O DESALENTO
Quando nos bate à porta o desalento,
Porque nos falta o ânimo, a esperança,
Nessa ténue incerteza que balança,
Entre aceitar ou não o sofrimento…
Quanto mais a dor lembra mais avança,
A solidão e o torpe isolamento,
Em que de mágoas vive o pensamento,
Sem novas de alegria na lembrança!
A chuva, a nostalgia do Outono,
Fazem sentir da vida, o abandono,
Neste mar turbulento de incerteza!
Quando não há uma luz no horizonte,
Mas antes negra nuvem que amedronte,
Só resta o sentimento de tristeza!...
© J.M. Cabrita Neves |10/2021