sábado, 16 de abril de 2016

A MUSA ACORRENTADA




NO «DIA MUNDIAL DA ARTE» -

 Aos Artistas e Poetas!


SOLTEM A COTOVIA 

“A musa acorrentada”


O generalizado desinteresse poético
Que se observa no literário caos
Assenta no pendor estético
De versos bons e maus.

Ele há versos diversos de um pendor maléfico 
Que vão proliferando por degraus
Construindo um devaneio ético
Típico de saraus.

Reforçar colarinhos
De tudo o que se diz poesia
Não abona por certo os pergaminhos
Que faz da conjuntura máscara d´ harmonia.

Compor os desalinhos
Talvez projecte a melhoria
Que se impõe para abrir outros caminhos
Que incentivem as Letras com sabedoria.

Há que abrir horizontes rumo à emoção
Que leve os poetas a reescrever
O que neles faz condição
Da poesia valer.

Reestruturando os timbres até à exaustão
Revela-se a energia e o dever
Com mais ao menos propensão 
Da poesia crescer.

Soltem a cotovia,
Que ela não seja prisioneira,
A musa acorrentada cumpriria
Cantando dos poetas a sua vil cegueira.

Deixem-na ser magia,
Na rota plena e lisonjeira,
E ouvi, poetas, a pura fantasia
Que traz em leve canto poemas sem fronteira.

Veste-te, ó cotovia, de penas e palavras,
E ciranda nessa larga atmosfera
Anunciando em canções raras
A diva primavera.

E vós, versejadores, com ideias cavas, 
Vós, poetas e poemas de quimera, 
Deslizai do vulcão em lavas
De luz e nova Era!

Frassino Machado

In RODA-VIVA POESIA