Natureza
Nunca antes te havia olhado...
De tão intensa na tua cor,
fechas meu olhar de torpor!
Tão imensa e camuflado é teu quadro
no traço de um coreto, cheio, num adro
tão redonda forma e que quadrado!...
É assim o mundo do homem fechado,
numa bola redonda que, se chuta de lado,
mas o chora querido e muito amado!
Natureza que se despede no fim do dia
e, quase às escuras, suplica que seja dia
para que, repare do homem, a mania...
De pintar castanho barro o verde do mar
nos longos fios das algas o milho salte a cantar
são de barbas velhas a intenção de preservar
Mas as acções... Tardam em chegar
Cantemos amarelos de mãos dadas
todas as decisões proteladas.
E, no quadro que volto a olhar
vejo-te rubro, o sofrimento e, o pulsar!
Fecho os olhos, és azul no meu sonhar.
Ana Carvalhosa