UM FADISTA
No fado da vida
Um idoso fadista
Numa ruela perdida
Dormia um artista
No esplendor perdido
Um destino de desgraça
Numa vida sem sentido
Fazendo dó a quem passa
No anoitecer tristonho
Um futuro sem sonho
Numa carreira destruída
Apenas agarrado à bebida
Tirei minha guitarra da sacola
E toquei algumas notas sonantes
Ele agarrou tremulo sua viola
E cantarolou por uns instantes
Parecia a voz de um anjo
Seu olhar encheu-se de alegria
Como se descesse do céu um arcanjo
Para cantar esta singela poesia
Paulo Gomes