Imagem: Nature, Love and Art
ALVORADA
Amo no campo o manso do verde,
As copas das árvores no arvoredo.
A vida que ele emana; a luz, sua mana;
Tudo que o urde e por mim clama.
Tudo que o urde e por mim clama.
Muito me alegra o que tenha terra.
A erva, montes e silvados; amoras,
Abelhas do mel, doces e finos ribeiros,
E inteiros minutos em que as horas,
Memórias, de mim desenterram.
Farnel que descerra as cortinas
E as colinas que meus olhos leem,
É a mais bela escrita; vista p' lo Pardal.
"Estendal que criem; sendo seu no horizonte..."
No solo partilham a água da fonte,
O pôr do Sol lá no poente.
O nascente, deixam que me pertença,
Não sendo pretensiosos...
- A alvorada pode ser de todos.
E ociosos de liberdade,
Deixam também que me invada,
Com digna indiferença,
Os sons, onde a madrugada,
É minha por natureza.
© RAADOMINGOS