UM OLHAR DENTRO DE MIM
Tenho vivido absorto, alegremente
O tempo flui de forma displicente,
E a vida é curta, deve ser vivida.
Neste pisar de palco permanente
Digo p’ra mim, de forma consciente:
- Não há farsa maior que a minha vida.
Se chorar quero, rir, ou admirar-me
A Deus dar graças, reconciliar-me,
Comigo: Oro - a prece é um fortim.
Sempre que me pondero e me aprofundo,
E me apetece escarnecer do mundo,
Não tenho mais que olhar dentro de mim.
(Refletindo sobre um texto de António Vieira)
Aníbal Raposo