Ai Abril, Abril...
Foi um cravo em vez de uma baioneta
e um canhão armado de um sorriso,
a revolução que rumava à meta:
era urgente a paz, mudar foi preciso!
E no compasso da Vila Morena,
sonhando sempre a justa direção,
a madrugada fez-se manhã plena,
embandeirada em cor e emoção.
O povo respirou fraternidade,
gritou anseios e voz da liberdade,
deposto o poder caduco e senil.
Décadas depois ainda clama a voz
presa em grilhetes, realidade algoz...
... mas será que já se cumpriu Abril?
© Nita Ferreira