sábado, 28 de setembro de 2019

ROTA DOS (A)FETOS



Abraçar o outono na Rota dos Fetos é tranquilizador.

Rota dos (a)Fetos


Entrar na paisagem, no desassossego da encantadora imagem
Da natureza vestida de ameno inverno 
E sentir na estaladiça folhagem, a música extasiante, infinita 
Enquanto as árvores se desnudam de preconceitos 
Sensualidade destapada de traços perfeitos 
Onde pinheiros altaneiros de folhas elegantes 
Espargem a luz nos lábios das acácias 
Na “Rota dos Fetos” sinais de passagem de afetos 
De mãos dadas, de abraços discretos 
Ao som do canto do rouxinol invisível e irrequieto 
Da melodia do rio Pavia de água pouca 
Pétalas de neve de malmequeres nadam nas águas cristalinas 
Plátanos de corpo liso e perfeito alindam-se no espelho do leito
E, dos medronheiros caem lágrimas de sangue, incolores com sabores 
Nos tapetes de musgo, onde dormem fadas e duendes imaginários 
“ Mundão “ pedaço de terra e beleza de enleios e ideários 
Imbuídos em plena natureza nesta bucólica imagem 
Um tumulto de sonhos abre horizontes
E no bailado estonteante das borboletas coloridas apetece voar 
Caminhar nas margens, enfrentar o vento ardente, derrubar muros, construir pontes.

© Isilda Monteiro