domingo, 11 de fevereiro de 2018

POEMA INSURGENTE



POEMA INSURGENTE 

“No Teatro D. Maria II, 31 – 01 – 2018”


Hoje chamaram-me de “soldado poeta”
Concordo, estando preparado pro combate,
Pois já sobeja no meu tempo de asceta
O recriar poesia sem jeito nem arte… 

Soldado poeta, porque não houvera de ser?
É que o nosso Camões, esse, também o foi,
Mas… mais artilharia tomara eu de ter
Para cumprir tal tarefa. E é isso que me dói.

A Camões deram-lhe o nome de "Trinca-Fortes",
E agora a mim chamaram-me de “soldado poeta”.
Mas fico sem saber qual destas duas sortes
Fará que minha «lira» se torne mais completa!?

Vejamos, porém, o que vem mesmo a talho de foice:
Nesta «Casa de Garrett» eu sinto-me poetando
E… eis que certos poetas m´ aplicaram um “coice”
Ficando, mais uma vez, a Poesia esperando… 

Não é Soneto, não? Mas é poesia, gente:
É poema insurgente, que fala e não mente!

Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA