NATAL, CÓSMICA BELEZA
Ó Árvore frondosa e gentil,
Esbelta, elegante e genial,
Esbate a mentira mercantil
E eleva o teu espírito de Natal!
O Deus-menino - Menino Jesus -
Obra-prima de celestial riqueza
É p´ ra todos manancial de luz
E imagem da cósmica Beleza!
O Natal, seja ou não verdadeiro
Nunca deixará de ser Natal
Só porque o reinado do dinheiro
Fez dele um frágil palco virtual!
O Menino ainda não nasceu,
Em lugar d´ Ele mora a solidão:
Presépio vazio longe do céu
E mais que tudo do coração!
Natal é um sublime protocolo,
Maria & José & também Jesus
E o Menino a dormir no seu colo
Basta ao mundo p´ ra trazer a Luz!
Se há Natal, a Natureza alerta,
Tudo o que ela dá é sumo bem
E os seres vivos vão à descoberta
De verem a estrela de Belém!
Em toda a gélida natureza
Há sempre um abrigo luminoso
Bem dentro da própria singeleza
Que o calor retém por generoso!
Cada aldeia, vila ou cidade,
Na vida que têm por natural,
Herdam em seu Natal a qualidade
Renovada em alma de cristal.
Este Deus-menino na Lapinha
Bem junto a Maria, com José,
Fez brilhar a harmonia que tinha
Sem saber o mistério que Ele é!
O valor do Natal é insondável
Ele em si mesmo é a realidade
Da partilha social admirável
Que do humano fez a Divindade!
Natal, ventura e conciliação
Mistério da vida na alegria
No prazer do ser e da paixão
Que brilha na noite um feliz Dia!
Se o bom Deus criou um Bem maior
Todos os seres dignos se sentirão
Tanto no vazio como no calor
Por isso Suas glórias cantarão!
Dirá o pobre que não tem casa:
- Vou pedir já uma ao Pai Natal
Sou infeliz, a pobreza me arrasa,
Dá-me um abrigo no teu quintal!
Natal, doce alfobre de coisas boas,
Natal, ó Natal meu horizonte,
A cada hora eu te canto loas
Lavando a minha alma em tua fonte!
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA