quarta-feira, 11 de novembro de 2015

SÃO MARTINHO `O MILAGREIRO´


Foto de Verónica Marques


SÃO MARTINHO `O MILAGREIRO´


SOL DE PORTUGAL


São Martinho
Que no cavalgar
Investe a espada afiada, populações
Em seu manto, (que não sobejava);
Era a metade precisa p´ra calar
O gemido do pobre mendigo;
Um abençoado abrigo.
Tamanho coração!

Ó nosso aventureiro cavaleiro, 
Espada em punho, 
Cujo descanso luz, o `manto milagreiro´
Multiplicai o castanheiro!

Realidade concreta e sonho mais-que-perfeito,
`Sol´ irradiante, crédulo fenómeno 
Que fez o mundo aprender a girar!
Uma nova vida p´ra caminhar.

Martinho, cavaleiro em profissão,
Virou da noite pró dia santo em vocação.
A religião, novo rumo ao seu alcance, 
Luz que abraçou, sem crer atrás olhar;

Jesus agradeceu a grande dádiva,
O seu calor humano, e o glorificou, 
Um quanto na bênção dos céus: santo...
Santo...trigo do faminto, a multiplicidade;
O salvador da humanidade.
Ó quanto amor! 

Ao único santo não mártir, venerado por todos, 
O título da igreja foi concedido,
P´lo tão grandioso coração.
Ó quanta devoção!

Seu povo o aclamou bispo, santo à humanidade
E São Martinho quase rejeitou.
Ó quanta humildade!

E a tradição, que remonta a antiguidade,
Se fez luz, vida, festa de multidões, 
Na vila de Santarém,
Lá p´los tempos Marquês de Pombal;
Concursos hípicos, real arte equestre, performance.
Uma obra d´arte fenomenal!

São Martinho abençoado,
Que nos dá alegria a rodos!
É vê-los bem montados no cavalo,
Puro-sangue lusitano,
Lá p´los lados da Golegã. Novembro glorificado!

Cavaleiros e belas amazonas
Desfilam os seus trajes a rigor,
À antiga portuguesa,
No picadeiro internacional;
A velha história d´amor, tradicional.

Ó afamada vila de Santarém!
O museu Carlos Relvas 
A igreja de nossa senhora da Conceição,
Terra fértil e lindas as paisagens que tem
As Lezírias do Tejo. 
É a maior de Portugal,
O grande desejo da humanidade.

São Martinho
É o orgulho do povo português!
Um verão soberbo, o magusto,
(Fruto doce a saltar na brasa)
A castanha, qual é tão desejada p´lo freguês!

E o vinho das terras de Portugal,
Água-pé e tantos outros cá da casa;
A tão grande riqueza nacional;
Castas tão cobiçadas! Quanta grandeza 
P´ra regalar os olhos do estrangeiro!
É vê-los, lá na feira do cavalo,
A gargalhar felicidade.

Feira de São Martinho,
Feira da Golegã (a capital do cavalo);
Verão santo, alegria, confraternização,
Amor e devoção.
Que se celebra à boa mesa portuguesa,
Ao sabor do nosso precioso néctar.

Ó quanto orgulho nacional!
A nossa Golegã, terra abençoada;
`Coisas´ raras, uma certa beleza
E tamanha grandeza...
Paraíso universal.