sábado, 24 de fevereiro de 2018

METAMORFOSES!!!...




METAMORFOSES!!!...


Pedras gastas e soltas vão sendo pisadas...
Lançadas a esmo na estrada da vida,
Passos que tropeçam nas duras calçadas
Num caminho sem fim de rota perdida!...

A rota é incerta... certamente vamos tropeçar;
Sem luz e sem leme, sem coordenadas...
Vacilamos... caímos...vamos tentando avançar,
Chegamos ao fim... olhamos e não resta nada!...

Pedras soltas que se espalham p´lo caminho,
Rolam com o vento.... qual vela de moinho...
Quantas pedras preciosa escondem valores!...

Pedras soltas... por vezes não são escolhos...
São os tropeções que lhes abrem os olhos;
E na estrada de pedras soltas nascem flores!...

António J. A. Cláudio

É A VIDA QUE DECIDE




É A VIDA QUE DECIDE


É a vida que decide
quando vai chegar o momento
Nós só temos que caminhar no seu passo!
É ela que nos grita
na Paz do seu silêncio,
que não devemos ter pressa.

A Vida, que a nós nos parece lenta
é a mesma que com a esperança nos sustenta.
É ela que nos cria espaço para os sonhos
e também lhe pertence a fábrica das ilusões...

Tem uma voz tão forte
Que não a conseguimos ouvir
e por isso, não dúvida, temos que segui-la!
Veste-nos a Alma
até nos dias em que andamos descrentes,
naqueles momentos em que nos mostra
que tudo pode ser diferente...

É essa a Vida marota
que me empurrou para o teu caminho.
Ela mesma, que me despiu a timidez
e sem palavras me gritou:

- Vive de uma vez,
Ontem já é passado, o momento é agora!
- Ama sem demora
para que o teu coração não congele!

Foi essa Vida que me ensinou.
Foi ela que por ti procurou.
É a ela que agradeço
a partida da solidão de já não padeço!

Angela Caboz

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

ISTO É QUE É AROMA A ROSA!


Imagem - Aimer la Nature (Love the Nature) 


ISTO É QUE É AROMA A ROSA!


Construa o seu ser à sua semelhança
mesmo que desagrade a muitos.
A autenticidade é um passo de nobreza
que fica bem a todos. O que os outros
pensam é deles, o que somos é que conta,
E, isso não pode mudar em função dos outros.
É compreensível que haja ajuste de personalidade 
para viver em sociedade, mas, nunca descurando 
a verdadeira identidade para agradar 
a meia dúzia de pessoas, que não lhe dizem nada
a não ser critica à sua maneira de ser. Possivelmente 
não têm algo mais interessante na vida 
senão o passear pela vida dos outros!
Pobres de espírito! Deixá-los ser assim!
Seja você mesmo, é esse o caminho certo
para ser saudável, além do exercício físico
e uma dieta à maneira, seja sempre fiel a si.
Quer faça sol, quer faça chuva sobre si
mentalize-se que o planeta é sempre o mesmo,
nada vai mudar porque você mudou e tudo 
o que tem que mudar é você que tem 
de determinar, não porque alguém quer assim!
Não pense que sou assim porque sou eu mesmo,
sou-o porque outros me ensinaram a ser assim
e sou igual a mim próprio. E, quanto ao assim
só para meia dúzia de pessoas que nada tem
a não ser uma máscara emprestada para desfilarem
na passarela de um mundo cor-ó-rosa.
O universo não tem uma cor definida, 
toda a cor é bem parecida quando respeitamos 
e somos respeitados. E, isto é que é aroma a rosa!

© Ró Mar

O BANQUETE DA LEITURA


Palácio Baldaya - Lisboa - Portugal


O BANQUETE DA LEITURA 


“Aos leitores da Biblioteca Baldaya”


A Leitura – um sublime acto de Cidadania
Oriunda dos tempos imemoriais – 
Estrutura na alma humana os seus ideais
E enriquece-lhe a identidade e a harmonia.

A Leitura – a primeira escola de magia – 
Aquela escola feita de gestos primordiais 
Habilita, por si, aos alicerces essenciais
Que apontam os horizontes da sabedoria. 

A Leitura, que tem como palco a Biblioteca – 
A «arca da aliança» do banquete puro – 
Contem em si aqueles alimentos de futuro
Qual água clara que dá vida a toda a seca.

“Diz-me o que lês e como lês, dir-te-ei quem és”,
É este o certo corolário existencial,
É esta a verdadeira postura vital
Que confere ao leitor a luz e a sensatez.

A Leitura é, em si mesmo, uma aventura
E o Livro é o melhor mestre de toda a Cultura! 

Frassino Machado
In AS MINHAS ANDANÇAS

QUEM FALA SÓ POR FALAR




QUEM FALA SÓ POR FALAR


Falar do que não entende,
Melhor é ficar calado!
Que a ouvir é que se aprende
O que está certo ou errado!

GLOSA

A foice em seara alheia,
Nunca deu bom resultado!
Pois acaba envergonhado,
Dessa atitude tão feia,
Que é dar aos outros a ideia:
Que gato por lebre vende…
E, nem sequer compreende,
Que ao pensar armar-se em esperto,
Nem vai ver que é descoberto:
Falar do que não entende!

Para só dizer asneiras,
Por não saber do que fala
E por cima fazer gala,
Como sendo verdadeiras,
Tais palavras traiçoeiras,
Para o ouvinte coitado,
Crente e bem intencionado
C’o a lábia do orador,
Que é um safado impostor,
Melhor é ficar calado!

Quem muito fala porém,
Sabe-se que pouco acerta!
Não sendo atitude esperta,
Nunca querer ouvir ninguém.
Pois é sempre bom alguém,
Que nos ensine e emende,
Porque em verdade, depende
Das regras do bom-viver,
Onde se fica a saber:
Que a ouvir é que se aprende!

Quem fala só por falar,
Sem saber bem o que diz,
Está a meter o nariz,
Onde não tem que cheirar…
Por isso, é melhor pensar,
Em ouvir do outro lado,
Sobre o boato comentado,
Ou se é só o diz que diz que,
Que não afecte ou belisque,
O que está certo ou errado! 

J.M. Cabrita Neves

domingo, 18 de fevereiro de 2018

A PROPÓSITO DE “POLUIÇÃO”



A PROPÓSITO DE “POLUIÇÃO”   

                             
Há poluição na terra, há poluição no mar,
Que estranhos os mistérios qu´ encerram
Todos os horizontes a considerar?
Há poluição nas vidas, há poluição nas mentes
E que sub-reptícias farsas estão fluindo
Em todos os espaços d´ inócuos ambientes. 
Poluição nas palavras, poluição nos gestos,
Que propósitos estéreis engendram
Todas as personagens em seus manifestos?
Se há poluição nos lares e poluição nas almas
Que ignóbeis gestos estão ficcionando, 
Em truculentos sons, aquelas tardes calmas? 

Há poluição nas ruas, avenidas e praças,
Que fóruns banais estão animando
Todas as máscaras exibidas nas desgraças?
Ao som da fanfarra que convém
É com proventos alheios que vão dançando
Para mostrar eufóricas as tramas que tecem. 

Se há terra, se há mar, mistérios e horizontes
Que são estranhos nas horas mortas,
Como é que há-de correr límpida a água das fontes?
Como é que a paz, chegará livre ou d´ improviso,
Aos corpos que cantam dentro de portas
Na ternurenta partitura de um sorriso? 

A "poluição" a haver, neste mundo enfadonho,
Será apenas, e só, a revestida de Sonho! 

Frassino Machado 

In RODA-VIVA POESIA

                                         www.frassinomachado.net                                           

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

O MUNDO ESTÁ DOENTE




O MUNDO ESTÁ DOENTE
“No Dia Mundial do doente”


Para tristeza dos seres humanos
Neste Dia Mundial do doente
Perante todos os desenganos
Enorme doença o mundo sente.

Não é uma doença do corpo
Mas é aquela que, sem planos,
Faz do espírito um ente morto
Para tristeza dos seres humanos.

Por uma ignóbil fatalidade,
Para além do corpo e da mente,
É o vírus da “insensibilidade”
Neste Dia Mundial do doente.

É muito pior que malária
Ninguém escapa, nem os tiranos,
É uma lepra extraordinária
Perante todos os desenganos.

Não tem cura tal epidemia
E abarca quase toda a gente
E, de alergia em alergia, 
Enorme doença o mundo sente.

Veste de máscara pungente
Anda por aí, de rua em rua,
Não chora, não é fria nem quente,
Mas cada pessoa tem a sua.

Está, assim, doente este mundo
E parece ir de mal a pior
É na alma qu´ o mal profundo
Tem a sua origem e tumor. 

Ninguém olha à dor alheia,
Ao próprio mal ninguém olha,
De dor está toda a vida cheia
E, entre lágrimas, se desfolha.

Diz-se qu´ o homem tem coração
Mas até parece que não tem
Cada manhã é uma ilusão
E ninguém usa o deve e haver. 

- Ó Mundo, que doente estás,
Quebra, para já, tuas algemas
E da doença livre ficarás
Resolvendo os teus dilemas. 

Teu mal é não teres confiança,
Por não te conheceres bem,
Sai da tua concha e avança
Escolhendo o que te convém.

Se olhares ao teu caminho
E acenderes a luz da fé
Verás que aprenderás sozinho
A caminhar pelo teu pé.

E, já agora, desata o laço,
Abre as janelas do altruísmo
Não prolongando o embaraço
Que te afunda no egoísmo.

- Ó vós, oh vós, Grandes da Terra,
Tudo é breve tudo é pequeno,
Dai solução a esta “guerra”
Tornando o Mundo mais sereno!

Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA

VOLTEI


Imagem - Braga - Portugal


VOLTEI


Voltei
ao adro da igreja matriz, 
rodeada ainda de flores silvestres, 
vinhedos e outras paisagens campestres, 
ouvi o toque do sino que ainda me diz;
de que lado é que o vento sopra, 
se é hora, ou se alguém nasceu;
Se para a missa ainda tempo falta
ou se é anuncio de que alguém morreu. 
Também; se há baptizado 
ou se é que casamento seja. 
Se o rebate é por fogo no eirado 
ou simples prática de igreja!

Voltei
ao carreiro cangosta, 
de muros altos meio a cair, 
onde o dizer que se gosta, 
é intimo, fez corar e sorrir! 
Mesmo a água que ao lado corre, 
formando lameiro aqui e ali, 
faz contas ao tempo que dure, 
a promessa que ouviu de ti!
Em zumbido subtil de abelha, 
que voa de flor em flor, 
sussurrado bem junto de orelha, 
aceite e retribuído com amor!

Voltei
ao monte maninho, 
onde ainda há o pinhal ondulante, 
ao sabor do vento meirinho 
e daquele gaio petulante 
que teimava em o melro perseguir, 
não nas copas mas no descampado, 
como se quisesse sentir 
o sabor da terra do campo lavrado. 
Onde saltita a levandisca 
de perna alta e "pose" elegante 
sempre atenta, não arrisca, 
ser alimento de algum viandante.

Voltei
á casa solarenga, 
de piso térreo e sem soalho, 
em tempo que já rebenta, 
o ramo e a folha no carvalho. 
Ainda é cedo para a landra , 
talvez mais para o verão, 
hoje ainda me lembra 
que a sua farinha fazia pão. 
Amargo como trovisco. 
Era o pão de "mata fome". 
Quase como o chuvisco 
que não molha mas consome!

Visitei
o registo da história 
nunca esquecida por muito lembrada 
de que se alimenta a memória 
quando se quer reforçada.
Com o carinho fraterno 
de tudo, e do todo, familiar,
Que mesmo parecendo eterno
Tem um tempo para durar!
No adro, na torre, na Igreja.
Nos caminhos que cangostas eram
Nos campos. Nas casas. Onde o seja
a ternura... que traz o recordar!...

Visitei
o antro da saudade
recriando os cenários 
fundamento da verdade
em resto de bocados vários 
entre todos os lembrados
muito maus ou muito bons
mesmo os que sendo pecados
consiga eu dar-lhe os tons!

António Fernandes

RETRATOS SEM ROSTO!!!...




"RETRATOS SEM ROSTO!!!..."


Passos lentos... arrastados;
De velhos corpos curvados,
Que o tempo deixa viver!...
Rugas qual pergaminho...
Mapa da rota ou caminho;
Que percorre até morrer!...
Olhos perdidos no espaço;
Com as vidas presas num laço,
Que num segundo os sufoca!...
Recordações do passado;
Ténues sombras a seu lado,
Tantas que a saudade provoca!...
Tratados como lixo social...
Sem recursos... como é normal,
Desprezados p´la sociedade,
Farrapos... ou trapos humanos...
Quantas desilusões... desenganos...
Transportam doença e idade!...
Trabalharam uma vida inteira;
Pela família e p´lo País também!...
Morrem sem família à sua beira;
Nem deixam saudades a ninguém!...

António J. A. Cláudio

domingo, 11 de fevereiro de 2018

CULTURA DE MASSAS!


Imagem - Google


CULTURA DE MASSAS!


Se a cultura de massas é o modelo ideal de sociedade a crítica da mesma, sob outra forma de cultura, é considerado um aparte, inteletualismo, que não tem relevância para o mecanismo existente, popularizado, do qual faz parte a maioria.

Mas, afinal o que deveria importar numa sociedade que pretende ascender a nível cultural, a quantidade, os modelos estandardizados, a alta produção e os benefícios económicos que advém, ou a qualidade, a originalidade...!? 

Há uma parte da sociedade que, minoria, pensa de forma diferente, dando primazia à qualidade e à criatividade, mas, têm pouco direito de opinião e assim sujeita a viver a imposição do modelo de sociedade idealista, que premia o consumo, evidente atualmente.

Hoje em dia, troca-se tudo com uma frequência descomunal, tanto os bens de primeira necessidade, como outros objetos, assim como também as pessoas, porque passou de moda ou está aparte da tipologia. Qualquer outra cultura é suplantada à cultura de massas, severamente criticada e até marginalizada. 

Pretende-se uma sociedade homogénea, cujo objetivo é vincular as várias classes, apesar de não descurarem o valor hierárquico, a um bem final comum, ou seja, a uniformização de um determinado meio para atingir um dado objetivo. Como podemos verificar, cada vez mais, a sociedade é generalizada, fruto de uma indústria projetada para as massas e de um sistema idealista económico, onde a cultura no seio da sociedade é o monopólio da expressão cultural!

Uma cultura de massas, padroniza, pretende valorizar a produção e consumo, deixando de lado a arte genuína, o cunho pessoal, o parecer e a escolha individual, de cada um. Não que todos não tenham uma opinião concreta e por vezes discordante, mas, é irrelevante e até se torna ridículo opinar sobre a matéria! Existe sempre dentro da cultura de massas uma intrínseca, quase invisível descriminação, calculável de forma subjetiva. O modelo de sociedade que se considera perfeito, na medida em que contribui para uma igualdade de classes e defesa de todos os deveres e direitos humanos!

Tendo em conta o impato e até os benefícios que a industria cultural, nomeadamente, os mídia, teve na implementação e avanço de novas tecnologias e por sua vez na formação de mentes, a qual atingiu um sucesso inquestionável, não me parece que seja a melhor forma de abordar o assunto menosprezando-a, mas sim, respeitando-a e dando-lhe o devido valor. Digamos que tem bastantes aspetos positivos, nomeadamente, a grande divulgação e novas oportunidades, em particular para uma camada social desprivilegiada, com menos poder económico e recursos educacionais.

Então, direi que cultura é muito mais que cultura de massas, e quando me refiro a cultura estou a englobar todas as classes, fachas etárias e etnias. Na minha condição de humilde ser, vou-me formando no quotidiano com todos os que me rodeiam e através de diversos meios, inclusive, os mídia, com um único objetivo o de aprender e de algum modo, contribuir para a sociedade. 

Entendo por cultura tudo o que exprime conhecimento, arte na sua essência, baseado numa determinada etnia, ou contexto, independente no espaço e no tempo, ou seja, que perpétua e em diversos espaços, pela sua historicidade ou criatividade, o que deverá ser fonte aberta ao espírito critico. Considero que deve existir um certo inteletualismo, o que pode ser considerado menos benéfico à sociedade e até reprimido pela mesma. 

Se todos gostássemos do amarelo o que venderia as outras cores? Confesso que adoro amarelo, mas, se tivesse que conviver todos os dias com ele, acabaria por o achar uma cor enfadonha! Pois é isso mesmo, há que mudar, "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", mas, não queiram escravos, dêem margem a opções de escolha! Eu tenho, tal como outro um, uma forma de ver e arquitetar o mundo, que presumo ser diferente, não que seja entendido na área da cultura, mas, tenho opinião própria e não me dou muito bem com os fanatismos!

Cada vez mais, vivemos em sociedades multiculturais, onde há diversas etnias e por sua vez mais raízes culturais, porquê generalizar o que é tão puro e único, o que faz parte de uma educação e cultura, todos deveriam ter o direito a viver consoante a forma própria, natural que os faz realmente seres!? Ah, seria uma mais-valia, pois, para além de aprendermos, ensinarmos e vice-versa, respeitaríamos os diversos géneros culturais, do quotidiano, numa espécie de união e intercâmbio cultural! Não que o não haja, mas, não tão significativo, há uma nítida modelagem ao sistema! E, com o devido respeito, devíamos ter espírito critico, fundamentado, evidentemente, pois, não poderei chamar veículo de cultura a tudo o que exprime opinião contrária porque entende que a seu ver é racional. Há que para além de ser consciente ser formado (educado), assim como também se fazer presente, para evitar a manipulação! 

Concluindo, todos nós somos seres de valores culturais, inquestionável, na medida que não ultrapasse o limite que confere à margem que dá origem à liberdade do outro. Em suma, somos seres de várias culturas, independente de pertencermos ao mesmo território, não devemos generalizar, porque generalizar é tornar banal e banal é algo de abominável que não tem uma pinga de cultura!

Com isto, não quero de forma alguma dar a entender que apoio certos movimentos extremistas, excêntricos, que fazem mais barulho que outra coisa que chamo de falácia, pois, cultura é arte, musica melodiosa e harmoniosa e tem que inevitavelmente contribuir para o bem da sociedade.

Ser diferente numa certa perspetiva, no ponto de vista em que a cultura e a educação estão interligadas, o que digo não aos extremismos, pois, considero formas de exibicionismo e desrespeito pelos valores sócio-culturais, quais não podem, de forma alguma, ser considerados fontes ou veículos de cultura, apelidaria-os de anti-culturais, genes, específicos de uma outra massa.

O que me parece ser relevante e até grandioso, num determinado território é o sentido patriótico, histórico e cultural em simbiose com a criatividade existencial premiando o espírito critico e exaltando os valores de educação, ou seja, privilegiar diferentes culturas! Deixando de ser um modelo estereotipado e passando a uma concepção realista de diversas culturas interligadas e em simultâneo projetáveis, o que certamente conduziria a uma melhor compreensão e aperfeiçoamento dos fenómenos culturais que se vão sucedendo.

© Ró Mar

POEMA INSURGENTE



POEMA INSURGENTE 

“No Teatro D. Maria II, 31 – 01 – 2018”


Hoje chamaram-me de “soldado poeta”
Concordo, estando preparado pro combate,
Pois já sobeja no meu tempo de asceta
O recriar poesia sem jeito nem arte… 

Soldado poeta, porque não houvera de ser?
É que o nosso Camões, esse, também o foi,
Mas… mais artilharia tomara eu de ter
Para cumprir tal tarefa. E é isso que me dói.

A Camões deram-lhe o nome de "Trinca-Fortes",
E agora a mim chamaram-me de “soldado poeta”.
Mas fico sem saber qual destas duas sortes
Fará que minha «lira» se torne mais completa!?

Vejamos, porém, o que vem mesmo a talho de foice:
Nesta «Casa de Garrett» eu sinto-me poetando
E… eis que certos poetas m´ aplicaram um “coice”
Ficando, mais uma vez, a Poesia esperando… 

Não é Soneto, não? Mas é poesia, gente:
É poema insurgente, que fala e não mente!

Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA

MISTÉRIOS DA NATUREZA




MISTÉRIOS DA NATUREZA


Hoje senti que o vento corria
Quis vê-lo, não consegui,
De tanto olhar, aquela ventania
Olhei para o sol e sorri,

Sem conseguir descodificar
Este mistério da natureza,
Se o sol mostra o seu brilhar
Se no luar se vê a beleza,

Porque o vento apenas se sente
O que quis esconder a natureza?
A chuva também se faz presente
Nem sempre com muita leveza,

São os mistérios da natureza
Que nem todos serão visitados
Também se esconde tanta beleza,
Mas nunca serão desvendados

Joana Rodrigues

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

"À RODA... DA RODA!!!..."




"À RODA... DA RODA!!!..."


A Terr...a é redonda...e roda;
Em redor do Sol redondo....
Parece a Lua Cheia ´ma roda;
Mas em quartos vai ficando!...
Ao nascer entramos p´ra roda
Vendo à roda o tempo rodar!...
Esperando sempre que a roda;
Vá rolando até um dia parar!...
A vida é uma roda a rodar...
A Morte anda à roda e por inveja;
Vai espreitando o tempo e deseja;
P´rá roda viva finalmente parar!..
Chegado o dia... então pára a roda,
Certamente num buraco vamos ficar;
Escuro... frio e sem nada à roda,
Teremos p´ra todo o sempre um lugar!...
Em tempos quando a bebé nascida;
Era p´lo pai e ela mãe rejeitada;
Chamava-se simplesmente enjeitada.
Certamente fora numa "roda" acolhida!...
Na Idade Média aplicava-se a tortura;
Era legal estava esse castigo na moda,
Com sadismo e crueldade à mistura...
Claro... entre outros lá estava a "roda"!...
O Mundo é ´ma dança de roda;
Nela... todos rodam um pouco!...
Rodamos tanto à roda da roda;
Que o Mundo... roda mais louco!...

António J. A. Cláudio