quarta-feira, 28 de março de 2018

FLOR DE UNO SER


Imagem - F L E U R


FLOR DE UNO SER


Flor de uno ser abre em pétalas de açucena,
Pelo amanhã que a gente tem para viver,
Livre de utopias e em poesias de se ver,
Para que haja una felicidade plena.

Primavera d' uma estação deixa florir
O coração da nação pelo ano inteiro,
Em raízes d' um cheiro imenso, a sorrir
Pelo universo flores d' um lindo canteiro.

Canteiro de ar namoradeiro ao peito
E alva estrela a brilhar num céu que nos ame
De verdade, quiçá abraço de uno encanto!

Flor de uno ser beija a noite e acaricia o dia
Pelo solstício d' uma era que sempre clame
Natureza pela virtude de una poesia.

© Ró Mar

OS PALCOS DO MUNDO




OS PALCOS DO MUNDO 


“No Dia Mundial do Teatro”


São grandes e vistosos os palcos do mundo
Onde actuam a cada hora – dia após dia – 
As Vidas, separadas por um fosso profundo
Co´ as dores e os prazeres fazendo companhia. 

Enormes e vistosos, quais feiras de vaidade,
Os seus actores bem díspares, d´aura semelhantes;
Representações tristes de dúbia qualidade,
Em desfile d´ actos temporais e alternantes. 

Diz o poeta: “vemos, ouvimos e lemos,
E jamais poderemos, por certo, ignorar”:
Tantas desigualdades que jamais tivemos
Com violências recorrentes de espantar. 

Sofrem os pais e as mães pra conseguir o pão
Enquanto alguns vão consumindo até esbanjar; 
Sofrem seus filhos sem nenhuma condição
Enquanto há filhos d´ algo só a vegetar. 

Sofrem os pobres e indigentes sem terem mesa
Enquanto há usuários abusando de banquetes;
Uns, sem terem tostões, morrendo de fraqueza,
Outros, gozando alegres, e a lançar foguetes. 

Sofrem as gerações que não têm futuro
Enquanto há quem faça alarde d´ ostentações; 
Uns, vão sobrevivendo a tactear no escuro,
Outros, vão cirandando, sem limitações. 

Sofrem ao desabrigo todos os sem-casa
Enquanto outros com fortalezas e castelos;
Uns, penando ao relento sem ter lar nem brasa,
Outros, em dia e noite, à luz de sete-estrelos. 

Sofrem os refugiados da explorada terra 
Enquanto outros se vangloriam no poder;
Uns, carne de canhão para a selvática guerra,
Outros, cada vez mais, com armas e a crescer. 

Sofrem os que são vítimas da traficância
Enquanto outros se transformam em bilionários;
Uns, continuam escravos na sua militância,
Outros, em farta presunção e perdulários.

Sofrem os que não têm acesso à Cultura
Enquanto outros se gabam por serem génios;
Uns, sentem-se explorados em fel e amargura,
Outros, dominam a cada hora por convénios.

Palcos do mundo, aqui e além em todo o lado,
Senhores, poucos, com fortuna em demasia,
Servos e pobres, maltratados como gado:
Todos filhos de Deus, mas só por fantasia.

Se os Maiorais quisessem tais Palcos não havia
E um Mundo Novo tornar-se-ia mais risonho,
Porém abunda neles o egoísmo e a hipocrisia
E a Paz que se anseia não passa de mero Sonho. 

Palcos do mundo, palcos de filhos de Adão,
Actores a contracenar, mas por vezes a fingir… 
No Dia Mundial do Teatro, sim ou não,
Digam-no as Plateias, quase sempre a dormir! 

Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA

segunda-feira, 26 de março de 2018

DIVINA PRIMAVERA


Ilustração: obra de MICHAEL/ INESSA GARMACH


DIVINA PRIMAVERA 


Hoje, o céu parece doutra era, 
Prelúdio de paraíso distante. 
Bênção divina da primavera, 
Expressa neste poema cativante.
Agora, o arco-íris de mil cores, 
Hipnotiza as aves sagradas 
E os, frágeis beija – flores,
Com danças alucinadas. 
Hoje! O céu está azul-turquesa, 
Como nós gostamos de ver, 
Esse esplendor da natureza, 
Que embriaga, o nosso ser. 
Hoje! Acorda do limbo, 
Ingere o que gostei, escrever 
Absorve a frescura do cacimbo, 
Antes de voltar a chover. 
Hoje! Exibe o teu sorriso, 
E, mata de vez a saudade 
Que tu tens do paraíso, 
Com flores por Deus pintadas 
Com um rigor preciso. 
Hoje! Deslumbra o teu olhar! 
Com a beleza da primavera 
Que nasceu p' ra te encantar 
E, esfuma-se como quimera. 
Hoje! Deixa-te ficar, agora! 
No encantamento da poesia, 
Nascida ao romper da aurora, 
P' ra homenagear tanta magia. 
Hoje! Venera o silêncio d´ouro 
E, a paz em cada verso. 
Anjos cantam odes em coro, 
Neste lugar divino do universo. 
Hoje! Se leres este poema? 
Eu, choro de alegria confesso! 
E, com perfume de alfazema 
Até ao próximo só peço, 
Bênçãos prá alma eterna. 
Altar da nossa humanidade, 
Onde exalto a primavera, 
Com a minha sensibilidade. 

Joaquim Jorge de Oliveira

PELA 'ROSA' DAS ROSAS DO JARDIM


Imagem: Rosas em Poesias


PELA 'ROSA' DAS ROSAS DO JARDIM


P' ra uma multidão a componho, 
Uma harmoniosa poesia, 
Essência de raro olor, melodia
D' um dia maior que em todos nós sonho.

A virtude que se prende ao universo
Tem rara natureza em si estampada
E conta dias em múltiplos de vida,
Raízes de amanhecer em riste verso.

Sentir que nos dilata a um abraço
Em forma de poema, inicial
De mui letras gravadas, pelo espaço.

Cantando nós à língua de uno fim
Em pétalas, primaveril plural,
Pela 'Rosa' das rosas do jardim.

© Ró Mar

sexta-feira, 23 de março de 2018

PRIMAVERA GLOBAL


Arte: "A Primavera" - Sandro Botticelli


PRIMAVERA GLOBAL 


«1.º Dia da Primavera 2018»


A Primavera não tem idade,
Não tem lugar, não tem cor,
Tem bom gosto e sensualidade 
E vive casada com o amor.

P´la mãe-natureza exulta
Desde a aldeia até à cidade
E, num mistério que oculta,
A Primavera não tem idade.

Desperta no seio do tempo
Com toda a força e ardor
Com emoção e sentimento
Não tem lugar, não tem cor.

Tudo se pede à Primavera,
Louco sonho de ansiedade,
Com paciência e sem espera
Tem bom gosto e sensualidade.

Cresce p´la força da vida
De braço dado com a dor
Paira em onda renascida 
E vive casada com o amor.

Seu lugar é todo o mundo
Sua cor são todas as cores
Seu perfume vem do fundo
E suas vestes são as flores.

Voam com ela, aves no céu 
Canta com ela, água nos rios 
Veste o corpo com ténue véu
Na dança dos palcos vazios.

Sem sonhos não há Primavera
Mas há vida sacrificada,
Do inverno foi-se a quimera
P´la aurora da madrugada.

Se há lágrimas olhe-se o sol
E a luz que ele anuncia,
Oiça-se a voz do rouxinol
Anunciando a Poesia.

Por entre os nomes da terra
Há um nome que balança
E que dá vida à Primavera:
É o nome da ESPERANÇA!

Frassino Machado
AS MINHAS ANDANÇAS 

quinta-feira, 22 de março de 2018

CHEGOU A PRIMAVERA


Imagem: Estação Natureza


Chegou a Primavera


A Natureza


Fecho os olhos e sinto a natureza,
Vivencio o perfume das flores,
Abro os olhos e vejo toda a beleza,
Um verdadeiro quadro de mil cores.

Respiro o ar puro das montanhas,
Sinto a paz, amor e serenidade,
A frescura de florestas tamanhas,
Que afagam o stress da cidade.

Ver os rebentos da vida,
Uma estrela no céu erguida,
O amor e a gentileza,

Ao ver o sol a brilhar,
As lindas ondas do mar,
E é tão bela a natureza.

Fernando Figueiredo

domingo, 4 de março de 2018

PALETA DE TINTAS SEM COR!!!...




"PALETA DE TINTAS SEM COR!!!..."


Abri a janela do quarto, respirei fundo;
Agradeci a Deus ter vindo ao Mundo...
Estive em comunhão com a Natureza,
Imaginei que os homens eram felizes!...
Jamais havia fome e guerra nos Países;
E no Planeta reinava o Amor e a Beleza!...
Que bom seria ver o Sol no Céu brilhar;
Os alegres bandos de gaivotas a voar,
Sentir no ar uma fresca e leve maresia!...
Respirar o aroma perfumado das flores;
Ver os jardins como paletas de mil cores,
E lindas crianças a brincar com alegria!...
Ouvir nas árvores o chilrear dos passarinhos;
Vigiando os filhotes nos seus ninhos...
P´lo ar coloridas borboletas esvoaçando!...
E ver um casal de pavões passar vaidoso;
No muro dormindo um gato preguiçoso...
E um casal de namorados se abraçando!...
Ao longe o ruído do mar beijando a areia;
Imaginar a melodia dum canto de sereia...
O Paraíso e um Mundo Novo ali nasceu!...
Neste quadro que um mestre não pintou;
De repente a ficção e a magia se apagou,
E a ténue miragem desse oásis se perdeu!...

António J. A. Cláudio

https://www.facebook.com/antonio.claudio

DESAFIO AOS POETAS




DESAFIO AOS POETAS 

“Sobre o destino da Vida”


A Vida pode ser tudo
E tudo o que imaginamos
Mas ela é sobretudo
Aquilo que não queremos!

A nós, poetas, perguntam
Da vida o seu conteúdo,
E antes que nos consintam
A vida pode ser tudo. 

É assim que a vida acontece
Sem lugar para reclamos
O que ela é se desvanece
E tudo o que imaginamos.

Não vale a pena a ficção
Nem dá tempo para estudo
Diz-se, ter ou não razão,
Mas ela É sobretudo. 

A ilusão é a sua marca
Em toda a paisagem que vemos
Mas o destino sempre destaca
Aquilo que não queremos.

É um enorme desafio,
Num bailado intermitente,
As horas passam a fio
Tudo o que existe nos mente.

Há máscaras por todo o lado,
E abismos com fartura,
Cada desilusão é um fado
Sem sorte e sem ventura.

Todo o mundo tem projectos,
De ambições em demasia,
Acabam sempre repletos
De frustração e fantasia. 

Se alguma coisa se espera
Deste historial tristonho
É a sombra duma quimera
A que chamamos de Sonho. 

Poetas, que vos prezais
Na esperança da Poesia,
Neste oásis onde estais
Permanecei noite e dia!

Frassino Machado

In JANELAS DA ALMA