sábado, 28 de setembro de 2019

ROTA DOS (A)FETOS



Abraçar o outono na Rota dos Fetos é tranquilizador.

Rota dos (a)Fetos


Entrar na paisagem, no desassossego da encantadora imagem
Da natureza vestida de ameno inverno 
E sentir na estaladiça folhagem, a música extasiante, infinita 
Enquanto as árvores se desnudam de preconceitos 
Sensualidade destapada de traços perfeitos 
Onde pinheiros altaneiros de folhas elegantes 
Espargem a luz nos lábios das acácias 
Na “Rota dos Fetos” sinais de passagem de afetos 
De mãos dadas, de abraços discretos 
Ao som do canto do rouxinol invisível e irrequieto 
Da melodia do rio Pavia de água pouca 
Pétalas de neve de malmequeres nadam nas águas cristalinas 
Plátanos de corpo liso e perfeito alindam-se no espelho do leito
E, dos medronheiros caem lágrimas de sangue, incolores com sabores 
Nos tapetes de musgo, onde dormem fadas e duendes imaginários 
“ Mundão “ pedaço de terra e beleza de enleios e ideários 
Imbuídos em plena natureza nesta bucólica imagem 
Um tumulto de sonhos abre horizontes
E no bailado estonteante das borboletas coloridas apetece voar 
Caminhar nas margens, enfrentar o vento ardente, derrubar muros, construir pontes.

© Isilda Monteiro 

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

OUTRORA, O PALATO ERA DE OUTONO TEMPERADO


Imagem: Un CAFé s'il vous plait.


OUTRORA, 

O PALATO ERA DE OUTONO TEMPERADO


Outrora, o café da manhã era especial,
havia pão fresco à mesa e o terno abraço matinal.
As folhas das árvores caíam delicadamente
sobre nós e à luz do dia vestíamos cores
que nem imaginávamos serem flores.
Lugar mágico e tempo tão cobiçado 
que premiavam a nossa aurora matinal!
Havia dias frios e molhados em que nós,
de dentro, assaltávamos a janela da frente
munidos de beijos que trepavam o telhado.
Outros tempos! Havia à mesa compotas 
e pelo ar o cheirinho agradável das colheitas.
As árvores perpetuavam nudez à terra húmida e nós 
folha a folha compúnhamos a vida colmatando 
o céu das bocas de afamadas receitas.
Outrora, o palato era de outono temperado.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

O SORRISO DO OUTONO!




O sorriso do Outono!


Outono hoje me sorriu
Apenas só para mim.
Apenas assim existiu
Com cheirinho a jasmim.

Esta é a noite de luar
Outono sereno é assim
Num jardim de encantar,
Tu sorriste só para mim.

Despiste-me ao relento
Outono de tanta emoção
Fica para mim o momento,
Bem dentro do coração.

Outono folha caída no chão
Mas, com aroma de uma flor
São versos que escrevo à mão,
Com poesia de muito amor! 

© Maria de Lurdes Cunha

https://www.facebook.com/mlurdescunha

OUTONO, TEMPO DE RENASCER


Imagem:  SAi$ONS

Outono, tempo de renascer


É Outono, 
quero voltar a renascer,
não quero de todo perder
o que conquistei até aqui.
É tempo da natureza florir,
menos calor sentir.
Como folhas de Outono
que voam pelo jardim,
há renovação, sem abandono.
As folhas caem com sono
e eu dou-te o melhor de mim…

É Outono, veste-se outra roupagem, 
outras cores com nova mensagem.
É uma nova etapa para florescer
e novos pensamentos transparecer.
Bem vindo Outono,
trás tudo o que eu preciso
para meus dias iluminar, 
quero tua voz escutar…
Há muita coisa para mudar,
umas deixar ir, outras transformar.
Há novos sonhos para alcançar…

© Bernardina Pinto

ESCREVO QUE O OUTONO ESTÁ AQUI


Imagem: J'ad' OR


ESCREVO QUE O OUTONO ESTÁ AQUI


O céu olha-me efusivamente,
O tempo fala de terra molhada e berços,
Os arbustos cochicham entre si [poesia]
E eu [de braços abertos e de pés descalços]
Desfruto do movimento do dia.

Num rodopio, minh' alma dança livremente
A par das folhas ocre que caiem ao chão
E eu [de corpo firme e de largo coração] 
Desenho p' lo solo una estrela rubi.

O céu [ao lusco-fusco] continua o olhar,
O tempo gesticula e o monólogo perdura, 
Os arbustos, por fim, silenciam
E eu [em leito a jeito e d' alma madura]
Escuto-os enquanto a noite não chegar.

Num abrir e fechar d' olhos, minh' alma em versos
A par das folhas ocre que adornam o chão
E eu [de corpo leve e místico coração]
Escrevo que o outono está aqui.

© Ró Mar

OUTONANDO...



CHEGOU UM OUTONO MOLHADO


Pintura de Frederick Mccubbin


CHEGOU UM OUTONO MOLHADO


Chegou o Outono. O céu tornou-se frio.
Grande tristeza absorve a luz da tarde;
O sol não dá calor, a floresta é sombria,
Embora o Poente as tintas não guarde!

Quem sente chegar o Outono desfalece,
Tétrica a escuridão dos altos arvoredos.
Amores, folhas, enfim, tudo amarelece;
Só tu e eu mantemos nossos segredos.

Nasce a manhã no horizonte nevoento
Desponta apagando as estrelas do céu.
Com manto de rosa a flutuar ao vento;

Não despregando o teu olhar do meu,
Admiramos quando a lua se levanta;
Prateia-se, mas o rouxinol já não canta!

© Alfredo Costa Pereira

AO CAIR DA FOLHA




Ao cair da folha 


Sente-se o aroma do Outono no ar
e de manhã e à noite a refrescar.
Jardins coloridos e folhas a voar
é uma delícia andar agora a passear!

No Outono, novas flores e plantas a nascer
é a beleza da natureza que nos encanta...
É um novo recomeço, esperança para viver,
ás vezes chove e logo cada árvore dança...

As árvores sentem frio com as suas folhas a cair,
em bando, pássaros voam e outros vêmo-los partir.
É altura de ver novas cores, outras pinturas surgir
e as pessoas procuram agasalhos para vestir...

O Outono é uma estação linda, colorida, com poesia
onde se sente mudança, outras cores e renovação.
Passear neste tempo é como sentir emoções com alegria,
viver rodeados de beleza e ter muito amor no coração!

sábado, 14 de setembro de 2019

TROVAS DO MEU MAR




TROVAS DO MEU MAR 


«Paráfrase a Abel da Cunha»

“Queria fazer um poema...
a este mar largo da Foz.
Mas poema é ele mesmo
basta escutar-lhe a voz.”

Abel da Cunha – O Mar da Foz


Frassino Machado – Trovas do meu Mar

Eu escuto a voz do mar
Num horizonte sem fim
São as marés a arrolar
Aqui bem dentro de mim.

Um poema nele navega,
Numa barca d´ emoção,
Chegando à barra sossega
Por encontrar direcção.

É um mar remoto e calmo,
Das ondas faço um poema 
Verso a verso, palmo a palmo,
Com inspiração extrema… 

Mar-madrugada, poesia,
C´ os sentidos sempre ao leme
Na busca da maresia
Que avança e nunca teme. 

Sou poeta, sou marinheiro,
Mar de água transparente,
Sou poeta de corpo inteiro
Com um coração que sente.

A voz do Mar qu´ há em mim
Tem brisas de singeleza,
Rosas brancas de carmesim
Numa alma de Natureza. 

Se por vezes é mar revolto
Tem razões sérias de fundo
É meu sonho qu´ anda solto
Meio enredado p´ lo mundo. 

Ele há brumas nesse mar
Mais sereias, aqui e além,
Meu farol tem luz pra dar
Para que eu aporte bem.

Entre o meu mar e o céu
Luz uma estrela de esperança
Alma branca sem labéu
Com âncora de confiança.

Minha voz é bem sentida
Quando adentra neste Mar
É o canto e a voz da Vida
Com a Poesia a vibrar!

Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA 

SER FADA POR UM DIA




SER FADA POR UM DIA


Queria ser fada por um dia,
poder mudar coisas e sentimentos
para haver mais sorrisos,
ouvir mais palavras de amor,
ver mais gestos de ternura, sem dor.
Faria um pacto com o vento
para ele levar paz por toda a parte,
fazia surgir em cada pensamento 
vontade de amar, de fazer melhor.

Se fosse fada por um dia
haveria mais abraços verdadeiros,
colocava luz e música a tocar
em todos os lugares sombrios,
frios e cheios de solidão…
Mandava estrelas e a lua 
para acabar com a escuridão.
Faria que as pessoas pensassem
e agissem mais com o coração.

Que bom que seria
que eu fosse fada por um dia!
Certamente haveria
mais amor, paz e alegria!

domingo, 8 de setembro de 2019

OLHAR ABENÇOADO



R E N A S C E R !!!...




"R E N A S C E R !!!..."


Pássaro de cristal de asas douradas;
Penas coloridas de flores perfumadas,
Levando no bico um ramo de fé!...
Voa com estrelas de luz prateada,
No vento que leva maresia salgada,
Quando junto à praia rebenta a maré!...

Ao surgir a onda branca de espuma;
Alterosas vagas em manhãs de bruma,
O Sol dourado desperta em doce magia,
Como hino saudando o nascer do dia!...

Gaivotas que voam sobre o mar azul;
E barcos rumando para as ilhas do sul...
Braços erguidos num acto de prece!...
Ódios adormecem num sono profundo;
Cânticos de Anjos ecoam p´lo mundo,
Nova "FÉNIX" renasce e a paz floresce!...

© António Cláudio