sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

NAU DA FELICIDADE




“NAU DA FELICIDADE“


Não temerei nem ventos nem procelas,
Nem monstros nem sereias a cantar,
Agora que enfunei as minhas velas
Ninguém me impedirá de navegar.
 
Nem tudo nesta vida é coisas belas,
Mas tudo nós teremos que enfrentar,
Embora prevenidos, com cautelas,
Para que assim possamos triunfar.
 
Eu quero navegar a todo o pano
E sem temer nem rombo, nem afano,
Seguir o meu caminho em liberdade.
 
Com fé determinado, sem pavor
E bendizendo a Deus por seu amor,
Aportar finalmente à f’licidade.
 
Abílio Ferradeira de Brito

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

DESTE LADO DO MUNDO




DESTE LADO DO MUNDO


Vivo deste lado do Mundo, isolado,
Não quero fazer parte desse Mundo,
Desvirtuado.
Vivo feliz, faço o que mais gosto,
Tenho amigos e amigas sinceros,
Neles aposto.
O outro lado do Mundo é misterioso,
Tem tanto de irreal como de louco,
Vivo desconfiado.
O outro lado do Mundo não tem solução,
Vive da mentira, da violência e traição,
É preciso cuidado.
Quero viver deste lado do meu Mundo,
Aqui me sinto seguro e com projectos,
Mais concretos.
Do outro lado do mundo, há só ambição,
Os gananciosos só pensam no dinheiro,
Não têm coração.
Deste lado do Mundo tenho liberdade,
Posso escrever minha bonita poesia,
É a minha mais valia.

Por isso quero continuar a viver deste
Lado do Mundo.

Ruy Serrano

PASSARINHOS EM DEBANDADA!!!...




"PASSARINHOS EM DEBANDADA!!!..."


São passarinhos em bando;
Sobre a terra e mar voando...
Perseguidos...assustados...
Desprezados...Maltratados...
Fogem com medo e terror!...
Da guerra...da morte e fome,
Do desamor, que há no homem...
Voam...procuram...abrigo e amor!...
Perigos nessa aventura.ocorreram...
Alguns de cansaço morreram,
E...poucos sobreviveram...
Lutaram...sofreram...não desistiram.,.
Poisaram...foram viver numa floresta perdida;
Com outras aves e formas de vida,
Duma raça desconhecida!...
Passarinhos...se construíram novo ninho.
Num recanto escondidinho...
Jamais esquecem...onde nasceram!...
Do que passaram e sofreram...
Voaram!!!...Não p´ra Terra Prometida,
Chegaram!!!..Talvez p´ra outra breve partida...
Que Deus guarde seus destinos...suas vidas!...

António Joaquim Alves Cláudio

ENTRE TEMPOS




ENTRE TEMPOS


Entre tempos, que vão e outros que não vêm,
A vida transforma em diversas xícaras,
Doseadas com mais ou menos iguarias,
Consoante o ritmo e afim, que nos mantêm!

Não que os hábitos mudem, mas há que modelar
O costume aos tempos, que tendem a desafiar
A outras tarefas, e concretizar o presente bem!
Quiçá o futuro seja de outras safras que nos olhem!

Entre tempos não há uma dosagem concreta,
Mas, há especiarias que nos definem!
Ainda que menor xícara, a frase predileta,
Elaborada em letras que não encolhem!

© RÓ MAR
 

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

MÁSCARAS




MÁSCARAS 


Estão no palco os artistas
P’ ra fazerem recital,
Largos gestos, lindas vistas,
E no fim é Carnaval!

Máscaras,
Sempre nascidas e tingidas e vestidas
Máscaras,
Sempre voltadas e mudadas e rasgadas!

Vai no adro a procissão,
Cada rosto é sinal,
Belas frases no guião
E no fim há Carnaval!

Máscaras,
Sempre nascidas e tingidas e vestidas
Máscaras,
Sempre voltadas e mudadas e rasgadas!

Vai na rua a maralhada,
Tanto bem ou tanto mal,
Só se salva desta alhada
Quem conhece o Carnaval!

Máscaras,
Sempre nascidas e tingidas e vestidas
Máscaras,
Sempre voltadas e mudadas e rasgadas!

Frassino Machado
  MENSAGEIRO CANTANTE

QUANDO A NOITE CHEGA




QUANDO A NOITE CHEGA


A noite chega bruscamente e eu bocejo,
Não de sono, apenas cansado dum dia
De emoções e de surpresas, anormais,
Focadas pelas televisões e pelos jornais.

O dia a dia é cada vez mui mais penoso,
Torna a vida amarga e de vil martírio,
Perdem-se amigos, ganham-se inimigos,
Passa-se todo o tempo a sofrer martírios.

Martírios difíceis de superar, tarda o dia,
Em que tudo irá mudar, não há ventania,
O tempo escureceu, a lua nova emigrou,
O céu ficou negro, nem o luar se salvou.

Luar que se envergonha do que vai vendo
Na terra que ilumina, em noites de vigília,
Linhas de fogo luminosas das guerrilhas
Que os homens travam com as quezílias.

Quezílias que se tornam ferozes e mortais
Para crianças, mulheres e tudo, é demais,
A humanidade caminha para o extermínio,
Não se vislumbra desvios e outro caminho.

Viver o dia a dia tornou-se hábito e rotina,
Não se fazendo algum esforço, paradigma
Que se vive, essência da vida de combate
Que se trava no campo semeado de ódios.

Quando a noite chega, acaba mais um dia,
Sem se saber se outro dia melhor chegará,
Estarei toda a noite de vigília, sem sono,
Escrevendo minha poesia, dedicado dono.

Ruy Serrano