segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

AS DELÍCIAS DE VIZELA


Vizela - Portugal


AS DELÍCIAS DE VIZELA 


Nobre cidade de Vizela,
De um romântico legado,
Tens elegância singela
Num recorte civilizado.

A ti chegam as saudáveis
Curas de corpo e de alma
Frescos jardins admiráveis
Num parque cheio de calma.

Teus manjares deliciosos
Com aromas especiais
Dão-te encantos amorosos
Que são de chorar por mais.

Romana deusa te enleva
Gravada na tua memória
É um património reserva
De uma cultura de história.

Tua grei empreendedora
Mostra a quem é viajante
Toda a honradez que cá mora
Numa entrega confiante.

Tuas águas medicinais
Atraem celebridades
Deixando concisos sinais
Para todas as idades.

Vizela, rio de amores,
És donairosa anfitriã
E a mais fresca das flores
Numa paixão de amanhã!

Frassino Machado

In MUSA VIAJANTE

sábado, 23 de janeiro de 2016

LISBOA DA MINHA INFÂNCIA




LISBOA DA MINHA INFÂNCIA


Foi contigo Lisboa que eu cresci,
Menino traquina que brincava 
Nas tuas ruas, becos e travessas,
E que com bola de trapos jogava.

A Lisboa doutros belos tempos,
Que eu conheci, quando cresci,
Era uma Lisboa mais citadina,
Dos pregões e das lindas varinas.

Lisboa que a pé então percorria,
Do Bairro Alto, até à Mouraria,
Com os namorados me divertia,
Namorando à janela de frontarias.

Lisboa dos belos carros eléctricos 
Que te percorriam diariamente,
De lés a lés, em que me agarrava,
Passeando e da cidade desfrutava.

Lisboa que jamais esquecerei,
Foste tu que me fizeste homem,
Quando a escola eu frequentei,
E estive sempre às tuas ordens.

Ruy Serrano

LISBOA ANTIGA


Rosto de Amália recriado em calçada portuguesa por UrbanoVhils, que faz duas homenagens - à fadista e ao génio dos calceteiros - Alfama, Lisboa

A mais recente obra do artista urbano Vhils (aka Alexandre Farto) é de fazer chorar as pedras da calçada. A expressão é do próprio, que, em colaboração com os calceteiros da cidade, criou uma expressiva efígie de Amália em calçada portuguesa que arranca do chão e sobe por uma parede, num largo do bairro de Alfama [na rua de São Tomé, frente ao número 31]. Um local onde o fado é, desde tempos imemoriais, cantiga urbana, vadia, de rua, de tascas, do povo, de Lisboa.
__________________________________________________in Expresso


Lisboa antiga


está atulhada de velhas viúvas
solitárias e com cheiro a mofo...
são elas que fazem chorar
as pedras da calçada
a tal calçada portuguesa
que as faz escorregar
e partir os ossos da bacia...
é por isso que as pedras choram...
e os gatos ficam pasmados
e miam pelas ruelas...
não é a chuva
que lacrimeja nos passeios
são as vidas tristes
das velhas mulheres
com velhos sapatos desirmanados
que se deixam ir
pelas pedras lisas que choram...
porque as noites são escuras
e as camas são frias...
e as cataratas
não as deixam vislumbrar
a luz mortiça dos candeeiros...

r.r. . Rosa Ralo

RESPIRO UMA `CIDADE DE VERDE´




RESPIRO UMA `CIDADE DE VERDE´


Passeando a minha antiga Lisboa, no centenário
Elétrico, respiro uma `cidade de verde´, flores aos molhos
Pelo Terreiro de Paço, Cais de Sodré e o velho cacilheiro;
A magia da noite é mar estrelado aos meus olhos!

Encontro-me do lado de cá da outra banda,
Na serenidade de uma vida que me é familiar,
Debuxando outro lado, o de lá, em sonhos de uma vida
Que tem tudo para ser a maior nação que se possa imaginar!

A noite é uma criança, minha alma eternamente
Apaixonada pelo Tejo, e outros olhares despertam a mocidade
Que traz o peito ancorado em filigrana sorridente…

Qual brilha tal a ombreira de um jovem marinheiro;
Arregaçando o fino tornozelo delineia-se o mar namoradeiro
Em aguarela de uno coração de cor verde!

© RÓ MAR

ESTA, MINHA, JANELA





ESTA, MINHA, JANELA


Por mais que a noite ofusque o meu espaço…
Há sempre uma janela prá `cidade de verde´, onde vejo,
A antiga Lisboa, o candeeiro a petróleo e o esquiço
traçando estendais de chitas e linho pelas varandas do Tejo.

Minha alma baloiça o céu de uma noite de ascensão
E o coração debuxa as linhas de uma outra cidade!
A minha cidade, onde a gente é bonita e sem vaidade,
Onde a noite é aguarela livre aos olhares que passam!

Por mais que a noite alongue nunca perde a graça...
Há a sortuda paisagem, que tem o miradouro da Graça
Dando forma ao Castelo, cores à rosácea da Catedral
Em mãos à luz da Sé, e renasce o novo portal!

© RÓ MAR

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

NA VORAGEM DO TEMPO QUE PASSA




NA VORAGEM DO TEMPO QUE PASSA


na voragem do tempo que passa
teimo em modelar as formas
dos dias e das noites em que nada acontece...
a vida apenas se vislumbra
no sonho das flores adormecidas...
e amo as pessoas e os bichos
o verde entre as lágrimas das pedras
porque nada mais nos resta
a não ser um breve canto
em busca da redenção das horas...

r.r. - Rosa Ralo

ANDAM PASSOS PERDIDOS PELA CIDADE




ANDAM PASSOS PERDIDOS 

PELA CIDADE


Andam passos perdidos pela cidade,
Vagueando sem rumo e de ansiedade,
De gente que busca algo inexistente,
No bulício da cidade de muita gente.

Gente anónima, sem rosto e futuro,
Que vive em guetos e entre muros,
Sem pão, sem sonhos e sem rumo,
À espera de um milagre que tarda.

Na cidade dividida por dois bairros,
Onde gente mui rica vive separada,
Dos pobres que lutam pela sua vida,
Sem contarem com outra melhorada.

Enquanto a cidade dorme, há gente
Que passa fome e se torna paciente
Duma sociedade corrompida e vil,
Que foge e se esconde no seu covil.

Esta é a realidade de certas cidades,
Q'inda vivem de tristes fatalidades.
Onde impera a verdade da miséria,
Que contagiou toda uma atmosfera.

Ruy Serrano 

DESTRUIÇÃO !!!...




" DESTRUIÇÃO !!!..."


Raiva...Desespero...Sofrimento...Dor...
Na terra regada com sangue e suor !...
Onde falta o húmus...a luz..o calor...
Perdida no tempo e no espaço vazio !...
Num mundo vogando sem rumo;
Como nevoeiro, ou rasto de fumo !...
Sem sol...sem luz...onde impera o frio..,
Com pingos de chuva caídos do Céu;
Lágrimas plangentes de nuvem perdida,
Ouvem-se gritos de silencio nos olhos de Deus !...
Que se escondem...diluem e ficam sem vida,
Nos corpos gelados e almas gritantes,
Farrapos vogando, perdidos errantes !...
Frutos duma árvore...sem tronco ou raízes,
Cinzas poluídas de corpos celestes...
Átomos vazios...de matéria inerte;
Causam rasgões profundos...chagas...cicatrizes !...
Destroem o mundo...povoado d´almas infelizes !...

António Joaquim Alves Cláudio

RESPIRO ARCO-ÍRIS




RESPIRO ARCO-ÍRIS


Peço a deus que me ilumine o dia, e assim adormeço
Rezando para que a vida me dê novo começo.
Eis que, teço o meu próprio destino numa teia de arco-íris
E repouso, como um bicho-da-seda, dentro da iris.

Então, sonho que sou uma perfumada rosa
Que nascerá para amar e ser amada outro dia;
Que a vida dá mais oportunidades e ainda sou fermosa;
E quedo, até que saia a saudade, enleia em poesia!

Respiro arco-íris, que se transparece das sedas rosas, lilases
De um casulo, que tece a alma para assim fazer as pazes
Com o universo e quiçá fazer-me voar que nem borboleta!

A vida é sempre o que somos e o que sou é nada,
Então, é aqui neste meu lugar que sou amada;
Sei que o tempo é escasso, ainda assim espero novo planeta!

© RÓ MAR

SENSAÇÕES




SENSAÇÕES 


Na montanha nevava
O lobo no escuro uivava
A coruja nocturna esvoaçava 
A lua cheia ao longe brilhava

O céu de repente se iluminou
O trovão com força trovejou
O vento de direção mudou
E com muita intensidade nevou

O sino da igreja dava a badalada
A terra com cheiro a molhada 
O cantar do galo pela calada
Era enfim o nascer da madrugada

Paulo Gomes

SOL DE JANEIRO




SOL DE JANEIRO 


Como é calmo o meu sol quando nasce em Janeiro,
Como ele é suave e vai crescendo hora a hora
E como é, também, consistente o dia inteiro
Vagueando no horizonte até se ir embora.

No coração do Inverno o meu sol é o primeiro
A vir por entre nuvens consolar quem chora,
E como ele, ao ser ternurento, é prazenteiro
E faz seus raios ser humanos desde a aurora.

O meu sol de Janeiro aquece toda a alma
E abrilhanta, num espírito claro e pacífico,
Cantando um hino à vida, à paz e à doce calma
Num sorriso doirado, perene e magnífico.

O meu sol de Janeiro é franco e tem beleza
Mas para mim é sempre aquele triste dilema
Que faz jus à saudade que há na Natureza,
A mãe de todos nós – a mãe deste poema.

Ó Sol, meu benfeitor e irmão de nostalgia,
Transporta-me contigo ao reino da harmonia!

Frassino Machado

In MUSA VIAJANTE

SONHAMOS COM MAIS AMOR




Sonhamos com mais amor


A vida...
às vezes, nos prega 
algumas peças...
Sonhamos com a vida com amor, 
mas vamos sentindo o peso da dor...
Pessoas jogando a vida fora 
pelo rancor
e esquecem o verdadeiro sentido 
da vida
que é de viver para amar 
e sentir o dom do amor.
Espalham desesperanças 
e tudo o que precisamos
em muitos momentos 
em nossos silêncios 
é sentir que ainda temos 
esperanças em dias de dor.
A vida,
mais amor na nossas vidas...

Madalena Lessa

LISBOA


Imagem - Portugal, Lisboa

Poema de Joana R. Rodrigues

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

PASSO A PASSO




" PASSO A PASSO "


Passo a passo nós vamos caminhando,
A fé nos acompanha em cada dia,
É Deus que lá do céu nos vai guiando
Pois grande é seu amor, poder, méstria,

A vida é este bem que vai sobrando,
Nutrida de tristeza e de alegria,
Vivê - la é ir sempre procurado
Servir com devoção o que nos guia.

É difícil e agreste a nossa estrada,
Às vezes sinuosa e desastrada,
Mas não podemos nunca desistir.

O importante é cumprir nossa missão,
Para alcançar de Deus o seu perdão,
E ter ao fim razões para sorrir!...

Abílio Ferradeira de Brito

AO MEU PORTO...


Alberto Costa Pinto‎ - photography


Ao meu Porto…


Baixa o nevoeiro sobre a cidade
E mal se vê um palmo à frente do nariz
Mas, contudo, do que se vê há saudade
Porque o que se vislumbra me deixa feliz
É na verdade um caso sério
Quando o nevoeiro baixa dessa maneira
E no ambiente citadino de tão etéreo
Não se ouve qualquer asneira
Apenas um ou outro apregoar
Do que há por ali para vender
São pequenas coisas para se amar
Que o vendedor nos mostra com prazer
Paro ali a meio da ponte
E de lá olho para o rio
Mas o rio nem sei que conte
No meio do nevoeiro o sinto frio
É assim logo pela aurora
Nesse frenesim constante
Tudo corre naquela hora
O emprego os espera no instante
E lá para o meio dia
O nevoeiro se levanta
E é ver caras onde a alegria
Com a luz do dia até se espanta
É o Porto no seu melhor
Podem crer que é assim
E assim nos dá seu amor
Nas flores de qualquer jardim
Florescem nas suas cores
Mostram a sua formosura
Outras há que são uns amores
Andam de mão em mão com desenvoltura
Ó Porto, ó minha cidade
Que és Invicta e Leal
Se te piso sinto vontade
De não sair de ti… Não tens igual
De vez em quando vou-te visitar
Para jamais me esquecer de ti
E do que tens para se amar
Tal e qual como eu o vivi…

Armindo Loureiro 

JANEIRADAS 2016




JANEIRADAS 2016 


Ai senhoras e senhores
Deste ilustre Parlamento
Vimos feitos trovadores
Cantar ao correr do vento.

Ai doutoras e doutores
De Belém ou de S. Bento
Cantai connosco louvores
E hinos de encantamento.

Ai, chegamos a Janeiro
E não queremos repetir
Ter os sacos sem dinheiro
E não poder distribuir.

Ai, ó ilustres banqueiros,
Cuidai vossa condição
Pra que haja mais Janeiros
Limpinhos de especulação.

Ai, cidadãs e cidadãos,
Janeiras vinde cantar
Tocai tambores co´ as mãos
Pois alguém há-de dançar.

Ai, ó fado, ai ó dança,
Com um cheirinho d´ amores,
Dançai todos à confiança
Esquecendo as vossas dores.

Ai, este país de espantar,
Com um inverno, sim ou não,
Vamos todos a esperar
Que chegue depressa o verão.

Ai, gente velha, gente nova,
De algibeiras a abanar
Não queirais levar mais sova
Porque é tempo de arrancar.

Se há trabalho, ainda bem
Para uns trocos a arrecadar, 
Se não há, há sempre alguém
Que nos vem desenrascar.

Há Janeiras e há eleições
Neste mês espectacular
E há uns tantos figurões
Que se vão aproveitar.

Sacos cheios ou vazios
Ainda sobram umas patacas
Com acertos ou desvios
Chegará para as ressacas.

Vem aí o orçamento,
De surpresas brada-ao-céu,
Para todos haja alento
Que vem lá o Europeu.

Toda a gente nesta terra
Mesmo estreita se consola
Pouco dinheiro não dá guerra
O que interessa é ir à bola.

Há orquestras e bem santas, 
Sem batutas nem amarras,
Que se festeje até-às-tantas
Com violas e guitarras.

São assim as Janeiradas,
Não vale a pena carpir,
Partamos pelas estradas
Que o cortejo é para rir!

Frassino Machado

In RODA-VIVA POESIA

sábado, 2 de janeiro de 2016

A FELICIDADE É COMPLEXA E RELATIVA:


Imagem- Bellissime Immagini


A FELICIDADE É COMPLEXA E RELATIVA:


A felicidade é complexa e relativa:
Tem muito que se perceber para ser bem entendida;
Tem muito que se ser para que ela viva;
Tem o mundo que acolher bem todos nesta vida.

O que para uns é conceito adquirido, a felicidade,
Para outros é caminho de esperança;
Não se define em palavras mas sim em gestos de amizade
Que têm como sujeito a sua plena presença.

A felicidade é mais que uma vida é a humanidade
Que nos abraça e diz: estou bem;
Ora, se ela está bem logo nós estamos também;
Pois, a nossa vida depende de outra felicidade.

Ainda assim, pode-se considerar, por si só,
Ter uma vida, para ser, a maior felicidade;
Que nós apelidados de existência, e é o primeiro nó
De muitos outros que crescerão em torno da natividade.

A felicidade é complexa e relativa:
Tem muito que se lhe diga para ser absoluta;
Tem muito que em virtudes se espraia para ser resoluta;
Têm o mundo que entender que ela é una e positiva.

© RÓ MAR


AS MAGIAS DE HOJE




AS MAGIAS DE HOJE 


Três mundanais magias hoje se alevantam
Hora a hora, dia a dia e sempre em cada ano,
O oiro de seu nome, o incenso e a odiosa mirra.

O oiro dos potentados, em seu amplo império,
Que usam banal poder sem nunca olhar a meios
Demarcando a distância entre si e os demais;

O incenso anestesiante dos ignóbeis media
Que açambarcam o espaço do geral sistema
Pairando na trivial panaceia cognitiva;

E a mirra financeira de um tal rei dinheiro
Que vai esmifrando os proventos dos que labutam
Instaurando as algemas da vil escravatura;

Três mundanais magias, que o são numa só,
Ornadas da moral falsária do ter que ser, 
Alternando entre si e prevalecer assim;

Que magos, que magias, que ´status, que orgias?
É o Sapiens-sapiens delirante e sempre vivo,
Que hoje, pra ser como é, impõe o seu estatuto!

Frassino Machado

In ODISSEIA DA ALMA

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

AO NOVO ANO 2016




FORA O MEDO, VIVA A ESPERANÇA! 


“Ao Novo Ano 2016”


O mundo não está perdido
Não está perdido, não,
Apenas, sim, está ferido
Pelo choque da comoção.

Se a Natureza se ressente
Pelo que tem acontecido
Há esperança em muita gente,
O mundo não está perdido.

Se os humanos não s´ entendem
E se se pegam de razão
Com o mundo todos aprendem,
Não está perdido, não.

Nada acontece em segredo
E o mal tem que ser vencido,
No mundo não impera o medo
Apenas, sim, está ferido.

Bradam, bradam os tiranos
Ameaçando maldição
Mas congregam-se os humanos
Pelo choque da comoção.

Reina o dinheiro e a fortuna,
Reina o poder e a abastança
Mas não têm razão nenhuma
Pois não merecem confiança.

Reina a exploração e o lucro,
Reina a incultura e a inveja
Mas o mundo não é corrupto
Apenas só há quem o seja.

Reina a vaidade e o negócio
Reina o esbanjo e o consumo,
Ninguém é amigo nem sócio
E a aparência esvai-se em fumo.

Reina a miséria e a fome
E reina a mendicidade,
Todo o mundo se consome
Pra conquistar liberdade.

Reina a injustiça e a dor
A desigualdade e a vingança,
Mas não há lugar pro terror
Fora o medo, viva a esperança!

Frassino Machado

In AO CORRER DA PENA

FELIZ ANO NOVO




FELIZ ANO NOVO


Mais um ano passado
Memórias sentidas
Um sentimento reavivado
Das alegrias vividas
Em breve um novo ano
Com pensamento positivo 
Como o rasgar de um pano
Terminar o pensamento negativo 
Desejando a todos os Amigos
Um ano cheio de Felicidade
São os meus desejos sentidos
Em troca da vossa Amizade

Paulo Gomes

UM DOIS MIL E DEZASSEIS REPLETO DE FELICIDADES...




Um dois mil e dezasseis repleto de felicidades…


No remanso do meu lar
Revejo factos passados
Apetece-me chorar
Já tenho os olhos molhados
Há coisas que acontecem
Que não deviam acontecer
Até as almas esmorecem
Meus amigos podem crer
Foi o pai e foi a mãe
E um irmão também
Todos os dias mais um cai
Um familiar ou outro alguém
E os anos se vão passando
Na vivência de dissabores
E aqueles que vão andando
Seguravam os seus amores
Porque os amores se devem
A essa gente que se vai embora
E agora outros se atrevem
É chegada a sua hora
De refazer o que já viram
Na sua longa vivência
Porque os outros os sentiram
Na sua bela apetência
Não me posso esquecer
De tudo o que me deram
Para agora saber ser
Aquilo que eles quiseram
Quiseram que fosse leal
Perante as adversidades
Dum ser a mim igual
Que vive suas dificuldades
E nesta hora de passagem
De mais um ano terreal
Cada vez mais a imagem
De a olhar até faz mal
Porque é que é assim
E não de outra maneira
Às vezes apetece-me a mim
Dizer uma grande asneira
Não quero a falsidade
Dalgumas palmadas nos costados
Porque quem usa da verdade
Sabe quais são os bens amados
E agora para terminar
Um bom ano vos desejo
Que vosso semelhante saibam amar
Na medida do vosso ensejo!
Com os meus braços compridos
Uns abraços ternurentos
Podem crer eles são sentidos
É o que posso dar nestes momentos!

Armindo Loureiro


TROVAS DE ANO NOVO




TROVAS DE ANO NOVO 


Ao cantar a minha trova.
Corre a água desta fonte
Novo céu, novo horizonte,
Novo ano e vida nova.

Corre a água, corre a prova,
Corre sempre cristalina
Todos ouvem a sua sina
Novo ano e trova nova.

Corpo novo que se inova
Renovado de energia
Novo encanto de harmonia
Novo ano esperança nova.

Nova chama, novo povo,
Nova entrega renovada
Branca luz de madrugada
Novo ano coração novo.

Canta o melro, canta a rola
Em cantigas de embalar
Novo rumo de encantar
Novo ano nova escola.

Há sementes e há renovo,
E há uma nova sementeira,
Calor novo na braseira
Novo ano ideal novo.

Novo ano, alegria nova, 
Dança nova maravilha,
Com abraço de partilha 
Novo ano se renova.

Venha a paz e nunca estorvo
Sempre novos entre iguais
Mãos nas mãos cada vez mais
Novo ano mundo novo.

Para a aldeia e pra cidade
Sonho novo de aventura,
Novos voos de cultura
Novo ano liberdade.

Reinam já os corações
Com amor por toda a terra
Calem-se os tiros da guerra
Novo ano entre as Nações!

Frassino Machado

In JANELAS DA ALMA

ANO NOVO




ANO NOVO


Um Ano Novo começa,
Eis uma nova aventura,
Vamos vivendo sem pressa,
Pra não entrar na loucura.

Do Velho ninguém se esquece,
Que foi um ano bem duro,
O povo já reconhece,
Que lhe tramam o futuro.

Vida nova, Ano Novo,
Procura ajudar o povo,
Faz o bem, como o queres,

E que Deus se lembre de nós,
Faz ouvir a tua voz,
O mais alto que puderes.

Ano Novo Vida nova,
Um Bom Ano de mudança,
Não nos enviem prá cova,
Que em nós há sempre uma esperança.

Fernando Figueiredo


O ANO ACABA...




O ANO ACABA...


o ano acaba
hora de guardar a saudade
numa caixa de sândalo roubada...
dobrar os vestidos de festa
o cheiro da maresia...
o azul de um novo dia...
fica o sol
um pequenino sol
da razão de existir...
e devagar
abrimos caixas de outros dias
que hão-de vir
brincos de estrelas
lençóis de sonhos perfumados
cantos, risos e choros
que merecem ser guardados...
e tudo recomeça
o futuro é uma promessa
a vida uma eterna promessa...
onde os dedos continuam a desvendar
segredos
de invernos que terminam
em primaveras anunciadas
por gritos breves
madrugadas...
somos acrobatas
num circo sem redes
sem feras amordaçadas...
um novo ano se anuncia
com a tua companhia
e tudo recomeça
novinho em folha
sem pressa...
o futuro é um vinho que inebria
o passado uma onda que partia...

r.r. - Rosa Ralo