Imagem: Côa - Portugal
BEIJAR O CÔA
Cantando férias junto às Terras de Ribacôa
Na matutina aragem que do sol se apanha
Molhei os pés nas claras águas do rio Côa
Que vem descendo a raia dos lados de Espanha.
Nascendo na rochosa encosta de Malcata
Desliza languidamente seu leito fluvial
E mata a sede à alma de uma terra ingrata
Beijando loucamente o castelo de Sabugal.
As azulinas águas deste esbelto rio,
Serpenteando por entre copas esverdeadas,
De sul a norte vão correndo sem desvio
Até abraçar o nobre Douro apaixonadas.
Do mais alto das cinco quinas imorredoiras
Num memorial de história ainda não cantada
Venho beijar o Côa em águas trovadoras
Ecoando na minh´ alma a madrigal balada.
Nas delicadas margens de ares salgueirais
Pendem as sombras familiares refrescantes
Convidando a piqueniques ternos e frugais
Regados com abraços e beijos de amantes.
Ó águas frescas, que rumais até ao norte,
Dizei à minha Musa que andará perdida
Que este meu sonho é irmão da suspirada sorte
E nela - sabe-o Deus - estará a minha vida!
Frassino Machado
CANÇÃO DA TERRA