domingo, 24 de setembro de 2017

MOMENTO ASTRAL




MOMENTO ASTRAL 


Olhando o céu pintado de azul-bebé,
Não sabendo sequer o fiel da hora,
Pergunto dentro de mim que mistério é
Este que me rodeia, feito AURORA.

Não sei se é solidão o que m´ envolve:
Para além da penumbra nada há
E todo o inquieto fenómeno se dissolve
Na incerteza da vinda da MANHÃ. 

O sol domina a terra pelo calor
Num universo de astral verdade
Ele, qu´ é a natureza e o criador
Da energia eficaz da clara TARDE.

Vai-se o sol e revelam-se as estrelas,
Espero que a Lua brilhe e se afoite,
Mas, sendo um astro belo entre elas,
Espanto a ausência da senhora da NOITE.

- Lua, porque te vais do céu de mim,
Tu que és o meu espelho e o meu ventre?
- Diz-me se estás em hora “não” ou “sim”
Tu que és o meu alter, agora e SEMPRE!

Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA

sábado, 23 de setembro de 2017

BAILA A FOLHA DE OUTONO


Imagem - Art of God and Nature 


BAILA A FOLHA DE OUTONO


De árvore em árvore saracoteia 
A folha amareleja e cai pelo espaço,
Acobreando-o de outra vida,
Que a recebe de braços abertos
Pois acredita que a mudança é vida
Que se tem de olhos abertos.

De mão em mão ao som do vento
Baila a folha de Outono,
Leve, muito ao de leve, se penteia
E descreve o momento
Em que o sol em seu movimento
Passa pelo equador celeste.

De dia e de noite, sempre igual,
A folha rola, no sopro de um abraço,
O equinócio do Outono
De setembro a dezembro pelo hemisfério norte 
(Outono boreal) e de março a junho
Pelo hemisfério sul (Outono austral),
Dando ao tempo margem que componho. 

De verso em verso, ao vento,
Baila a folha de Outono.

© Ró Mar

O COLORIDO OUTONO




O COLORIDO OUTONO 


Está à nossa porta o colorido Outono
Trazido pela fresca brisa a circular 
Quem sabe se não é ele a manifestar
Que a Natureza se reveste de abandono.

A Natureza toda reage em desabono
Sentindo-se qu´ as flores e as folhas, ao dançar,
Mostram a nostalgia qu´ há-de transformar
A paz da própria alma, triste e sem retorno. 

A vida do ser humano tem traços coloridos
E tem estados d´ alma e aromas de beleza
Fazendo o Outono não fugir à regra e à justeza
Duma máscara de cores com seus tons garridos. 

Ó tu, que deste Outono já és um viandante,
Repara na sinfonia colorida e variante
Que vês em todo o lado mesmo à tua frente… 

E se achares que o tom de verde vai fugindo
Reconhece, por hoje, que alguém está sentindo
A falta de um motivo para estar contente!

Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA

OUTONO POÉTICO




OUTONO POÉTICO


Chegaste hoje Outono
Com um lindo dia de sol
Deste ao Verão o abandono
Vem, o inverno contigo arrebol,

Quero que sejas meu Outono
Sereno amável e inspirador,
Eu não quero o teu abandono
Deixa que sinta o teu calor!
Não quero ser folha sem dono
Mas serei árvore sem flor!!

Outono traz as cores do poeta
Das noites e dias de nostalgia
O poeta escreve o que o afecta
Transforma sua dor em poesia,

Hoje é o primeiro dia de Outono
Que seja uma das mais belas estações
Outono da vida também tem sua magia,
É também a idade de muitas emoções!

Joana Rodrigues

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

QUANDO HÁ EM CADA CORAÇÃO UM UNIVERSO AMAMOS


Imagem - Nature, Love and Art







QUANDO HÁ EM CADA CORAÇÃO UM UNIVERSO 

AMAMOS


Quando há em cada coração passeios, estradas, cidades
Rios, ribeiros, calçadas, ruas, vielas e outras mocidades,
Rotundas, jardins, lagos, ilhas, mares,
Pontes, montanhas, florestas e outros ares,

Somos o que vemos e ainda o que imaginamos,
Correntes de múltiplas fontes onde desenhamos,
O que já vivemos e o que ainda queremos viver.
Sempre que raiz à terra somos o cosmos a crescer.

Somos o que sonhámos e ainda o que sonhamos,
Sempre que escutamos o nosso coração
E lhe damos a voz através da alma que somos;

Somos o que sentimos e ainda o que espelhamos,
Sempre que respiramos a nossa nação.
Quando há em cada coração um universo amamos.

© RÓ MAR

BALADA DAS MAÇAZINHAS


Imagem - GUIMARÃES - tradição


BALADA DAS MAÇAZINHAS 


“A saga dos namorados”


Vou espetar a maçãzinha
Na ponta da minha cana
E levar ao meu amor,
Que m´ espera pra semana
Quer haja frio ou calor.

Aqui tenho a pucarinha
Para pôr aquela prenda
Que do meu amor virá,
E do alto da sua varanda
Mais um beijo me dará.

Nicolinas há-de haver
Se São Nicolau quiser
E me permitir namorar,
Ele é homem, e eu mulher,
E não me deixo enganar.

Maçãzinhas venham elas,
Tenho aqui meu belo brinde
O mais giro que arranjei, 
Num saquinho, anel, berlinde,
À noitinha tos darei…

Nicolinas já cá estão
C´ o pinheiro levantado
Para nossa honradez,
Quero ser teu namorado
Na minha primeira vez!

Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

METAMORFOSEANDO...



Sônia M. Gonçalves

O CAVALO LUSITANO




O CAVALO LUSITANO


Cavalo lusitano um símbolo de Portugal 
De descendência remota desde a antiga China
Com uma pose única e um domínio total
Tem pelo muito brilhante com um bonita crina 

O cavalo ibérico foi o seu antepassado 
Considerado pelo Mundo como a raça mais pura 
Combateu em muitas batalhas no passado
Armado nas guerras com uma brilhante armadura

Tem no sangue mistura de Portugal e da Andaluzia 
Na Grécia dos Deuses os centauros foram a sua imagem
Chamaram-se também filhos do vento na antiga mitologia
Os cavalos mais velozes da antiguidade e com coragem

Dizem que advinha o pensamento dos cavaleiros
Nos desportos mais difíceis resolve com facilidade
Entre os saltos de equitação e as touradas com toureiros
Tem uma força fantástica e uma elegante agilidade 

É o orgulho Português da fabulosa raça Lusitana
No mundo são conhecidas as coudelarias de Alter-do-Chão 
Um símbolo Nacional nesta pequena vila Alentejana
Que fez da raça Lusitana um cavalo sem igual um campeão 

Em Viana de Áustria também é reconhecido e utilizado
Nas coudelarias Espanholas no palácio da Princesa
Sua fama de valente corre o mundo chega a todo o lado
É orgulhoso galopa com força e salta com destreza 

Cavalo Lusitano a sua raça é muito antiga talvez milenar 
Na Quinta das Salgadas são treinados como campeões 
Com uma mestria profissional única no Mundo e ímpar 
Onde se encontram os Lusitanos, orgulhosos alazões 

Paulo Gomes

O BARCO PARTIU E EU FIQUEI…




O BARCO PARTIU E EU FIQUEI…


O barco partiu e eu fiquei no cais,
Triste por não ter ido no barco,
Levando as minhas saudades,
Que me deixaram em metades.

Metades de todo o meu único ser,
Que já não sei se sou eu ou outro,
Tamanho é o meu maldito sofrer,
Que me causa um pranto absurdo.

Absurdo é tudo que me prejudica,
Neste meu curto viver, sem ética,
Dos males que germinam a esmo,
E fazem de mim simples boneco.

Boneco em que jamais me revejo,
Nem a ninguém tão pouco desejo,
Tal é o sofrimento atroz, sem cura,
Que se perde tudo e nada perdura.

Perdura no pouco tempo que resta,
O melhor se perdeu, já não presta,
O que fica é menos do que queria,
Melhor e mais é tudo que merecia.

Ruy Serrano

domingo, 17 de setembro de 2017

COM A MÃO CHEIA DE LINDOS SONHOS DE OUTONO


Imagem - Zzig 


COM A MÃO CHEIA DE LINDOS SONHOS 

DE OUTONO


Ah, cheira-me a outono, outro dia novo!
Aquele vento frio que despe as árvores
E veste-me de lindas folhas ocres.
É um ciclo de vida em que me renovo.

Escrevo setembro respirando ar puro!
É tempo de colher o que a natureza dá
E lavrar a imaginação pelo tempo maduro
Com a leveza de um olhar aqui e acolá.

Ah, cheira-me a outono, outra estação!
Aquela que sempre chega depois do verão
E diz-me que estou um pouco mais velhota.
É um tempo que me quero primavera de volta.

Escrevo outono de cabelo ao vento!
É poesia de ser antes de surgir o inverno
E sei que me espera no próximo ano
Com outras tantas quadras de sentimento.

Ah, cheira-me a outono, outro coração!
Aquele agosto ao luar é luz pelo mês de setembro
E vai aquecer as noites de outubro.
É uma época de roupagens de paixão.

Escrevo vida amando todo o universo!
É palavra esculpida em folha que verso
E que deixo voar pelas sílabas da alma
Com a sensação que estou em estação calma.

Ah, cheira-me a outono, outro o meu olhar!
Aquele brilho de oiro vindimar
E a luz do dia que vejo começar.
É uma tela que vou sempre recordar.

Escrevo amor pelos bancos de jardim!
É letra perfumada ao coração meu dono
E que me diz que assim sou querubim
Com a mão cheia de lindos sonhos de outono.

© RÓ MAR

LISBOA




LISBOA 


Migram ondas, na cor azul do Tejo,
uma ave, rasou teu horizonte…
Alfama é um segredo, que eu cotejo,
as colinas são pombas, numa fonte.

Lisboa é o murmúrio dum desejo,
ocaso, que ela abraça junto à ponte.
Na Baixa Pombalina há um cortejo,
e um barco passa mesmo ali defronte.

Nos Bairros Populares, nas vielas,
há fados que se assomam às janelas,
no esplendor do Castelo milenar.

E enquanto uma florista, no Rossio,
vende pregões e amor até ao rio,
eu subo à Graça p’ra poder beijar.

Manuel Manços 

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

A DONZELA DA PENHA




A DONZELA DA PENHA


«Trovas da santa Pastora»


Minha pastorinha prendada
De olhos azuis cintilantes
Cabeça rebelde e dourada
E de talentos brilhantes.

Nos ares da Penha apurados,
Numa choupana arranjada,
À luz de sóbrios cuidados
Guardavas rebanho prendado.

De túnica parda vestida,
Capa comprida castanha,
P´ lo fiel cãozinho seguida
Corrias toda a montanha.

Teu canto ao longe se ouvia,
Baladas de tradição,
Todo o viandante sentia
Essa estranha profissão.

O teu gosto p´ la natureza
Nascido desde pequena
Juntava à tua beleza
Alma singela e serena.

Vimaranes, vila-cidade
Pela planície estendida,
Era para ti de verdade
Uma paixão acrescida.

As tuas cabras e ovelhas
Como se fossem família,
Umas novas, outras velhas,
Nunca te davam quezília.

Chamavas-te Catarina
Todo o povo te conhecia,
E a tua fama cristalina
De ano para ano crescia.

Um certo dia ocorreu
Notícia, que não foi engano,
Bárbaro bando apareceu
Tendo, por chefe, um tirano.

Queriam pilhar a cidade
Daquilo que o povo tivesse
Ficou o medo e a maldade
E o muito mais que viesse.

Na negra noite brilhavam
Misteriosas luzernas
Que a larga vila cercavam
Disfarçadas de lanternas.

Tu, ó donzela, que eras
Uma previdente vigia
Não te ficaste de esperas
E preparaste a magia:

Nos chifres de todo o teu vivo
Prendeste milhares de velas
E num silêncio passivo
Desceste a montanha com elas.

Aquela faminta cambada
Pensando que era o maligno
Deu logo em debandada
Perante um gesto tão digno.

O teu estratagema valeu
Na honra do povo da vila
E toda a gente agradeceu
Ficando na paz tranquila.

O teu prestígio floriu
E no sítio da velha choupana
O bom povo ermida erigiu
Numa partilha soberana.

Foi tão bela a homenagem
Que dela nasceu no horizonte
A lição da aprendizagem
Da heróica Maria da Fonte.

Ficou de ti na lembrança
A história dum fado sublime
Pois és Protectora e fiança
Que na bela Urbe se exprime.

Foste pastora, hoje és Senhora,
E és também Virgem Maria
Todos Te cantam hora a hora
E Te exaltam em Romaria.

Não há no mundo cidade
Que tal honra assim não tenha
Qualquer que seja a idade
Todos vão à Senhora da Penha.

E esta Montanha sagrada
Será, em tua memória,
Santa Catarina chamada
Com festa, proveito e glória.

São estas as minhas Trovas,
É esta a notícia de espanto,
Em tradições velhas ou novas
Há sempre uma lenda de encanto!

Frassino Machado
CANÇÃO DA TERRA E DO MEU PAÍS

O OUTONO CHEGOU




O OUTONO CHEGOU


O Outono chegou
Tingiu as folhas das árvores,
que vão ficando despidas.

Há folhas caídas, por este chão que piso.
Há silêncio nas ruas por onde caminho.
Faltam as gargalhadas das crianças.
Faltam as cores
dos sonhos sonhados nas tardes de Verão,
e nas noites em que o calor da ilusão
nos fazia acreditar
que nunca seria Inverno nas nossas vidas.

O Outono chegou,
fechou a porta do calor.
Trancou a janela, por onde saltava o amor.
E a vida, ficou despida, entregue à solidão.
A flor secou. O silêncio gritou.
A lágrima transforma-se em chuva.
O vento frio traz com ele o medo.
Rouba-nos a coragem.
Faz desta estrada o fim da viagem.

A casa está cheia, mas já não é Verão.
A está cheia daqueles
que com o tempo também partirão.
E, eu olho-me no espelho e vejo o Outono.
Há rugas no meu rosto
Folhas deste meu viver espalhadas pelo chão.
Há medo naquela face
Memórias de quem já viveu
e hoje se deixa levar pela solidão.

Batem-me na porta.
Deve ser o Inverno. Não vou abrir.
Ainda é cedo para ele chegar.
Ainda não aceitei a chegada do Outono!
Já ele quer entrar.
Que vá dar uma volta e regresse mais tarde.
As minhas gargalhadas ainda não adormeceram
e o Inverno vai mesmo ter que aguardar.

Quero que seja Outono,
até o medo me matar.
Quero que seja Outono
Sem nunca me conformar
que o tempo um dia vai acabar...

Angela Caboz

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

LEMBRO QUE SETEMBRO É MÊS DE CORAÇÃO


Imagem - Zzzoé


LEMBRO QUE SETEMBRO 

É MÊS DE CORAÇÃO


Setembro é um mês de atitude e renovação.
São os braços laço a tempos de verão
Pelo saboroso vento que advém outono
Que nos dão a beleza do mês nono.

Querendo ser a seu tempo o somos,
Colhendo frutos e tudo vindimarmos.
O que nos deixa o coração repleto de saudade
De tal precioso elixir de felicidade.

Setembro é um mês tépido e encantador.
São os ventos paço a tempos de serão,
Pelo saboroso néctar que almejam o coração,
Que nos dão a ternura de um grande amor.

Querendo cultivar a estação a sol vário
Temos o quanto basta para a perfeita união.
O que nos dá a paz que não há em dicionário.
Lembro que Setembro é mês de coração.

© RÓ MAR

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

PARA TI




PARA TI


És a Flor do meu jardim
Iluminas o nascer do dia
Com aroma ao doce jasmim
Inspirando a mais bela poesia 

És o Sol que ilumina e dá calor
Nos Teus olhos sentimento profundo
Serás para sempre o meu Amor
Como uma jóia única neste Mundo

És a Lua numa noite de luar
Que ilumina a noite mais escura
És o Porto onde desejo embarcar
Para partir contigo numa aventura 

Paulo Gomes