quinta-feira, 17 de julho de 2014

O VALE DAS ABRÓTEGAS


O VALE DAS ABRÓTEGAS  


 Por entre pinheirais e matagais, voltado ao norte
 A meia milha entre Candoso e as Senhoras do Monte,
 Estende-se um musgoso vale, esverdeado horizonte,
 Qual manto acolhedor do mais finíssimo recorte.

 Ressurge em cada ano neste fresquíssimo vale
 Em anúncio encantado da esperada Primavera
 E num hino esfusiante, já com o Verão à espera,
 A abrótega-princesa a quem nada se equivale.

 Rainha da floresta, a mais bela das brancas flores,
 Todos a colhem para o enfeite das moradias 
 Ampliando a energia como fonte dos amores… 

Há festas e girândolas, nos sinos badaladas,
 Tapetando os caminhos com cânticos e harmonias
 Em vida que desperta no abrir das madrugadas.

 Ó minha esbelta flor, se há anjos d´ asas sem labéu,
 Tu és o astro que na terra nos reclama o Céu!

 Frassino Machado

 In CANÇÃO DA TERRA