domingo, 17 de setembro de 2017

LISBOA




LISBOA 


Migram ondas, na cor azul do Tejo,
uma ave, rasou teu horizonte…
Alfama é um segredo, que eu cotejo,
as colinas são pombas, numa fonte.

Lisboa é o murmúrio dum desejo,
ocaso, que ela abraça junto à ponte.
Na Baixa Pombalina há um cortejo,
e um barco passa mesmo ali defronte.

Nos Bairros Populares, nas vielas,
há fados que se assomam às janelas,
no esplendor do Castelo milenar.

E enquanto uma florista, no Rossio,
vende pregões e amor até ao rio,
eu subo à Graça p’ra poder beijar.

Manuel Manços