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Na roça era assim
Amanhece chovendo...
No coração da vida da roça o sol brilha...
Só vendo!
Alegria exuberante... Bela trilha!
Com uma capa e botina alguém vai o leite tirar,
Tratar da bicharada depois o café tomar.
Que delícia, as guloseimas que lá tem.
Pão de milho, nata, o melado, queijo fresquinho também.
Salame ali fabricado, o doce feito de abóbora e as frutas do pomar.
Depois de arrumar a casa, a mulherada a inventar.
A mãe a remenda roupas pra usar lá no pesado.
Cose, cirze o par de meias, deixa o tempo alinhavado.
Trança a palha, faz chapéu pra livrar do sol medonho,
A filha borda e tricota e alimenta cada sonho.
Escreve carta pra família e também ao namorado
Naquele lugar distante, faz seu Rei o seu amado.
O almoço uma delícia! Coisa simples, caprichada...
Galinha caipira ao molho, feijão arroz e salada.
Os homens vão pro paiol descascar o milho da palha,
Que logo vira fubá e assim segue a batalha.
Na hora que a chuva cessa, o filho pega o cavalo,
Vai à Vila fazer compras e logo no mesmo embalo,
Dá um jeito de encontrar a querida namorada.
E assim a noite chega junto da mulher amada.
Dia de chuva na roça é pra adoçar a essência,
Porque viver é uma arte vivida com sapiência.
Da simplicidade ao luxo viva a feliz existência!
Elair Cabral