terça-feira, 25 de agosto de 2020

PRAIA DE ALMOGRAVE


PRAIA DE ALMOGRAVE


As rochas saíam do mar
Como imponentes castelos
Fazendo minha imaginação voar
Pelos sítios mais belos

Sua cor um verde escuro
Como feitas por um escultor
Projectando para o futuro
A imagem para um pintor

O mar rebentando as ondas contra elas
Ornamentando como linho arrendado
Tornando-as ainda muito mais belas
Como fascinante colar de pérolas colocado

Por fim chegou o final deste dia
Subi as escadas com dificuldade
Levo na minha mochila esta poesia
E com o coração cheio de saudade

© Paulo Gomes

domingo, 16 de agosto de 2020

AH, CHOVE, CHOVE!




AH, CHOVE, CHOVE!


Ah, chove, chove! Chuva miudinha,
Que rega a natureza e traz riqueza
Ao planeta e à nossa vidinha
E gota a gota vai nossa tristeza!

São lágrimas divinas nas entrelinhas
Da folha dum tempo, que de certeza
Nos dão bons rebentos! Ah, molhadinhas
De céu têm sempre outra beleza!

Fruto de verão não é e d' outono
Também não, será o inverno dono
Do rio qu' enche abril de primavera?

Ah, chove, chove! Maio no mês nono?
Flor neste tempo ao abandono
Em letra miudinha tal quimera!

© Ró Mar 

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

ABRO A JANELA DO QUARTO

 

ABRO A JANELA 

DO QUARTO


Abro a janela do quarto
Vejo um tempo ingrato
É chuva que cai lá fora
Lembro os sem abrigo
Que suportam seu castigo
E até a natureza chora

Sua vida é tão madrasta
Sem poderem dizer basta
E abraçam-na com maldição
Cobrem-se ao frio e à chuva
Com roupa que não tem muda
A sua cama é o chão

Sinto uma grande tristeza
Imploro à mãe natureza
Que dê sua proteção
A estes filhos do vento
Que nem têm para sustento
Sequer um naco de pão

Foi a chuva de repente
Eis que um dia transparente
Apareceu no azul dos céus
E estes pobres coitados
Ficaram mais confortados
Co’este milagre de Deus.

terça-feira, 11 de agosto de 2020

AÇORDA DE COENTROS




AÇORDA DE COENTROS


O português é freguês,
Broa no que toca ao pão
E ninguém lhe tira a vez;
No que toca a confecionar
Faz açorda de coentros.

I

Trigo, milho, centeio,
Aveia e mais cereais,
Sementes e outros mais
Que eu tanto saboreio;
Fornadas que recheio
Com os olhos que vês
E a barriga que Deus fez;
Coisa boa este naco...
Farinha de todo o saco,
O português é freguês!

II

E eu alfacinha de gema
Confesso que o da Capital
Não me é substancial;
O de mistura é meu lema
E dá gosto ao tema...
Quando quente é paixão
E derrete o coração
Manteiga desta miúda...
Que gosta de coisa graúda,
Broa no que toca ao pão!

III

O saloio é do melhor
E tem mais que paladar,
Dizem que faz engordar!
Na espiga há mais amor
E na gastronomia é flor,
No céu da boca se fez
A receita do português!
O segredo do padeiro
Tem dedo de pasteleiro
E ninguém lhe tira a vez;

IV

O Moinho que dê pedaço
Ou a lenha das aldeias
Portuguesas dê ideias;
Na minha terra as amasso
Até me doer o braço,
Depois deixo levedar
O tempo que se precisar,
Ao enfornar a bênção
Pra cozer e crescer são,
No que toca a confecionar.

V

Se é pão d' água ou de leite
Não é relevante, pode ser
Tudo que dê prazer comer!
Se é pão de forma, cacete
Brasileiro ou baguete
É banquete e aos quartos
Tostado cozinha pratos:
Aperitivo ou lagostas?
Cheio de miolo e côdeas
Faz açorda de coentros.

A DOBRADINHA


A DOBRADINHA 


“Ano de eleição”


Na ilustre Cidade do Mondego
À sombra do fresco Choupal
Foi servida, sem arrenego,
A louca Taça de Portugal!

Junto à Taça de Campeão,
Ganha de forma limpinha,
Ficou na alma do cidadão
A frescura da Dobradinha.

Não se serviu fria – como´ ao poeta –
Mas, porém, quente e bem regada;
Toda a Torcida ficou desperta
Até às horas da madrugada…

Era um Sonho bem embalado
Nas hostes da Cidade Invicta,
Haver Façanha em duplicado
Para na História ficar escrita.

O Campeonato foi atípico,
Entremeado de pandemia,
Mas o Sonho, qual veredicto,
Deu vitórias de galhardia.

Houve imensas contrariedades,
Por entre nuvens de emoções,
Mas venceram-se as tempestades
Com as mais sábias soluções.

A meio do prélio: hoste reduzida,
E, pior ainda, sem timoneiro;
A vitória saiu acrescida
Com este Troféu lisonjeiro.

Dois golos contra um, somente,
Parece não ter muita graça,
É pouco para certa gente
Mas foi a Vitória da Taça.

Este foi um Ano de eleição,
Mais que eleição, um ano risonho,
Futebol Club do Porto é paixão
Numa Dobradinha de Sonho.

Não houve Festas de S. João,
Mas há Dobradinha festiva
Que passará de mão em mão
Em todas as ruas da Invicta.

No relvado e no Estádio vazio
Pairou sempre um ânimo cheio
Mas na TV, de fio a pavio,
Rodopiaram sete olhos e meio.

O primeiro de agosto foi santo,
De uma alegria sem medida,
Esta Coimbra teve mais encanto
Naquela hora de despedida.

Bibó Porto, cantam os Tripeiros!
Bibó Porto, cantam os d´ alma forte,
Bibó Porto, cantam os primeiros
À frente das Gentes do Norte!

© Frassino Machado

In RODA-VIVA POESIA

SAUDADE DE VERÃO


SAUDADE DE VERÃO


O vento soprava forte
Movimentando as ondas do mar
Soprando de Sul para Norte
Com uma aragem fria no ar

As ondas embalavam
Como se fosse uma canção
As areias se soltaram
Desenhando corações no chão

O vento como estivesse motivado
Soprava cada vez mais forte
Parecia realmente muito inspirado
Por um frio soprado pelo Norte

As ondas com o Sol espelhando
Bramiam com a máxima autoridade
E o vento com força soprando
A partida do Verão que já tenho saudade

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

O SABOR DA MANHÃ


O SABOR DA MANHÃ


O sabor da manhã tem natureza
Fresca que dá certo gosto trincar,
Numa boca serena tanta beleza
Irradia o dia num amar...

Amar a vida com delicadeza
E firmeza de um singelo olhar,
Completar a essência de certeza
Que há luz própria para o realçar;

Há que amar sempre a natureza
E dela colher os frutos sãos,
Os rebentos que têm certa pureza...

Pureza que há entre as mãos
Cheias de sentimentos e leveza,
Florescendo os caminhos irmãos.

© Ró Mar | 2020

domingo, 2 de agosto de 2020

RUAS DE AGOSTO


RUAS DE AGOSTO


Ruas de Agosto são incandescentes
Momentos tão saudáveis, de verão
Jorra o vinho, também secam nascentes
Por entre luaradas que se vão

Estão bem descobertas, em agosto
Onde o sol as morenas, simples cor
Nelas brincam tingindo-lhe seu rosto
Duma qualquer garota com amor

Têm bastante luz, p’ra desfrutar
Gente que se desnuda noite fora
Regalando por elas seu olhar

No alegre colorido que o mês traz
Deixando pesadelos sem demora
E vivem nestas ruas doce paz.

VIDA


VIDA


No coração a plenitude!
dum viver feliz bem tranquilo
ter lá dentro, muito daquilo
que repartir, com virtude.

Encontrar esse bem maior
que traz paz e tranquilidade
sentir, não ser fardo a idade
mal que desabe, é bem pior!

Fortuna, é posse da harmonia
de salutar bem interior
e dias plenos de alegria!...

deitar cabeça sossegada
orar a um Ser superior
sentir-me sempre, muito amada!

© maria g.

ALENTEJO


ALENTEJO


Alentejo qual deserto
que incendeia quem passa
e em torrada fogaça
é transformada, por certo!

No inverno, duro frio
no verão, sol faz dourado
esse grão tão desejado
depois da terra em pousio...

Terra que matura as uvas
sob esse cálido sol
onde raras são as chuvas...

na sombra dos teus sobreiros
aconchegante lençol
dás a sesta aos teus obreiros!

© Adelino Pais, poesia.
 

O CALOR DO VERÃO




O CALOR DO VERÃO


Ah, paira no ar o calor de agosto
E há sol com vontade para ficar
Mais tempo do que havia suposto
No planeta que quiser habitar...

O calor do verão é composto
De certa aptidão para voar
P'los telhados num ar bem-disposto
E fazer o tempo presente de amar...

Num balão de ar ao pôr-do-sol
Há vida e prazer a acontecer
Para o dia fechar em bom lençol;

Num luar de estio ao amanhecer
Rompe o cetim ao arrebol
Numa canção bonita de ver...

sábado, 1 de agosto de 2020

TODOS SOMOS NATUREZA



TODOS SOMOS NATUREZA 


“À entrada do mês de Agosto”


Sim, todos somos Natureza:
As coisas são nossas irmãs
Tendo o mesmo encanto e beleza
Na claridade das manhãs...
Assim, os nossos irmãos pássaros
Merecem-nos mil e um abraços!

Na claridade das manhãs
Que se abre no mês de Agosto
Entre as coisas boas e más
Natureza é o nosso melhor gosto…
Assim, louvemos as irmãs aves
E não lhes causemos entraves!

Tendo o mesmo encanto e beleza,
Que é comum aos seres vivos,
Todos nós, humanos com certeza,
Lutamos por estes objectivos…
Assim, amemos as irmãs flores
E, nelas, as suas belas cores!

As coisas são nossas irmãs
E devem ser bem repartidas
E unidas quais grãos de romãs
Darão mais consistência às vidas…
Assim, à luz d´ irmãos talentos,
Teremos saúde e alimentos!

Todos nós somos Natureza,
É justo e firme este sentir,
Afastando toda a avareza
Haverá canto, haverá sorrir…
Por fim, ao calor da harmonia,
O mundo terá mais Poesia!

À entrada deste mês de Agosto
Como irmãos, e sem demagogia,
Acendamos o sol no rosto
Para que haja mais alegria…
E assim, em cada rua e praça
Haverá mais alma e mais graça!

Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA