domingo, 11 de fevereiro de 2018

CULTURA DE MASSAS!


Imagem - Google


CULTURA DE MASSAS!


Se a cultura de massas é o modelo ideal de sociedade a crítica da mesma, sob outra forma de cultura, é considerado um aparte, inteletualismo, que não tem relevância para o mecanismo existente, popularizado, do qual faz parte a maioria.

Mas, afinal o que deveria importar numa sociedade que pretende ascender a nível cultural, a quantidade, os modelos estandardizados, a alta produção e os benefícios económicos que advém, ou a qualidade, a originalidade...!? 

Há uma parte da sociedade que, minoria, pensa de forma diferente, dando primazia à qualidade e à criatividade, mas, têm pouco direito de opinião e assim sujeita a viver a imposição do modelo de sociedade idealista, que premia o consumo, evidente atualmente.

Hoje em dia, troca-se tudo com uma frequência descomunal, tanto os bens de primeira necessidade, como outros objetos, assim como também as pessoas, porque passou de moda ou está aparte da tipologia. Qualquer outra cultura é suplantada à cultura de massas, severamente criticada e até marginalizada. 

Pretende-se uma sociedade homogénea, cujo objetivo é vincular as várias classes, apesar de não descurarem o valor hierárquico, a um bem final comum, ou seja, a uniformização de um determinado meio para atingir um dado objetivo. Como podemos verificar, cada vez mais, a sociedade é generalizada, fruto de uma indústria projetada para as massas e de um sistema idealista económico, onde a cultura no seio da sociedade é o monopólio da expressão cultural!

Uma cultura de massas, padroniza, pretende valorizar a produção e consumo, deixando de lado a arte genuína, o cunho pessoal, o parecer e a escolha individual, de cada um. Não que todos não tenham uma opinião concreta e por vezes discordante, mas, é irrelevante e até se torna ridículo opinar sobre a matéria! Existe sempre dentro da cultura de massas uma intrínseca, quase invisível descriminação, calculável de forma subjetiva. O modelo de sociedade que se considera perfeito, na medida em que contribui para uma igualdade de classes e defesa de todos os deveres e direitos humanos!

Tendo em conta o impato e até os benefícios que a industria cultural, nomeadamente, os mídia, teve na implementação e avanço de novas tecnologias e por sua vez na formação de mentes, a qual atingiu um sucesso inquestionável, não me parece que seja a melhor forma de abordar o assunto menosprezando-a, mas sim, respeitando-a e dando-lhe o devido valor. Digamos que tem bastantes aspetos positivos, nomeadamente, a grande divulgação e novas oportunidades, em particular para uma camada social desprivilegiada, com menos poder económico e recursos educacionais.

Então, direi que cultura é muito mais que cultura de massas, e quando me refiro a cultura estou a englobar todas as classes, fachas etárias e etnias. Na minha condição de humilde ser, vou-me formando no quotidiano com todos os que me rodeiam e através de diversos meios, inclusive, os mídia, com um único objetivo o de aprender e de algum modo, contribuir para a sociedade. 

Entendo por cultura tudo o que exprime conhecimento, arte na sua essência, baseado numa determinada etnia, ou contexto, independente no espaço e no tempo, ou seja, que perpétua e em diversos espaços, pela sua historicidade ou criatividade, o que deverá ser fonte aberta ao espírito critico. Considero que deve existir um certo inteletualismo, o que pode ser considerado menos benéfico à sociedade e até reprimido pela mesma. 

Se todos gostássemos do amarelo o que venderia as outras cores? Confesso que adoro amarelo, mas, se tivesse que conviver todos os dias com ele, acabaria por o achar uma cor enfadonha! Pois é isso mesmo, há que mudar, "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", mas, não queiram escravos, dêem margem a opções de escolha! Eu tenho, tal como outro um, uma forma de ver e arquitetar o mundo, que presumo ser diferente, não que seja entendido na área da cultura, mas, tenho opinião própria e não me dou muito bem com os fanatismos!

Cada vez mais, vivemos em sociedades multiculturais, onde há diversas etnias e por sua vez mais raízes culturais, porquê generalizar o que é tão puro e único, o que faz parte de uma educação e cultura, todos deveriam ter o direito a viver consoante a forma própria, natural que os faz realmente seres!? Ah, seria uma mais-valia, pois, para além de aprendermos, ensinarmos e vice-versa, respeitaríamos os diversos géneros culturais, do quotidiano, numa espécie de união e intercâmbio cultural! Não que o não haja, mas, não tão significativo, há uma nítida modelagem ao sistema! E, com o devido respeito, devíamos ter espírito critico, fundamentado, evidentemente, pois, não poderei chamar veículo de cultura a tudo o que exprime opinião contrária porque entende que a seu ver é racional. Há que para além de ser consciente ser formado (educado), assim como também se fazer presente, para evitar a manipulação! 

Concluindo, todos nós somos seres de valores culturais, inquestionável, na medida que não ultrapasse o limite que confere à margem que dá origem à liberdade do outro. Em suma, somos seres de várias culturas, independente de pertencermos ao mesmo território, não devemos generalizar, porque generalizar é tornar banal e banal é algo de abominável que não tem uma pinga de cultura!

Com isto, não quero de forma alguma dar a entender que apoio certos movimentos extremistas, excêntricos, que fazem mais barulho que outra coisa que chamo de falácia, pois, cultura é arte, musica melodiosa e harmoniosa e tem que inevitavelmente contribuir para o bem da sociedade.

Ser diferente numa certa perspetiva, no ponto de vista em que a cultura e a educação estão interligadas, o que digo não aos extremismos, pois, considero formas de exibicionismo e desrespeito pelos valores sócio-culturais, quais não podem, de forma alguma, ser considerados fontes ou veículos de cultura, apelidaria-os de anti-culturais, genes, específicos de uma outra massa.

O que me parece ser relevante e até grandioso, num determinado território é o sentido patriótico, histórico e cultural em simbiose com a criatividade existencial premiando o espírito critico e exaltando os valores de educação, ou seja, privilegiar diferentes culturas! Deixando de ser um modelo estereotipado e passando a uma concepção realista de diversas culturas interligadas e em simultâneo projetáveis, o que certamente conduziria a uma melhor compreensão e aperfeiçoamento dos fenómenos culturais que se vão sucedendo.

© Ró Mar