domingo, 14 de abril de 2019

DOMINGO DE RAMOS




I – DOMINGO DE RAMOS
“A passarela da Ilusão”


Pela fresca alameda perfumada
Entre lânguidos prados geminados
Encaminhei meus passos apressados
Na linha da Basílica avistada.

Estava próxima a hora combinada
E em todo o lado ramos espalhados
Por braços estendidos ofertados
Mas vendidos depois à descarada.

Se o Nazareno Mestre aqui passasse
Qual seria a maior das reacções 
Se tal escandaleira observasse?

Voariam pedregulhos aos montões
Não ´ stranhando qu´ alguém ali finasse
Acabando p´ ra sempre os vendilhões!

*

II – O FILHO DE DAVI
“A crença Messiânica”


Gente de todo o lado em grande polvorosa
Com verdes palmas e ramagens agitadas
Esperava o Rabi numa ânsia generosa
Sentada aqui e além nas bermas das estradas.

Sob o calor do sol em cima de um jumento
Ao longo da Judeia sempre cavalgando
O filho de José sentiu-se num momento
Estando entre os homens como que reinando.

- Ó Filho de Davi, gritava entre hossanas,
Aquela esfomeada e imensa multidão!
- Aqui estou, minha gente, eis-me aqui por Bem!

O Mestre conhecia o quanto desumanas
Eram as falsas marcas de tão vil paixão…
E, em vez de riso, foi chorar Jerusalém!

© Frassino Machado
in VIA CRUCIS