Ilustração obra de Lee Bogle
ESPERANÇA DE ABRIL
Os teus olhos vivos cor de ciúme.
Beijam ávidos a nova primavera,
Que destila no soneto o perfume,
Fragrâncias, divinas de outra era.
Agora! És a mulher, sábia e bela.
Lembrança desse jardim proibido,
És, pintura delicada de aguarela,
Resgatada no éden já esquecido.
És volúpia, transparente, e subtil.
Escondida no teu invólucro mortal,
És beleza radiante do mês de abril.
A cor rubra dos cravos de Portugal,
Reduto de esperança que vi, em ti.
Cada ser, mais humano, mais igual.