quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A MATANÇA DO PORCO




A matança do porco


(Memórias da minha infância)


Havia lá na aldeia a tradição
De em certo dia um porco se matar
E quando o bicho vinha, estava a mão
O banco, o colmo, a faca, o alguidar

E ei-lo ali deitado, patas presas,
Sangrando e aguardando o seu final;
Depois, tochas de palha bem acesas
E a malta chamuscava o animal

O bicho bem berrava, bem grunhia,
Mas toda a gente ali se divertia
Co'as cenas desse estranho ritual

Depois, alguns canecos bom vinho
A broa, as azeitonas e o toucinho, 
No culminar de um rito tão brutal

© José Sepúlveda