segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

AO MEU PORTO...


Alberto Costa Pinto‎ - photography


Ao meu Porto…


Baixa o nevoeiro sobre a cidade
E mal se vê um palmo à frente do nariz
Mas, contudo, do que se vê há saudade
Porque o que se vislumbra me deixa feliz
É na verdade um caso sério
Quando o nevoeiro baixa dessa maneira
E no ambiente citadino de tão etéreo
Não se ouve qualquer asneira
Apenas um ou outro apregoar
Do que há por ali para vender
São pequenas coisas para se amar
Que o vendedor nos mostra com prazer
Paro ali a meio da ponte
E de lá olho para o rio
Mas o rio nem sei que conte
No meio do nevoeiro o sinto frio
É assim logo pela aurora
Nesse frenesim constante
Tudo corre naquela hora
O emprego os espera no instante
E lá para o meio dia
O nevoeiro se levanta
E é ver caras onde a alegria
Com a luz do dia até se espanta
É o Porto no seu melhor
Podem crer que é assim
E assim nos dá seu amor
Nas flores de qualquer jardim
Florescem nas suas cores
Mostram a sua formosura
Outras há que são uns amores
Andam de mão em mão com desenvoltura
Ó Porto, ó minha cidade
Que és Invicta e Leal
Se te piso sinto vontade
De não sair de ti… Não tens igual
De vez em quando vou-te visitar
Para jamais me esquecer de ti
E do que tens para se amar
Tal e qual como eu o vivi…

Armindo Loureiro