A criança que fui
Eu sou aquela que já foi criança
De cabelos ao vento, numa trança
Aquela que de sonhos se enfeitava
Menina doce, terna, que sonhava.
E visto-me de estrelas diamante
Vivo o momento breve do instante
Que a felicidade pode escurecer.
Saio para a rua. Vou viver!
Mas quando me procura o sentimento
Sou saudade, sou dor e lamento
Sou talvez barquinho a navegar.
E em cada dia, em qualquer momento
Eu paro e regresso atrás no tempo
Para ver aquela criança passar.
© Madalena Santos