Abraçar o outono na Rota dos Fetos é tranquilizador.
Rota dos (a)Fetos
Entrar na paisagem, no desassossego da encantadora imagem
Da natureza vestida de ameno inverno
E sentir na estaladiça folhagem, a música extasiante, infinita
Enquanto as árvores se desnudam de preconceitos
Sensualidade destapada de traços perfeitos
Onde pinheiros altaneiros de folhas elegantes
Espargem a luz nos lábios das acácias
Na “Rota dos Fetos” sinais de passagem de afetos
De mãos dadas, de abraços discretos
Ao som do canto do rouxinol invisível e irrequieto
Da melodia do rio Pavia de água pouca
Pétalas de neve de malmequeres nadam nas águas cristalinas
Plátanos de corpo liso e perfeito alindam-se no espelho do leito
E, dos medronheiros caem lágrimas de sangue, incolores com sabores
Nos tapetes de musgo, onde dormem fadas e duendes imaginários
“ Mundão “ pedaço de terra e beleza de enleios e ideários
Imbuídos em plena natureza nesta bucólica imagem
Um tumulto de sonhos abre horizontes
E no bailado estonteante das borboletas coloridas apetece voar
Caminhar nas margens, enfrentar o vento ardente, derrubar muros, construir pontes.
© Isilda Monteiro