto da Vida... Uma casa que abriga o melhor de cada um! Nela, se reúnem, de uma forma tão harmoniosa... Acolhimento... Amor... Carinho... Ternura... Fraternidade... Igualdade... Liberdade... Afectos... Inesquecíveis! 

Depois de lá estarmos, ajudaremos nos preparativos, enquanto esperamos por um momento especial. 

Pela manhã, a Esperança, ternamente apoiada pela Confiança descobrir-se-á num lugar e se fará uma surpresa! Registaremos aqui, o que sentimos! Dessa forma iremos compondo a Prenda de Natal...O essencial não está nos objectos, mas no Amor e Carinho de todos, mas naquilo que vem de dentro do coração: Afectos... Amor... Amizade... Carinho... Momentos Felizes... Mágoas... Vamos partilhar pensamentos, sentimentos e anseios com palavras, retratos, flores, desenhos ou de outras maneiras. Podemos até abrir a arca dos segredos... São os espaços da partilha que têm várias tonalidades... uma mais clara a lembrar a aurora, outra uma noite estrelada... Ambas são tons do Céu! Porque não será o Céu o tecto da casa da Família...? 

E assim ao fazermos a Festa de Natal, com aquilo que temos de mais genuíno, iremos descobrindo um bocadinho de como se consegue, ao reavivar a confiança, fazer renascer a Esperança. 

E este é o espaço de recordarmos os que, apesar de já aqui não estarem, permanecem vivos, porque estão vivos dentro de nós, nas nossas memórias, nos nossos corações... para sempre! Antes de irmos preparar uma bebida quente, ajudámos a colocar na mesa uma toalha de linho muito bonita. Fora bordada para alguém de propósito, para a Festa de Natal, por uma caminhante, que já partira... Essa será uma forma de a ter presente, e lembrar outros caminhantes que também já nos deixaram... FELIZ NATAL, PAZ na Terra aos HOMENS de Boa Vontade.

Leta Moreira