A CHUVA E O VENTO
“Festa de Todos-os-Santos”
Com este sol envergonhado
Segue instável este outono
Chuva e vento inesperado
Tempo lento e sem dono.
Eis à vista Todos-os-Santos
Em qualquer terra ou povoado
Vão-se embora os encantos
Com este sol envergonhado.
Está difícil prás colheitas
Sob o risco de abandono
Sendo propício às maleitas
Segue instável este outono.
O tempo não está pra amigos
Muito incerto e emaranhado
Com uvas, castanhas e figos,
Chuva e vento inesperado.
Já não há Festas de arromba
Mas quintais ao abandono,
Com nostalgia pela sombra
Tempo lento e sem dono.
“Santos” nem é bom lembrar,
Andam nas ruas da amargura;
Halloween está a chegar
Maré-cheia com fartura.
Chuveirada e ventania,
Trovões, raios e coriscos,
Granizando com poesia
Aguentam-se todos os riscos.
Chuva e vento e companhia,
Tudo menos qualidade,
Neste outono de fantasia
Sobeja-nos a Saudade!
© Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA