sábado, 29 de janeiro de 2022

INVERNO MEU




INVERNO MEU


São entardeceres que se prolongam pela eternidade
como as delongadas retas dos peregrinos
e os dias que são anões,
deleitam-se na branca neve
até que o Sol a leve consigo
como o cavaleiro leva a sua amada
e a lareira d’outrora permanece acesa
na lembrança que emerge como o vulcão
p’ra consumir as achas colhidas no verão
que estalam como foguetes
das conquistas e dos arraiais.

Calço as minhas luvas,
agarro o gorro e o cachecol,
deambulo pela estrada fora
como se fosse embora
levando o inverno meu!

Agostinho Silva | 01/2022