sábado, 30 de julho de 2016

O AMOR NO BEIJO D' UMA FLOR




O amor… no beijo d’ uma flor


Nos sons do silêncio…
Nos lábios de sentimento
Estendendo a minha mão 
No abraço do coração…

Para te colher, flor que beijo
E se cresce na alma…
Açucena de doce olhar
Rosa do tom de amar.

Que o Universo
Perfuma no sorriso
D’ um incenso
Que sabe-se a verso.

Sopro a palma
Da minha mão 
Ao vento
E te dou um desejo.

O amor…
No beijo
D’ uma flor.

© RÓ MAR


OS ENCANTOS DE ÁFRICA




OS ENCANTOS DE ÁFRICA


Esse continente que nos fascina,
Misterioso e exótico, é diferente,
Foi percursor da raça humana,
Que migrou para outras terras.
Nos tempos de diferentes eras.

Continente de tantos encantos,
Que não há palavras pra cantar
A mística da sua fauna e flora, 
As mulheres de beleza exótica,
As crianças de sorriso cândido.

Os rios abundantes e cristalinos
Que desventram as suas terras,
Dando-lhes de beber e regando
As lavras e as matas luxuriantes,
Que proliferam por suas florestas.

Meninos descalços, amarrados 
A sorrisos rasgados de alegria,
Por alimentarem expectativas
De virem a ser alguém, um dia.
Como seus pais lhes incutiram.

O sol sempre vermelho ao nascer
E ao desaparecer, leva atrás de si
Morcegos e bandos de pássaros,
Que vão pernoitar durante a noite,
Nos nós dos troncos das árvores.

Faltam-me palavras para falar
Dos encantos da terra africana,
Que me prendem por natureza,
Da minha existência atribulada,
Num mundo de tanta incerteza.

Ruy Serrano 

ELEGIA DO AMOR




ELEGIA DO AMOR


Elegia do Amor
Que palavra única e sublime
Pelo coração eleita com clamor
Para quem sua paixão exprime 

Elegia do Amor
É o único arauto da felicidade
Brilhando em todo o esplendor 
Quando o coração sofre de saudade

Elegia do Amor
O Santo Graal para todos os corações
Como um arco íris de diamantes e cor
Brilhando sobre as cidades e Nações 

Paulo Gomes

quarta-feira, 20 de julho de 2016

A SEMENTE DA AMIZADE




A semente da amizade


Toda amizade é uma história particular de conquista.
Primeiro... descobre-se o outro.
Todo mundo parece igual... mas não é.
E é justamente essa coisinha diferente em cada um
que torna cada pessoa única.
E de repente ali está a sementinha da amizade fecundada.
A gestação começa.
A sensibilidade do outro nos toca.
Não sabemos direito o porquê de nos sentirmos próximos de
alguém assim tão longe... tão diferente e tão igual.
Mas amizade... como o amor... não se questiona.
Vive-se... Bendita seja essa gestação amiga.
Sem prazo... sem tempo... sem hora marcada.
Bendita seja essa amizade...
prova de que Deus se faz conhecer através das
pessoas que alcançam nosso coração.

Fátima Santos Silva

DIA INTERNACIONAL DO AMIGO


Jacques II de Chabannes, militar bastante popular entre seus soldados, era também conhecido como Jacques de La Palice (ou Jacques de La Palisse). 

A expressão “verdade de La Palice” ou “verdade de La Palisse” (por vezes também chamada de lapaliçada ou lapalissada) tem a ver quando alguém diz uma verdade tão óbvia que até se torna ridículo dizê-la. A origem dessa expressão tem a ver com um equívoco na interpretação da letra de uma canção que foi feita em homenagem ao nobre e militar francês Jacques II de Chabannes.

DIA INTERNACIONAL DO AMIGO 


“Não haveria urgência em falar nisso”
Alguém por certo, algures, já o disse
E por ser uma verdade de La Palisse 
Só prova a falta que há de compromisso.

Ter compromisso é, sim, o requisito
De uma partilha incondicional
Com o outro de nós, tão natural
Que é a segura âncora do conflito.

E é tão La Palisse esta verdade
Por ser evidente que em cada dia
Tão só, e isso sim, é que seria
O paradigma certo da amizade.

Amigo, amigo, se é que tu o és,
Põe as cartas na mesa, hoje e sempre,
E joga o belo jogo frente a frente
Entre nós e entre todos de lés-a-lés…

E se “La Palisse” não é pra aqui chamado
Olha, aqui fica porém este recado!

Frassino Machado

In AO CORRER DA PENA

A SOMBRA DE UM PASSADO




A SOMBRA DE UM PASSADO


Em cada gota de saudade
que escorre sobre a minha memória
há a sombra de um passado.

São as linhas de uma história
As palavras com que se escreve este fado
a quem o tempo conta a idade.

Sentimentos entranhados no coração
Tristezas desenhadas no sorriso
Amores incrustados na pele
Ilusões marcadas no olhar

É tudo o que esta vida tem p'ra contar

O tempo agora anda em sentido inverso
O rosto perdeu a sua graça
A alma deixou de ter voz de anjo
Olha para o mundo e só vê desgraça

Angela Caboz

AMIZADE




AMIZADE

 
Ainda tem quem nos contradiga,
mas combateremos a desilusão;
já que, por mais que se desdiga,
o Mundo pede é sincera afeição.
 
Como numa canção bela, antiga,
(e passada de irmão para irmão)
eu acredito é na emoção amiga
que brota em cada bom coração.
 
E assim - ah, que você me creia!
eu sei que nós venceremos a dor
- com todo o Mal que ela permeia.
 
AMIZADE é terna luz, é o difusor
como, na escuridão, é a Candeia
aquecendo a Vida com seu calor.

Silvia Regina Costa Lima

terça-feira, 19 de julho de 2016

ÁGUA DA MINHA FONTE




ÁGUA DA MINHA FONTE 


Ó água da minha fonte
Que me escorres pelo rosto
Procura no horizonte
A causa do meu desgosto.

Nesta torreira de verão
Só recordo à minha beira
Um fresco copo na mão
De água da bica da Beira.

Sob uma verde latada
Com uvas de enternecer
Não apetece mais nada
Só um copo d´água beber.

Ao longe, de fresca idade,
Ó que lembranças de grito,
Dei banho à minha saudade
Naquele tanque de granito.

E na água clara da bica
Ao cair pra dentro de mim
Mais limpa minh´ alma fica
E o sangue mais carmesim.

Ó água da minha fonte
Que me escorres pelo rosto
Procura no horizonte
A causa do meu desgosto.

Frassino Machado

In CANÇÃO DA TERRA

A ÁRVORE DO AMOR


Imagem – Bellissime Immagini


A ÁRVORE DO AMOR


A árvore do amor é um segredo, colorido,
Com muitos ramos e um ninho pequenino;
É roseira a florir em todo o mundo;
Tem coração de gente e alma a violino;

É rubra por dentro, cereja à face;
Semente que nasce em paz e carinho,
Que se sente pelo vento em enlace,
Às mãos que partilham um só sonho.

A árvore do amor é riqueza nata;
Planta que cresce, pelas humildes primícias
Que vivem ao momento, em serenata;

É nota musical de todas as pautas;
Frutos que fertilizam corações, em sonata,
Que amam pela eternidade esperanças.

® RÓ MAR

NO MEU ALENTEJO





NO MEU ALENTEJO


Pelos campos fora germinava o trigo,
Nas belas searas, de espigas douradas…
Ao som das cantigas, de vozes trinadas,
Fazia-se a monda do joio inimigo!

Eram camponesas, em rancho, animadas!
Como se a labuta não fosse um castigo!
E o sol escaldante não fosse um perigo!
Levando pra casa parcas semanadas…

Com o bico aberto como passarinhos,
Lá estavam à espera de pão e carinhos,
Os seus pequenotes, de tudo carentes!

Era dura a vida no meu Alentejo,
Que em memórias tristes, recordo e revejo,
Que as coisas mudaram e hoje são diferentes!...

José Manuel Cabrita Neves

PORQUE ME LEMBRO...


Imagens do Mar


Porque me lembro…


Porque não o vir aqui dizer?
Nos portos onde aportei…
Lembro-me do grande prazer,
Dos amores que por lá deixei.

Lembrei-me e o lembrarei,
Porque é o meu passado!
Um passado como só eu sei,
Que por mim foi trabalhado.

Quando ia para o alto mar,
E era obrigado a te deixar;
Me lembrava no mergulhar,
Do prazer que era amar.

Açores, Cabo Verde e Madeira,
Foram terras que eu corri…
Fiz por lá tanta asneira,
E no fim a tudo sobrevivi.

Também andei por Terras d’el Rei,
Fui a Ferrol, a Cádiz e São Fernando;
Na amurada também me debrucei,
Para olhar algo de vez em quando.

Nunca me armei em conquistador,
Fui apenas um marinheiro…
Que quando pôde deu amor,
A algumas belezas por inteiro.

Já lá vai uma vida,
Mas eu disto não me esqueço;
Vivê-la de forma tão sentida,
É nisto que a transpareço.

Armindo Loureiro 

segunda-feira, 11 de julho de 2016

ODE ÉPICA TRIUNFAL




OS DOZE LUSOS DE FRANÇA 08

«França x Portugal, 0 – 1»


ODE ÉPICA TRIUNFAL


Os talentosos Lusos bem apetrechados
Que desta Lusitânia há dias se partiram
Para os Campos Elísios, tão afortunados,
À clara luz da sua estrela se exibiram
E, mesmo com Adamis entre os massacrados,
Lograram a vitória e foram exaltados
Perante os Gálios repletos de presunção
Que não hão-de esquecer nunca a humilhação.

No início da peleja os Lusos vislumbraram
Da parte dos Gauleses os gestos estudados
Pra saírem vencedores, mas logo ultrapassaram
Alguns dos obstáculos muito complicados
E, desta forma, com energia se bateram
Ombro a ombro pois nunca, nunca desistiram.
E é nestes heróis, a quem a história faz menção
Na demanda do Graal, que assenta a coroação.

Foi um só golo, foi … e foi de um só grito 
Que um golpe de magia do sagaz Santão
Fez em Éder, o patinho feio, virar bonito
Tornando bem feliz esta infeliz Nação… 
Com chave d´ ouro, como parecia escrito,
Encerro aqui este áureo Livro de infinito,
Dizendo aos Lusos em Ode de Épica triunfal:
Com ou sem Adamis, cumpriu-se Portugal!

Frassino Machado

In A MUSA DOS ESTÁDIOS

sábado, 9 de julho de 2016

FRANÇA VERSUS PORTUGAL


Imagem de Selecção  Nacional


FRANÇA VERSUS PORTUGAL


«Final do Euro 2016»


França versus Portugal, ó quem diria?
Eis o sonho de tantos emigrantes
Que lhes transborda a alma de alegria
Ansiando tornarem-se triunfantes!

De um lado Griezmann, do outro Cristiano,
Anunciando uma tenaz luta de galos 
Dois ex-libris, gaulês e lusitano,
Chocando os corações num mar de abalos.

Haja, de alfa a ómega, toda a energia
Que estimule de prazer os figurantes
Mas que reine tão só plena harmonia
Na prática das regras perseverantes.

E que enfim, de Paris até Lisboa,
Se manifeste um clima de maravilha
Num mútuo orgulho de vivência boa
Consagrando um sorriso de partilha.

Que La Marseillaise e A Portuguesa sejam
A alegre festa que as Nações desejam!

Frassino Machado

In A MUSA DOS ESTÁDIOS

terça-feira, 5 de julho de 2016

DÉCIMAS DE MIM




DÉCIMAS DE MIM


Mais perto do fim da vida,
Porque a idade não perdoa
E o tempo dizem que voa,
Estarei também de partida
Para a viagem só de ida…
Mas antes que isso aconteça
E que de vez adormeça,
Queria falar-vos de mim,
Pois nem sempre fui assim,
Muito embora não pareça!

Fui menino Alentejano,
Pé descalço e pouca roupa,
Porque mal dava prá sopa
O dinheiro esse magano…
E eu pobre provinciano,
De pais humildes e sérios,
Habituei-me aos critérios,
De viver com o que havia,
Comer pão com melancia
E a dormir sonhar impérios…

Com velhas meias fiz bolas.
Fiz carros com rolamentos.
Fiz fisgas e outros inventos.
Paus que imitavam pistolas…
As resinas eram colas,
Para as minhas invenções,
Que à chaminé, aos serões, 
Me ocorriam à cabeça,
Compondo peça por peça,
Sem esquecer afinações…

Tinha várias ratoeiras, 
Com que apanhava os pardais,
Cotovias e outros mais,
Com ardilosas maneiras,
À sombra dumas figueiras!
Mas aos ninhos nunca andei!
Os que vi, não lhes toquei!
Os ovos, depois as crias,
Olhava-os todos os dias,
Da forma que só eu sei…

Aos nove anos, pouco antes,
Fui para a feira do gado, 
Com um projecto arrojado:
Matar a sede aos feirantes
E aos animais ofegantes.
Água fresca de nascente,
Por dois tostões toda a gente,
Me pedia um copo cheio
E deste modo me estreio,
Fazendo à pobreza frente!

Fui à noite o português,
Mais rico naquela feira;
Brinquei de toda a maneira,
Em tudo, mais de uma vez!
Porém mais me satisfez,
Comprar um naco gigante,
De bom Torrão de Alicante 
Que a minha mãe adorou,
Acto que proporcionou,
Um momento emocionante!...

Muito mais há pra contar,
Nas minhas próximas décimas,
Que espero não achem péssimas…
Se a memória não falhar
E a saúde não faltar,
Às vezes já combalida,
De uma ou outra recaída,
Prometo que contarei,
Tombos e risos que dei,
Mais perto do fim da vida!...

José Manuel Cabrita Neves