domingo, 28 de outubro de 2018

FOLHAS DE OUTONO




FOLHAS DE OUTONO  


As minhas folhas de outono
Jamais as posso negar
Trago a alma ao abandono
Por não as poder contar.

Elas chamam-se ilusões
Sem loucura nem transtorno
São filhas das emoções
As minhas folhas de outono.

Uma a uma vão caindo,
Às vezes parecem bailar, 
Porque estão sempre fluindo
Jamais as posso contar.

Pairam pelo dia à solta
P´ la noite tiram-me o sono, 
Porque andam à minha volta
Trago a alma ao abandono. 

A vida me corre serena
Não urge nada mudar
Tenho pena, muita pena,
Por não as poder contar. 

Nesta minha condição,
Corpo e alma em sintonia,
Co´ a liberdade por guião 
Amparo-me à poesia. 

Parece-me não ter fim
Esta serena estação
O outono esconde-se em mim
Quer eu o queira, quer não.

Divinas Euterpe e Polímnia
Que me tendes por encanto
Inspirai-me alínea a alínea
Neste poema e neste canto.

© Frassino Machado