terça-feira, 14 de novembro de 2017

RENOVAR O MODO DE VIDA


Imagem - SAi$ONS 


RENOVAR O MODO DE VIDA


Agitam-se as vontades através da tempestade 
De um outono tumultuoso de pouco vento,
Pouca chuva, muito seco e sem dó, nem piedade
E esta nossa estação medra a verdade do momento.

Verdade que espanta os pardacentos trigais
De um campo devassado e adorna as pedras,
Empilhadas (em prol de inovadora cidade), em floridos arrais
De muita monta que remonta ao tempo das esperas.

Agitam-se as colinas através da intrusa velocidade
De uma avassaladora locomotora, paranormal,
E o céu bebe o ocre outono e transparece a realidade
Que tem ar de querer gente de bem, simples e normal.

Gente de bem, simples e normal que labute pela vida,
Que o outono tumultuoso levou em seu regaço,
E agora, que o tempo é a favor e há mais espaço,
Não dê outra razão a não ser renovar o modo de vida.

© Ró Mar

VIELAS DE ESPERANÇA !!!...




" VIELAS DE ESPERANÇA !!!..."


Cai a noite na viela;
Surge um rosto... na janela,
P´la vidraça partida!...
Será um velho ou criança,
Desilusão ou esperança;
Ou dois sentidos de vida!...

Rostos perdidos no escuro;
Marcados com traço duro,
Com cinzel de amargura!...
Seus olhos tristes vazios,
Como aço duro,... frios;
Almas, que algo tortura!...

Olhos tristes sem expressão;
Retratando um coração,
Que sofre em silencio e chora!...
Viela escura... escondida,
Onde a fome e miséria é vida,
E a desgraça... sempre mora!...

Viela triste... abandonada;
Uma ténue luz apagada...
Algo esperando p´la morte!...
A esperança porém existe;
Com fé e força resiste,
Esperando um sopro de sorte!...

António J. A. Cláudio

domingo, 12 de novembro de 2017

AS CASTANHAS DE SEU POUCO VINTÉM!




AS CASTANHAS 

DE SEU POUCO VINTÉM!


A cidade animada, num dia frio abastava
A castanha dourada, que revirava 
O olho ao pobre coitado que a avistava,
Havia gente que às quarenta comprava!

A dúzia a dois euros e cinquenta cêntimos,
Uma ninharia para quem tem algibeira que abunda,
O pobre coitado, tinha-a rota pelo uso de vida
E, pediu meia dúzia, tinha os tostões contados!

A vendedeira pede um euro e cinquenta para as levar
E ele diz que só quer meia dúzia e estende a mão 
Com um euro e vinte cinco e ela tira uma do pacotão
E diz-lhe que (um euro e cinquenta) é para o troco facilitar!

O sujeito diz que trazia trocado e agradece de bom grado.
Pois, a vida é mesmo assim, uns têm o que outros não têm!
Ele tinha dignidade e educação e foi-se, carregando o fardo
Alegre, comendo as castanhas de seu pouco vintém!

© Ró Mar

É O TEMPO DE UM SÃO MARTINHO:


Imagem - PAUSE - CAFé 


É O TEMPO DE UM SÃO MARTINHO:


É o tempo de um outono vadio:
As ruas escancaradas pela folia,
Azáfama à castanha estaladiça, o assobio
Das folhas peneiradas pelo frenético frio,
O brinde ao vinho novo com poesia,
Pelo cartuxo que envolve, o fruto maciço
E há febras e pão com chouriço!

É o tempo de um São Martinho:
As feiras que aglomeram vilas e aldeias
Pela multidão que segue estas ideias,
O brinde ao vinho novo, trovas ao vizinho,
Improvisadas à lenda "Verão de São Martinho",
Parafraseadas numa outra nomenclatura, 
Para adoçar o beiço da tradição e cultura!

É o tempo de brindar a um certo povo:
As noites têm calor humano novo,
Pelos becos há certos agasalhos e verde caldo
Para cumprir a intenção do Santo amado,
O brinde ao vinho novo é feito de água pé,
Para dar certo cheirinho à chinela do Zé,
E a vida continua para os que têm tudo!

É o tempo de partilhar daqui em frente:
O Santo fez milagre exemplar por um dia
E um ano tem centenas de dias, há nostalgia,
Gente que não tem base de alimento e sente
Que a época da castanha é só por um dia!
O país em desalinho e o povo implora pão
E mais calor humano porque o frio não 
Se supera por si só e há inverno pela frente!

© Ró Mar

HÁ LUZ (SÃO MARTINHO)



© Ró Mar

VIVA O NOSSO SÃO MARTINHO




VIVA O NOSSO SÃO MARTINHO 


Ó vós terra da lusa gente,
Com castanhas e com vinho,
Com jeropiga e aguardente,
Viva o nosso São Martinho! 

Haja lugar para a alegria
Que esta data o consente,
Festejai em franca harmonia,
Ó vós, terra da lusa gente! 

Alegra-te, mas com calma,
Nesta festa, ó Zé-povinho, 
Aquece hoje a tua alma
Com castanhas e com vinho.

Quem desta data não gosta
Nem sabe o que é ser gente
Há que ter casa bem-posta
Com jeropiga e aguardente.

Dai folga nas vossas vidas
A um convívio de carinho
Tristezas não pagam dívidas
Viva o nosso São Martinho!

Se estes licores não houver,
Que haja, ao menos, água-pé
Todo o homem ou mulher
Adora cantar na Sé.

Neste “verão” apaixonado
Dai cor ao vosso caminho
Fique a tristeza de lado
Viva o nosso São Martinho!

Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA

sábado, 11 de novembro de 2017

NOS VENTOS DE NOVEMBRO


Imagem - São Martinho - José Gonçalves 


NOS VENTOS DE NOVEMBRO


Nos ventos de Novembro
Saboreio o luar de Agosto
No verão de São Martinho e lembro
A vindima de Setembro.

É tempo de Magusto,
Há fogueiras, castanhas e folia
É um tempo justo,
Verão do Santo, a alegria.

Bebe-se água-pé e vinho a gosto
No doce sabor da confraternização,
Exalta-se a alma na canção
Do povo e dança-se ao rosto.

É a tradição de sangue lusitano,
A pura raça. É vê-los desfilar, que belo ver
Lá pela vila de Santarém, Lezíria do Tejo! O Hino
Engrandece no seu porte de alter.

Nos ventos de Novembro
A terra é abençoada, São Martinho
Traz ao povo o agasalho, o sonho,
A humanidade que remete a Dezembro.

© RÓ MAR 

SÃO MARTINHO !!!...




SÃO MARTINHO !!!...


Anda um cheirinho no ar;
Odor a castanha e vinho!...
Está o povo a festejar;
O Dia de São Martinho!...

Quem só prefere vinho novo;
E ao vinho velho não liga... !...
Atenção!... São Martinho disse ao povo:
"... Bebe: novo... velho... ou jeropiga..."... !...

Castanha assada... jeropiga...
Um jarro cheio de bom vinho!...
No ar alegres cantigas,
É Dia de São Martinho!...

São Martinho chama o verão...
Vibra o povo de alegria!...
Serve a castanha de pão;
Se a barriga está vazia!...

Castanhas... figos e nozes,
Jeropiga... vinho novo!...
E no ar ecoam vozes;
Com lindos cantares do povo!...

António J. A. Cláudio

SÃO MARTINHO E AS CASTANHAS




SÃO MARTINHO E AS CASTANHAS


Já cheira a castanha assada
o que nos faz lembrar afinal
será que vai ser bem regada
com agua pé e jeropiga,
que ficamos todos com a cantiga

São Martinho vamos, então,
à adega provar o novo vinho
dizia o povo e com razão,
bebendo e comendo, porque não!

A bela castanha assada 
no assador,
o pregão do homem na rua,
venham provar, ai que sabor,
a castanha descascada fica nua!

Quero a castanha bem assadinha
dessas que levam logo sumiço
uma garrafa da boa pinguinha
e um naco de pão com chouriço

É dia de São Martinho,
ninguém vai levar a mal
um bom copo de vinho,
pão, presunto e chouriçinho
e a castanha pró final !!

Joana Rodrigues 

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

CASTANHA LUA DO FADO


Imagem - SAi$ONS 


CASTANHA LUA DO FADO


A natureza do fruto do castanheiro
É doce, saborosa e eu gosto muito dela.
A essência mediterrânea do outono caseiro
É a castanha e estamos no tempo dela.

De cor castanha e miolo branco pró amarelado
Lá anda ela de boca em boca e pelo olhado
De outra gente, que não tem estação definida,
Lá passeia ela robusta trauteando a vida.

A natureza do outubro e novembro de mão
Entrelaçada pró festejo do Santo milagroso - 
Martinho: lá anda ela de roda em roda ao saboroso
Vinho da região; lá dança ela assada pelo coração.

De tempo de verão e colheita de setembro
Lá vem ela de ouriço erguido e tão disputado
Pela alegre rapaziada, vida que lembro;
Lá canta ela à desgarrada "Castanha Lua do Fado".

© Ró Mar

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

BALADA DO CASTANHEIRO




BALADA DO CASTANHEIRO


Eu nasci num belo souto
Filho dos meus ancestrais
E para abrigo de couto
Livrei-me dos matagais.

Fui esbelto castanheiro
Sempre dei belas castanhas
Tornei-me forte e hospedeiro
Da frescura das montanhas.

Reforcei minhas raízes
Na vida fui o que eu quis
Não tive grandes deslizes
E salvei-me dos javalis.

Meus ouriços de qualidade,
Livraram-me de chatices
Salvaguardei a minha idade
Poupando-me das gulodices.

Criei castanhas desde cedo
Até o gaio gostou delas
Levou muitas em segredo
Semeando-as pelas vielas.

O Verão foi muito custoso
Que o digam os pica-paus
Que vinham em tom jocoso
Avisar-me dos dias maus.

E até o lince da floresta
Que de castanhas não gosta
Vinha cá dormir a sesta
Nesta frescura de encosta.

E no calor dos espasmos
Sempre deixei as crianças
Pendurarem nos meus ramos
Seus baloiços e folganças.

O medo que eu mais tinha
Era do fogo traiçoeiro
Tê-lo ao longe me convinha
Ou não fosse eu castanheiro.

Minha estação preferida
É a estação do Outono
As cores dão-me outra vida
Sou como um rei no seu trono.

Os meus primos, os carvalhos,
Sempre me deram conselho:
Castanhas não fossem bugalhos
Se quisesse chegar a velho.

E agora que velho já estou
Apenas me resta a glória
De ser assim como sou
Árvore honrada com história.

História que vem de longe
Por sendas encruzilhadas
Feito cajado de monge
Nas penosas madrugadas.

Fiz casebres e palácios,
Suas portas e janelas,
Construí mesas e engrácios
E traves de sentinelas.

Eu fui zorra de arrastos
E alto estacal de plantios, 
Cobri a relva dos pastos
E fiz-me canoa dos rios.

Castanhas são o meu fruto
Todos lhe têm paixão
Tanto nas festas de luto
Como nas de exaltação.

Destas festas, com saudade,
Têm destaque os magustos
São populares de verdade
E gozam de baixos custos.

Já fui farinha, fui pão
Pros mendigos e pros nobres,
Fui licor de eleição
E poupança nos alfobres.

Aqueci muitas lareiras
Nos invernos friorentos
Recolhi frutos de jeiras
Em arcas de alimentos.

Deixemos o castanhal
E partamos em viagem
Fui caravela de Portugal
Em transportes de coragem.

Remei puxando as galés 
Mare nostrum por critério
Capitão-de-mar no convés
Para glória do Império.

Feito nau, feito veleiro, 
Ou em vapores de progresso,
Dei voltas ao mundo inteiro
Em mil viagens de sucesso.

Não foi fácil manter a linha
Tive do cedro a concorrência
Matéria-prima era minha
E ademais toda a experiência.

Não foram só aventuras
Tudo aquilo que passei
Também tive amarguras
Nas lágrimas que chorei.

Fui trave de cadafalso
Em veredicto farsário
Carreguei Cireneu descalço
Até ao alto do Calvário.

Eu não sei se ressuscito
Ou se ficarei para húmus
Mas que acreditar, acredito
Haver justiça e aprumos.

E por falar em justiça
Quando a há sou feliz
Termino sempre cada liça
Pelo martelo do juiz.

Eu já tenho tanta idade
Que até lhe perdi a conta
Mas mantenho qualidade
E a velhice é pouca monta.

Há um senão que eu confesso
Que não posso calar mais
É o plantio em excesso
Da selva de eucaliptais.

É muito bonita a cultura
Nas encostas verdejantes
Mas é triste fazer a usura
Com atitudes delirantes.

É deplorável o explorar
O qu´ é geral com ruins modos
E é bom o saber granjear
A riqueza que é de todos.

Vaidade não é nenhuma
Por ser árvore verdadeira
Fica-me, da alma, alguma
Lembrança da vida inteira!

Frassino Machado

In JANELAS DA ALMA

ODE HARMONIOSA DAS AFIRMAÇÕES




ODE HARMONIOSA 

DAS AFIRMAÇÕES


Que a vida seja feita de delicadezas
E que o mundo se sinta acariciado
Pela beleza extrema das naturezas
Singelas que interiorizam o olhado.

Que a paz e o amor reine pelos corações
Embalando com todos os predicados
E verbos, conjugados ao presente de todos,
Em pauta melodiosa das motivações.

Que a vida seja um oásis de certezas
E que o mundo se sinta compilado
Pela estrutura suprema das levezas
Que exprimem airosamente o bailado.

Que a paz e o amor ensine pelas uniões
Espalhando com outros significados
E modos, praticados ao presente de todos,
Em ode harmoniosa das afirmações.

© Ró Mar

terça-feira, 7 de novembro de 2017

JÁ CHEIRA A SÃO MARTINHO




JÁ CHEIRA A SÃO MARTINHO 


Este Outono já cheira a São Martinho,
Já cheira a São Martinho e a castanhas,
Já vai escorrendo a jeropiga e o vinho
E não há fingimentos, nem há manhas.

Depois de umas semanas tão estranhas,
Com um inverno espreitando de mansinho,
Eis, à porta, uma das belas campanhas
P´ la qual todos suspiram com carinho.

A chuva meteu baixa e foi-se embora,
Baila de canto em canto inquieto vento,
E uma outra diversão se ajusta agora:
Verão de São Martinho, nosso contento.

Não faltam as castanhas a toda a gente
Cozidas ou assadas, de casa em casa, 
Não falta a jeropiga nem aguardente
Nem sequer um grãozito em cada asa.

E reza a tradição que p´ lo São Martinho
É tempo de ir à adega e provar o vinho!

Frassino Machado

In ODIRONIAS

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

HÁ LUZ (SÃO MARTINHO)


Foto © Ró Mar 


HÁ LUZ (SÃO MARTINHO)

QUE ALUMIA TODOS OS TERRENOS


O tempo arrefeceu, sente-se a frescura
Da natureza enroscada em folhas curvas
De um outono polémico. E, há chuvas
Que caiem do céu salpicando verdura.

O tempo arrefeceu, aos dias que encolhem
A beleza do outono outros se seguem
De um outro verão estimado por todos.
E, há castanhas que saltam aos olhos de todos.

O tempo arrefeceu, sente-se a frescura
Dos dias amanhecer em calva brandura
De um outono preciso e alegre. E, há chuvas
Que caiem pelos lagares fermentando uvas.

O tempo arrefeceu, aos dias mais pequenos
O estatuto de grandes sonhadores
De um tempo a outro verão de mais sabores.
E, há luz (São Martinho) que alumia todos os terrenos.

© Ró Mar 

A SINFONIA DA CHUVA




A SINFONIA DA CHUVA


Porque estou a ouvir tão doce, e bela melodia
No sossego deste meu lar,
Sinto que alguém está a tocar, uma linda sinfonia,
Porque neste meu humilde lar,
Alguém quer que haja, sempre a paz e harmonia.

Acontece porém que o dia amanheceu triste,
Olhei, e as negras nuvens que no céu vi,
Quase que de alegria chorei, porque delas água caía
A chuva abençoada, por ela rezei, todo o santo dia.

Oh chuva por tanto tempo nos abandonaste
Deixando tanta albufeira, e barragem já vazia!
Em seca estrema nos deixaste, onde tanta falta fazia
Hoje quando ouvi teu toque, desafiavas uma banda rock,
Já era bem melhor o ouvir dessa bela melodia,

Faltas-te nas horas, em que nosso País estava em chamas,
Tanta gente perdida, tanta terra demasiado aquecida!
Hoje tu não reclamas, mas nós te agradecemos, bela aparecida
Chegaste queremos que fiques o tempo que for preciso
Mas te pedimos: enche as barragens, quando terminares faz a despedida

E Todos nós te agradecemos.
Oh chuva sê bem vinda
Mas não chegues em fúria!
Quantas vezes na tua incúria
És abusadora e também te tememos.

Joana Rodrigues

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

PASSEAR...


Foto © Ró Mar - Lisboa - Portugal 


PASSEAR...


Passear ao ar livre traz outro sabor
De natureza para dentro do coração
E a alma respira todo aquele amor
Que tem dentro e faz dele uma canção.

Canção que embala milha de um universo.
Passo ante passo lá anda ela de verso em verso
Passeando pelo ar de um outro sabor
Que tem dentro da mente e expira o ardor.

Ardor de uma paixão que não tem mais espaço
Dentro do poema que passeia passo ante passo
O tempo que encolheu à memória de um olhar.

Olhar que espreguiça passo ante passo
Dentro da natureza que a tem num abraço
Dentro do coração e a leva a passear par a par.

© Ró Mar

MURMÚRIOS



MURMÚRIOS


Cruzam-se olhares, percebem-se desejos…
Afloram pensamentos indiscretos…
No ar pairam canções, sonhos, afectos,
Entre loucas sensuais trocas de beijos…

Relembram-se romances incompletos,
Nos arquivos da mente, nos lampejos,
De momentos sisudos e gracejos,
Ou suspiros recônditos secretos!

Por entre a multidão em movimento,
Há mistos de alegria e de lamento,
Que ficam no silêncio mais atroz!

O amor, a felicidade ou a desgraça,
Misturam-se nas vidas de quem passa,
Pela estrada da vida tão veloz!...

J. M. Cabrita Neves 

DESPERTOU O OUTONO




DESPERTOU O OUTONO


Arrefeceu a noite, é o Outono
Cumprindo, finalmente, o seu dever...
Era já tempo de ele arrefecer,
P'ra poder o Verão dormir seu sono.

A natureza, a seu bel prazer,
Deixou as leis da vida ao abandono,
Sem uma direcção, sem rei nem dono,
Sem soluções para retroceder...

Alguém ou algo decidiu tomar
As rédeas do destino desgarrado
E devolver a vida ao seu lugar.

Se foi um deus, a sorte ou foi ditado
Pelo destino, para nos testar,
Graças a um dos três, é já passado! 

Carlos Fragata

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

DOÇURA OU TRAVESSURA?


Imagem - ephéméride - seasonal calendar


DOÇURA OU TRAVESSURA?


Hoje já não se brinca como antigamente!
As pessoas mal humoradas, saturadas de bruxas 
De um ano inteiro! Essas, fantasmas reais, que invadem
O dia-a-dia e quando é dia de uma brincadeira 
Ninguém leva a peito! Não há maneira
De dar volta a isto! A insegurança, que reina em todos
É demais, não dá estimulo a um dia de brincadeira!
Hoje 'Halloween' bruxas são apenas fantasias e nada mais!

Quando as pessoas deixam de brincar, de sonhar, 
E vivem só a pensar nos medos que as assoleiam,
É um caso sério e de mau feitio que não tem maneira!
Ah, como o mundo poderia ser tão mais colorido
Se não houvesse bruxas a reinar o ano inteiro! 
Mas, vida é isto, o presente, e é ele que temos de viver!
Tenho pena das crianças que não têm nada a ver
E não têm outro tempo de 'doçura ou travessura?'!

Quando as crianças deixam de brincar o mundo
Fica bem mais pequeno, pobre em sorrisos e as bruxas 
Ganham força para exercer mais um ano de diabruras!
Tenho na ideia que o hoje não deve ser o antigamente,
Também, que o hoje não é o hoje e que não é o futuro!
Dizem que os monstros do 'Halloween' as assustam! 
E, eu que penso no que elas sentem, diariamente, 
Convivendo com tantos outros monstros reais demais!

Vamos a animar, hoje é dia das boas bruxas
E, é preciso gargalhar, nem que por um momento! 
Que tal enfeitar aboborinhas e sair à rua para trocar
Abraços e outras doçuras pelo verão que vai acabar!
Do Inverno não nos livramos, mas, não deixemos passar
Em branco o último dia de Outubro! Vamos a festejar!
Não é o Carnaval, é o doce Halloween, outra tradição!
Vejo ó salgado Tejo o apregoar 'Doçura ou travessura?!

© Ró Mar