quarta-feira, 23 de julho de 2014

O LIVRO E A FOLHA


O LIVRO E A FOLHA


Abri o velho livro de dorso amarelado em pó
Entre páginas quaisquer de antigas leituras
Uma folha seca com inscrições de alguém só
A dizer que a solidão é silêncio que tem cura

A seiva deixou de correr e suas veias secaram
Água que a natureza despejou em vales áridos
E penetraram no solo pelas pedras estancaram
Colhida em suas vaidades pelo destino tecido

O livro perdeu as letras pelo tempo apagadas
Na carência dos olhos que o liam com atenção
A voz que o descrevia calou sem ter o carinho

A folha marcou a página lida e não conciliada
Na falta do verde e o sangue que floria o coração
O reflexo do tempo marcou na folha o caminho!

Elair Cabral