quarta-feira, 25 de junho de 2014

JANELA


Imagem - Google


JANELA


De tatear no escuro desisti e na parede do meu existir, uma janela abri. Janela ampla de onde posso contemplar o meu presente. Uma abertura, livre de cortinas para não esconder o passado desenhado nas paisagens das lembranças. O olhar perdido em um sofrer tão duro a espera do futuro ostentando a palidez dos júbilos emudecidos, que insistem em migrar a contemplação da verdade. Ao longe o olhar busca o tempo da janela. Tempo que insiste em se fazer possuidor do funeral das horas. Hora de olhar mais atentamente e encontrar as estrelas, sorrir para a lua que pela janela espreita, num tímido raio prateado. Tempo de deixar de olhar o horizonte, porque o tempo é agora. Escancarar a janela da parede do “ser” e deixar entrar lindo e faceiro um raio de luz. Não a luz moribunda de um lampião que agoniza ao longe, mas a Luz do cheiro de mato, do gorjear de todos os pássaros, das canções e gira sóis, luz do doce afago, do carinho entre casais, luz da família unida, de um lar e não uma casa. Janela das confidencias do meu cantar desvairado que te quer unido a mim na janela debruçado!

Elair Cabral