segunda-feira, 27 de julho de 2015

A PALAVRA SAUDADE


A PALAVRA SAUDADE


É perigoso vulgarizar esta palavra tão portuguesa,
Baluarte da nossa vida cheia, passada,
Que ouvimos como uma melodia,
De encanto e sabedoria.

A palavra saudade é única, é genuína, é patriota,
Tem pergaminhos, é defendida pelos poetas,
Que sempre a usaram com respeito,
E a defenderam a peito.

Gosto muito da palavra saudade por viver comigo,
Amando-nos com fidelidade e eternamente,
Guardando todos os meus segredos,
Fazendo esquecer degredos.

A minha vida vive de e com a saudade do passado,
Por ter com ela construído meu presente,
Tornando minha vida mais suave,
Saudade é a palavra chave.

Todas as palavras leva-as as tempestades e os ventos,
Só a palavra saudade permanece e não me deixa,
As outras palavras são simples mentiras,
A saudade é das melhores amigas.

Da saudade do passado e do presente, projecto o futuro,
Sabendo com mais confiança o que me espera,
Sem ter de me preocupar,
Nem adivinhar.

Ruy Serrano 

sábado, 25 de julho de 2015

EXISTE TEMPO AZUL ALÉM DO BRÉU


Imagem – Bellissime Immagini 


EXISTE TEMPO AZUL 

ALÉM DO BRÉU


Entre o sacrifício que a vida impõe
Aos que não têm direito equitativo
Existe tempo que suplanta o muro cinza;
Ventana que se ergue de coragem
Desafiando o rio ao duelo dos justos.

Meditando entre as ondas o que há a fazer
Abraçam a lua levantando voo superlativo;
Asas que rompem aquela cortina de pobreza
Que fica por detrás do génio que se põe.

Entre a serenidade e a sapiência há céu;
Aos que os humilharam vão amanhecer
Dignos de seus predicados robustos;
Existe tempo azul além do bréu.

® RÓ MAR

sexta-feira, 24 de julho de 2015

A MONTANHA MÁGICA


A MONTANHA MÁGICA 


“Encruzilhadas de saúde”
Tantos passos perdidos, jamais encontrados
Na perene ânsia de uma vida harmonizada;
E tantos seres humanos, pela dor rasgados,
Na liberdade de uma alma amargurada.

Rosários infindos, dias longos, encurtados
Numa ténue esperança de aura desventrada
Em cujos sonhos vão ficando desnudados
Ao subir pela encosta rude e escarpada.
Entram e saem marcas de corpos doloridos
Numa tarefa árdua cada vez mais trágica;
Entram e saem lágrimas, rostos contraídos
Em pleno sol coberto qual montanha mágica.
Sincronizados frente ao ódio e à paixão,
Numa complexa encruzilhada de saúde,
Há ondas de ansiedade feitas de ilusão
Que revelam num todo a busca de virtude.
E se esta estranha cruz da sorte a alguém sair
Que se transfigure ela mesma num sorrir!

Frassino Machado

In MUSA VIAJANTE

quarta-feira, 22 de julho de 2015

O PODER DE LAVAR A ALMA


  Pintura de Cicero Lessa Costa


O poder de lavar a alma


As lágrimas são 
pérolas preciosíssimas
e não podem ser derramadas
pela insignificância de pequenas coisas.
As lágrimas são gotinhas tão puras,
tão belas, que têm o poder de lavar a alma,
nos momentos de emoção, sejam de alegria ou de dor
Coisas pelas quais vale a pena chorar.
Lágrima não é sinal de fraqueza,
mas de sensibilidade forte, sensibilidade apurada
Chorar não é para qualquer pessoa...
Chore, chore bastante, sempre que você precisar.

Deixe que juntamente com as lágrimas, rolem
pelo seu rosto as emoções.
Desabafe...Chorar não é nenhuma vergonha
Alivia as tensões e acalma o coração.
Não desperdice, no entanto, uma lágrima sequer
por causa da falta de sensibilidade de alguém que feriu
você injustamente.
Esse tipo de ferida não merece o desgaste de seus sentimentos.

Madalena Lessa
 

NOITE ESCURA MUITO ESCURA


NOITE ESCURA 

MUITO ESCURA


Noite escura! Muito escura!
Sem nuvens, sem estrelas
Envolta em branco manto
És bela, muito bela!
Mas lembras um coração sem calor
Onde nunca palpitou a chama do Amor!
E num longo e frio abraço nos apertas
Esmagando o coração de dor
Mesmo assim és bela! Muito bela!
Noite escura, sem ternura!
Mas eu... gosto mais…
Das noites de luar
Onde a própria brisa
Faz chegar até Nós
O Amor a cantar!
E no céu profundo e imenso
Como em manto de rei
As estrelas a brilhar
Parecem gentis fadas
Num bosque encantado
Onde o sussurro das árvores
Lembra gentil trovador
Cantando baladas de Amor

Paulo Gomes

terça-feira, 21 de julho de 2015

MULTIDÕES…


 Imagem – Beautiful world. Nature, love, art.
 

MULTIDÕES…


Multidões a morrer à fome, amor
Pálido, que não vêm medicamento,
Pior de tudo, que não vêm alimento.
Vida em terra de cegos-desamor!

Multidões a implorar para trabalhar
A terem que pedir esmola em ruas, vergonha,
Nítida, lagrimada em rosto, a soluçar.
Vida em terra de quem ainda sonha!

Multidões que labutam em valor nulo por acreditar
Que o mundo mudará e para bem melhor.
Vale a pena viver em esperança a definhar!?

Venha quem vier por bem, fazer amor
Às claras, que assim ouse dividir seu salário!
Multidões a aplaudir milagre ou conto do vigário!?

® RÓ MAR


segunda-feira, 20 de julho de 2015

O PESCADOR


O PESCADOR


Pescador de pele seca e queimada 
Com as mãos pelas redes calejadas
Sais á tua luta logo pela madrugada 
Pedindo a Deus as águas abençoadas 

Teu barco entra nas ondas em turbilhão 
Com a força de teus braços a remar
Deixas a tua família por ti em oração 
Para que com vida tu possas voltar

É uma vida dura e sem compensação 
Mas honrada feita por homens de valor
O mar o teu destino, digna profissão 
Arrojado e corajoso um hino ao pescador 

Paulo Gomes

ELIXIR DO AMOR



Imagem e Poema de Paula Delgado

https://www.facebook.com/paula.delgado.

LONGA É A ESTRADA




LONGA É A ESTRADA


Sou peregrina duma longa estrada.
Alguém me acompanha na caminhada.
Meus esforços são-me recompensados
pelo suor despendido nos passos dados.

Caminho sempre com dignidade.
Planto sementes de amizade
apenas porque sinto necessidade.
E das sementes germinadas
colho pétalas perfumadas.

No trajecto desta longa viagem
resolvi fazer uma paragem.
Fragilizada decidi estacionar
e na minha sombra me deitar.

Adormecida... eu então sonhei
perplexa no sonho eu verifiquei
que minha alma se libertou
Porém a mim logo regressou
quando eu despertei por fim,
já estava renascida de mim

Aurora M .F. C. Martins Afonso

domingo, 19 de julho de 2015

CORAÇÃO SEM DONO


Imagem - Bellissime Immagini


CORAÇÃO SEM DONO 


No limiar das manhãs vê-se um leve sorriso, 
Um triste olhar que desvanece ao fim do dia. 
Caiu a noite e o dia levou a esperança 
De ter onde ficar, dorme ao relento e não era preciso! 
Desnuda-se e levanta a poeira…vestem-se as pedras da calçada 
De lágrimas que comportam a lagoa verde, cor de esperança. 
E, é um outro dia…e, cada dia que passa o seu olhar 
Mais desfalece! Não se vê vivalma 
E os dias contam-se e somam-se as noites 
Às mais belas iguarias…e, não há que o consolar! 
Pobre coitado viaja só pelo universo tremulando ao abandono! 
Cansado está de tão sôfrego viver… 
Traz a velhice plissada pelo rosto e o desgosto a alongar 
Seus cabelos que urgem uma casa onde morar. 
Continua a travessia pelas ruas e apronta-se nas ruelas… 
Olha à esquerda e à direita e o que vê é mais uma jornada 
A palmilhar o desesperante cansaço de todos os dias! 
Precisa de paz, pois de amor já nada espera pelo caminho. 
Não se vive pela metade 
E, de sonhos e utopias não se sente o puro ar! 
Que melodias fantasiam e não encobrem o olhar ao céu sem par 
Sempre sabemos que é desviar e não olhar! 
E, é nem mais que um pobre coitado precisando 
De um teto onde possa ainda morar! 
Ai, o amor que foi outro tempo, e, agora resta a esperança 
De ter um pouco de paz que espera o cansaço de todos os dias… 
Quiçá, as portas do céu se abram e deixem o coitado lá ficar! 
Caiu a noite e o dia levou a esperança 
De ter onde ficar... 
Vagueia pelo paraíso e seus delírios o desencaminham 
A ser completo, e é-o, em trova ou em verso vai trauteando 
As letras de uma sina que tanto teme e pelejam 
Um teto onde morar! 
E, sonha uma casa pequenina e fermosa que teto azul tem 
E abraça a lua escrevendo o que lhe vai na alma... 
Que são frases completas de uma vida que não é 
E vive o que é pela metade 
Que tem a noite em troca para dar. 
Uma casa pequenina que fermosa é, 
Um palacete ao seu olhar 
E no hiato vê as estrelas pelo céu a brilhar! 
As lágrimas sucedem-se, um cisco no olho, e volvem-se os dias 
Todos e as noites a completar o pobre coitado! 
Não sabe viver em metades que sempre sonha… 
A vida não é seu contento, diz-se que não o amam! 
E todos os dias se somam a tantas noites, o vazio preenche o luar 
Enquanto não chega o seu bem complementar! 
O pior é ser malogrado ao amor…que em metade nada é! 
É a vida que tem 
E o que espera dela pouco é, 
Vê-se pelas letras que desenham o lacrimejado 
Azul, que lago é, onde ainda se habilita a viver! 
E, é mais um dia onde perfuma seus grisos cabelos 
Pelas velhas janelas 
Que têm a ser um qualquer dia. 
O pobre coitado é um coração sem dono! 

® RÓ MAR

O CARISMA DE FRANCISCO




O CARISMA DE FRANCISCO

“Ao Papa Francisco”


Francisco, o irmão afável de todos os irmãos,
O irmão sensível com todos aqueles que sofrem,
O irmão de todos os que na vida se consomem
E daqueles que nas agruras se sentem vãos.

Francisco, o irmão dos pobres sejam ou não cristãos,
O irmão sorriso com todos aqueles que não dormem,
O irmão de todos os que à míngua nunca comem
E daqueles que sempre teimam em não dar as mãos…

Francisco, o irmão de todos os que não têm tecto,
O irmão de todos os que vegetam sem afecto
E de todos os que na paz lutam contra a guerra.

Francisco, o irmão de todos os que não têm trabalho,
O irmão de todos os que não sabem o qu´ é agasalho
E de todos aqueles que nunca tiveram terra.

Eia, Francisco irmão, todo o mundo te deseja
Não temas nunca, não, aqueles que te têm inveja
E intentam colocar teu rebanho em tresmalho!

Frassino Machado

In ODISSEIA DA ALMA

sábado, 18 de julho de 2015

ADMIRO TODOS OS SERES VIVOS


Imagem – Aimer la Nature (Love the Nature)


ADMIRO TODOS OS SERES VIVOS 

QUE TÊM SÓ UMA FACE 

E SORRIDENTE


Admiro as pessoas, que sabem comportar-se em sociedade,
Que defendem interesses de todos e não apenas seu ego,
Que vivem sob o teto que lhes é familiar de igual para igual,
Que não subestimam ninguém em prol da sua vaidade.

Admiro as gentes, que labutam costumes e maneiras lícitas,
Que defendem valores humanos desinteressadamente,
Que vivem sob o teto da honestidade sem máscaras,
Que não influenciam ninguém em prol de sua boa imagem.

Admiro ainda mais todos os seres irracionais, e sua coragem
Que são o que apelidamos de animais, que defendem suas crias em pleno,
Que vivem sob o teto da natureza e criam seus abrigos,
Que têm em seus ninhos, tocas ou estábulos verdadeiros amigos.

Admiro ainda mais as forças da natureza, e sua real beleza,
Que são planetas, astros e tantos mais de instintos à pureza,
Que movem o universo em prol de mui vida, sonho e sobretudo sossego,
Que são paraísos de esperança, fé e perdão a todos os pecadores.

Admiro todos os seres vivos, que inspiram- expiram ar puro e sereno,
Que têm dignidade, valores éticos e também autoestima,
Que têm o coração pela terra até ao mar e sobretudo grande alma,
Que têm o que considero sustento para uma vida plural.

Admiro ainda mais as crianças, de todo o universo, grande gente,
Que vivem muitas delas em perfeita desigualdade e são vencedores,
Que brincam em todo o terreno e certas condições de clima,
Que são órfãos do mundo e têm só uma face e sorridente.

® RÓ MAR

quarta-feira, 15 de julho de 2015

A OLARIA DA VIDA


Images- Olaria


A OLARIA DA VIDA


A vida é uma constante novidade,
Sempre a surpreender-nos cada dia!
Às vezes nos irrita e arrelia!
Às vezes nos sorri de felicidade!

Faz-nos provar a dor e a agonia!
Dá-nos a perceber a humildade!
Lentamente nos molda a dignidade,
Como se molda a jarra em olaria…

São desafios e testes que nos faz,
Para nos obrigar a ser capaz,
De enfrentar o difícil e os medos…

Depois faz-nos sentir victoriosos 
E dos nossos sucessos orgulhosos,
Ao desvendar da vida os seus segredos!...

José Manuel Cabrita Neves
   

terça-feira, 14 de julho de 2015

TEMPOS PASSADOS


 

TEMPOS PASSADOS


Da minha vida não sei nada
O futuro ainda não imaginei 
Do passado memória apagada
O presente que sempre desejei 

Cada dia uma nova aventura 
Os meses esses passam correndo
A noite cada vez mais escura 
Os anos pouco a pouco sobrevivendo 

Os tempos que no passado vivi
Servem para me fazer sonhar
Todas as boas emoções que senti
Fazem os meus olhos brilhar

Mas do passado não quero pensar
Quero apenas no presente ser feliz 
Ter a força e a vontade para Amar
Fazendo aquilo que eu sempre quis

Paulo Gomes

sábado, 11 de julho de 2015

AMAR É MUITO TEMPO…


Imagem - Bellissime Immagini


AMAR É MUITO TEMPO…


Amar é muito tempo…
Não prometas que podes sempre amar,
Mas, compromete-te a amar de verdade!
Pois, se esse amor um dia acabar 
Valeu a pena vive-lo enquanto durou
E as lágrimas que deixas são, genes benignos,
Caminhos de saudade que levam a todos os lugares.
O fardo que carregas é a melhor lembrança, a cara-metade,
A que sempre viveste de verdade!
Alivia sempre os vários caminhos de vida
Pelo teu amor ao próximo.
Pois, se esse amor um dia acabar,
Tens sempre algo que possas recordar
E tens alguém que guarda bem o teu coração.

Amar é muito tempo…
Vive o que o teu mundo promete dar,
Mas, compromete-te a amar de verdade!
Pois, se esse amor um dia acabar 
Valerá a pena viver outro e reviver o que tanto amou
E as lágrimas convertem-se em sorrisos de meninos,
Caminho próspero que leva a todos os lugares.
O fardo que carregas é a experiência de vida, a melhor idade.
A que um dia desejaste de verdade!
Alivia sempre os vários caminhos de vida
Pelo teu amor ao próximo.
Pois, se esse amor um dia acabar,
Tens sempre algo que possas recordar
E tens alguém que guarda bem o teu coração.

® RÓ MAR

VIAGEM PELO MUNDO DA POBREZA




VIAGEM PELO MUNDO DA POBREZA 


“O Papa Francisco, na América Latina”


Vindo de Roma, o Papa da América Latina,
Partiu em viagem pelo mundo da pobreza
E com a sua alma inflamada e peregrina
Foi recebido com alegria e franqueza.

Como peregrino da ecologia integral,
Por entre multidões numa aura justiceira
Semeando em todo o lado a mensagem triunfal
Fez jus à revolução da ética financeira…

A fala aos pobres, descartados e excluídos,
Às crianças abandonadas e esquecidas,
Aos deserdados e aos jovens desinstruídos,
A todos os injustiçados nas suas vidas;

Aos miseráveis especuladores tecnocráticos,
Aos potentados da fortuna sem aprumo,
Francisco denuncia os erros sistemáticos
Da vil cultura do descarte e do consumo.

Em contraponto apela à cultura dialogante,
À postura social da paz e fraternidade,
Da partilha assaz voluntária e perseverante
Na busca do bem-estar e da felicidade.

Mas…quem o ouvirá entre as latinas gentes?
Os estadistas maiorais que vomitam cobres?
Os laicos, os alienados ou os descrentes?
Apenas e somente, os do costume, os Pobres!

Frassino Machado

In JANELAS DA ALMA

sexta-feira, 10 de julho de 2015

POEMA D'UM POBRE




POEMA D'UM POBRE


O pobre também tem o direito a um poema
Um poema com versos simples da sua vida,
Dos factos que o envolvem, à sua medida,
Vida difícil de miséria que lhe foi cometida. 

O pobre por ser simples rejeita publicidade,
Acha que deve ser tratado com dignidade,
Por não se rever em causas de corrupção,
Que envolvem muitas figuras da situação.

O pobre assiste impotente, não resistindo 
À perseguição que lhe é feita diariamente,
Com argumentos falaciosos de demente
De que o acusam, desta forma mentindo. 

O pobre sente-se desprotegido e isolado
Do Mundo que se vangloria de civilizado,
Mas que o trata como um simples animal,
Causando-lhe grande dano e muito mal.

Este é o poema do pobre assim esquecido
Pela sociedade que o quer pra mal ignorar,
Não lhe dando nunca alguma oportunidade
Para singrar na vida, deixando a pobreza.

Ruy Serrano 

quarta-feira, 8 de julho de 2015

POETA É O QUE OUSA



Imagem - Bellissime Immagini 



POETA É O QUE OUSA 

PARTIR EM TINTA AZUL


Poeta não é só o que escreve ou o que declama
Poeta não é só o que tem coração rés à alma
Poeta não é só o que lê e decifra o universo
Poeta não é só o que exprime o mundo em verso

Poeta não é só o que sente a dor do universo
Poeta não é só o que tem fé e conta o terço
Poeta não é só o mensageiro em teorema
Poeta não é só o sacerdote do poema

Poeta não é só o que vive extra- galáxias 
Poeta não é só o que inspira a natureza 
Poeta não é só o que respira notícias 

Poeta não é só o que sente além do azul 
Poeta não é só o astro que expira nobreza 
Poeta é o que ousa partir em tinta azul. 

® RÓ MAR 

INSPIRAÇÃO


 

INSPIRAÇÃO 


No entardecer escurece
A noite fica breu
A manhã amanhece
Á tarde o sol brilha no céu 

Os dias passam voando
As horas num turbilhão 
Os minutos como sonhando
Os segundos só por imaginação 

A Norte o gélido frio
A Sul o sol muito quente
A Este onde nasce o rio
A Oeste onde fica o poente 

Á noite meu coração entristece 
De manhã esboço um sorriso 
Á tarde ainda nada acontece 

Cada dia uma nova aventura 
Olho para o mundo com ternura
Dando a inspiração que preciso 

Paulo Gomes

domingo, 5 de julho de 2015

POR ORA BASTA-ME O ARCO-ÍRIS




POR ORA BASTA-ME O ARCO-ÍRIS 

EM QUE VOS SONHO


mas não lego
mapa nem bússola
porque andei sempre
sobre meus pés
e doeu-me

às vezes

viver
hei-de inventar
um verso que vos faça justiça

por ora
basta-me o arco-íris
em que vos sonho

Mia Couto 

NAÇÃO IMORTAL


Imagem - Bandeira portuguesa


NAÇÃO IMORTAL


Por esses mares navegados
Assim poderia começar este poema 
Mas agora já estão ultrapassados
E devemos pensar num outro tema 

Como por estes caminhos traçados
Com homens e mulheres de valor
Mesmo tristes e muito desmotivados
Lutam dia a dia com trabalho e amor

São um povo Lusitano de sangue quente
Corajosos como ninguém, destemidos e leais
A todos e quaisquer perigos eles fazem frente
Quando fustigados são perigosos e até brutais

Esta Nação que se instalou aqui no Atlântico 
É muito orgulhosa e não se deixa governar
De toda a Europa são o povo mais romântico 
Conseguindo com poesia o mundo conquistar

Paulo Gomes 

QUE INDEPENDÊNCIA, QUE LIBERDADE?




QUE INDEPENDÊNCIA, 

QUE LIBERDADE? 


4 De Julho, o Dia mais feliz e jubiloso
Em cada aldeia, em cada vila ou cidade,
O dia da família, do cidadão extremoso,
EUA – que Independência, que Liberdade?

4 De Julho, o Dia da eterna Equidade,
Da Oração, da Acção de Graças e do Gozo,
Da Autonomia, da Justiça e Fraternidade
Do entrelaçar das mãos e do coração ditoso.

4 De Julho, o Dia do Acordo e da confiança,
O dia dos Projectos de horizonte certo,
O Dia da Nação e da colectiva esperança,
O Dia do Progresso num só País aberto…

EUA – País das mil raças e um só brasão,
Da eterna Paz e da eterna ambiguidade,
Da promissora Espada, com ou sem razão,
EUA – que Independência, que Liberdade?

4 De Julho, o Dia do Sonho e da Bandeira
O abençoado Dia de uma Alma inteira!

Frassino Machado

In RODA-VIVA POESIA

quinta-feira, 2 de julho de 2015

QUE PRAZER É ESTE…!?


Imagem – Belissime Immagini 


QUE PRAZER É ESTE…!?


Que prazer é este que tem uns felizes
E uns contentes da vida que ainda têm!?
Que entorna as madrugadas sem piedades,
Que inventa manhãs aos que pães não têm!

Que prazer é este que gera caos, miséria,
E vive impune em terra, de que lado!?
Que pavoneando sem misericórdia
Suprime, avança esmola de tostão furado!

Que prazer é este pleno e tão consciente
Ao desamor!? Que fere sem dó tanta gente
Que tem amor para dar só não tem viver,
Pois, o mundo é do lado do poder!

Que prazer é este que é desejo e tão fardo,
Que encaminha o futuro em que não há
Igualdade!? E a soberania é para já
Palavra de ordem para o pobre cansado!

® RÓ MAR

É TARDE!


Imagem - 1.000.000 Artists 


É TARDE!


É tarde! A noite está iluminada pela lua cheia, que no seu pedestal sorri. Dorme a cidade e as suas gentes. Nas esquinas, brilham os vestidos e sapatos de lentejoulas, que adornam a miséria humana, que está escondida durante o dia. Negras são as horas de espera, por alguém que procura sei lá o quê... para matar a solidão, e quem sabe outras maleitas que não se vêm...
Aquelas/aqueles, que sorriem e mostram as coxas para aliciar os predadores da noite, e tirarem proveito do repasto de minutos cronometrados. Pobres de dinheiro, e de espírito...
Sociedade podre que permite, que se venda o corpo para matar a fome.
No rosto trazem as marcas do infortúnio, e na boca o grito de desespero, da má sorte que os encaminhou para as vielas que guardam nos escombros, a podridão que a cada hora, a cada minuto, arrastam a vida no aconchego do medo e da nudez da pobreza.

Margarida Fidalgo

quarta-feira, 1 de julho de 2015

PASSEIO NA MADEIRA


PASSEIO NA MADEIRA


Passeio sem destino algum
Neste jardim à beira mar
Estou ainda em jejum
Desfruto este aroma no ar

Meus olhos ficam deliciados
Neste tom de verde e flores coloridas
Vejo junto ao mar um casal de namorados
E umas senhoras fazendo as suas corridas

As ruas já estão apinhadas de turistas
São imensos e de várias nacionalidades 
Com as suas máquinas para fotografar as vistas
Quando partem vão com o coração cheio de saudades

Continuo a minha relaxante caminhada
Apreciando esta beleza estonteante
Cheguei ao destino no final desta estrada
Onde as flores se abriam sobre o sol brilhante

Paulo Gomes

A NOSSA CIDADE


Pintura de Antonio Di Viccaro 


A NOSSA CIDADE


Quando sonhamos lastra-se artes à humanidade;
Os traços que idealizamos debuxam a nossa cidade;
As fragrâncias que expiramos, amimam pela amenidade,
Alicerces que enraízam e alimentam a obra da existência.

Quando o sonho se torna realidade
A vida tem tais cores que tomam formas de verdade;
A tela que sonhámos é, enfim, nossa cidade,
Coração que move almas à felicidade.

Quando vivemos plenos a realidade
Do nosso sonho o azul intersideral é luminosidade;
Os olhares que alcançamos, são a nossa mocidade,
Asas que libertam simplicidade pela nossa cidade.

Quando partimos da nossa cidade
A tela que pintámos lê saudade;
As rosas, que pela vida perfumaram amizade,
Flores que nos ensinam o caminho da lealdade.

Quando penetramos o azul do céu, à eternidade,
Os pastéis níveos surpreendem a nossa cidade;
Principados, azuis perenes à prosperidade,
Coroas angelicais que nos amam por excelência.

® RÓ MAR