terça-feira, 19 de julho de 2016

NO MEU ALENTEJO





NO MEU ALENTEJO


Pelos campos fora germinava o trigo,
Nas belas searas, de espigas douradas…
Ao som das cantigas, de vozes trinadas,
Fazia-se a monda do joio inimigo!

Eram camponesas, em rancho, animadas!
Como se a labuta não fosse um castigo!
E o sol escaldante não fosse um perigo!
Levando pra casa parcas semanadas…

Com o bico aberto como passarinhos,
Lá estavam à espera de pão e carinhos,
Os seus pequenotes, de tudo carentes!

Era dura a vida no meu Alentejo,
Que em memórias tristes, recordo e revejo,
Que as coisas mudaram e hoje são diferentes!...

José Manuel Cabrita Neves