ABRO A JANELA
DO QUARTO
Abro a janela do quarto
Vejo um tempo ingrato
É chuva que cai lá fora
Lembro os sem abrigo
Que suportam seu castigo
E até a natureza chora
Sua vida é tão madrasta
Sem poderem dizer basta
E abraçam-na com maldição
Cobrem-se ao frio e à chuva
Com roupa que não tem muda
A sua cama é o chão
Sinto uma grande tristeza
Imploro à mãe natureza
Que dê sua proteção
A estes filhos do vento
Que nem têm para sustento
Sequer um naco de pão
Foi a chuva de repente
Eis que um dia transparente
Apareceu no azul dos céus
E estes pobres coitados
Ficaram mais confortados
Co’este milagre de Deus.