ESPERANÇA DE ABRIL
Os teus olhos vivos cor de ciúme,
Beijam ávidos a nova primavera.
Que destila no soneto o perfume,
Fragrâncias, divinas de outra era.
Agora! És a mulher, sábia e bela!
Lembrança desse jardim proibido.
És, pintura delicada de aguarela,
Resgatada no éden já esquecido.
És a volúpia, transparente, subtil,
Escondida no teu invólucro mortal,
És beleza radiante do mês de abril.
A cor rubra dos cravos de Portugal.
O reduto de esperança que vi em ti,
Cada ser, mais humano, mais igual.
Joaquim Jorge de Oliveira