terça-feira, 8 de maio de 2018

UM FADISTA




UM FADISTA


No fado da vida
Um idoso fadista 
Numa ruela perdida
Dormia um artista

No esplendor perdido
Um destino de desgraça 
Numa vida sem sentido
Fazendo dó a quem passa

No anoitecer tristonho
Um futuro sem sonho 
Numa carreira destruída
Apenas agarrado à bebida

Tirei minha guitarra da sacola
E toquei algumas notas sonantes
Ele agarrou tremulo sua viola
E cantarolou por uns instantes 

Parecia a voz de um anjo
Seu olhar encheu-se de alegria
Como se descesse do céu um arcanjo
Para cantar esta singela poesia

Paulo Gomes