terça-feira, 29 de julho de 2014

A RONDA DOS SANTUÁRIOS


 

A RONDA DOS SANTUÁRIOS 


Nesta Cidade acolhedora
Que trabalha a vida inteira
Tu és a melhor Protectora,
Nossa Senhora da Oliveira.

Para todos os projectos
Que a Vossa bênção venha
Não nos deixeis inquietos,
Nossa Senhora da Penha.

Para todas as sementeiras
Que o nosso engenho acarinha
Aliviai as rudes canseiras,
Nossa Senhora da Lapinha.

Para todas as epidemias
Que surjam no horizonte
Trazei-nos mais acalmias,
Nossas Senhoras do Monte.

Todas as Nossas Senhoras
Que o nosso carinho encerra
Nos assistam sem demoras
Pra glória da nossa terra.

Que haja paz e harmonia, 
Num país de confiança
Reine entre todos a alegria,
A concórdia e a esperança.

Nesta onda de fervor
Com a alma cheia de luz
Tenhamos um mundo melhor
Senhora, Mãe de Jesus!

Frassino Machado

In JANELAS DA ALMA

domingo, 27 de julho de 2014

PÉROLAS... FILIGRANAS


Imagem - CATALINA ESTRADA 


PÉROLAS... FILIGRANAS


Pérolas… filigranas são teu olhar
À natureza… fecundo o teu ser,
Menina do universo, sereia do mar,
Penas de cisne níveo a florescer.

Pérolas… filigranas ao universo
Pelos lábios seda são cerejas,
Fruto excelso à natureza em verso;
Ouro são as palavras que desejas.

Pérolas… filigranas são teu rosto
À natureza, purpuras e mais…
Tons unos que são flor em teus rituais.

Pérolas… filigranas beijo ao ar teu,
Sabor terno que mesclas a gosto
Pelo meu olhar. Que mágico mundo o teu!

® RÓ MAR

FORÇA!




FORÇA!


Não sofras, minha amiga, a dor intensa
Que faz sofrer assim dessa maneira,
Provoca em ti uma agonia imensa
Transforma a vida em fardo e em canseira.

Estranho o sentimento em que a doença
Penetra nos tecidos, sorrateira,
Querendo-nos roubar o corpo, a crença,
Como se dona duma vida inteira.

Mas uma coisa ela desconhece
Que dia a dia no teu peito cresce
Guiando com firmeza os passos teus,

A tua fé que em fogo prevalece:
– “Eu posso tudo em Quem me fortalece!”…
E tu bem sabes que essa Força é Deus!

© José Sepúlveda


GIRA- GIRA... GIRASSOL...


Imagem - Jackie Mangione Art Studio


GIRA- GIRA... GIRASSOL...



Gira- gira... girassol...
Bebe água pela fonte da certeza
E alumia as pálidas paredes de vida;
Reverte-te à luz do sol
E vive toda a sua profundeza.

Gira-gira... girassol...
Pinta a tua majestosa beleza
Ao ar, em cores múltiplas de aguarelas,
Refinando os tons às tristes janelas
Pelo dulçor das cortinas ao arrebol.

Gira-gira... girassol...
Devagarinho e em toda a destreza
Pelo parapeito que definha vida
E eleva-o ao teu jeito de real alteza;
Tal ele seja estrela tão igual ao Sol.

Gira-gira... girassol...
Bebe água pela fonte da certeza
E alumia as pálidas paredes de vida;
Tal e qual um astro de vela acesa
Pelo mundo que espera o nascer do sol.

® RÓ MAR

ESPERANÇA!!!!!


ESPERANÇA!!!!!


Um amor entre um extraterrestre e uma humana porque não?
Será que estamos sós no vasto Universo?
O planeta Terra está em regressão... O ser humano cada vez se comporta com menos escrutínios... Onde vai isto parar?!??
Virá alguém em nosso auxilio???
A esperança é a última a morrer... então vamos ter esperança!!!!!
Entretanto vamos lendo... e escrevendo... vamos manifestar o nosso amor ao próximo sempre que possível...
Claro que não podemos mudar o mundo... mas podemos e devemos sonhar... talvez um dia acordamos e vemos que tudo não passou de um pesadelo... um longo pesadelo... cruel... inumano...

Entretanto estaremos preparados para a vinda do nosso salvador...

Áurea Justo

In Anéis De Fogo

quinta-feira, 24 de julho de 2014

O TEMPO É BREVE…!


Imagem - Karina Llergo Salto Art


O TEMPO É BREVE…!


Gira a terra em torno de uma revolta compulsiva,
Contornando névoas de tão abismo…
Um mar tempestivo, um ar que sufoca as gentes!

O sol é um catolicismo
E a vida a ossada que sustenta as combalidas almas.

O tempo é breve e a fúria sucede efusiva
Pelo labirinto sem saída!

Gira a terra em torno de um torvo ciclone
Que enfada os que ainda são almas
E sucede-se o cânone
Do velho Adamastor…
Não se sabe se desta restará
A epopeia para a posteridade!

O tempo é breve e não deixa saudade!

Gira a terra faminta de um pingo de amor,
Trémulos corpos são estrato de dor
E é a esperança que serenará!

O Tempo é breve e não chega a ser vida!

® RÓ MAR

SÃO BENTO VIGILANTE


SÃO BENTO VIGILANTE  

“Pioneiro de São Gualter”


De Itália a tua fama voou
 Fugindo aos filhos do vento
 E em paz por fim descansou
 Neste Monte de São Bento.

 Um Monte pertinho do céu
 Com as Senhoras adiante
 Dali, qual atento corifeu,
 Estás São Bento vigilante.

 Vigilante, a oeste e a sul,
 Travando a onda das feras
 Coberto pelo céu azul
 Tu és São Bento das Peras.

 Vigilante, a leste e ao norte,
 Senhoras da Penha e do Monte,
 E ao perto, em belo recorte,
 Tens a Lapinha defronte.

 Teu Santuário de mistério,
 Com aroma de rosmaninho,
 É refúgio e refrigério
 Prós romeiros do caminho.

 Com girândolas e romarias
 Com fanfarras e tambores
 Não há tristezas, só alegrias,
 Vão-se os males e os ardores.

 A teus pés os três concelhos,
 Vimaranes, Felgueiras, Vizela,
 Rogam prantos novos e velhos
 Com a alma sempre à vela.

 Livra-nos das Invasões
 Assiste às nossas esperas
 Incendeia os corações
 Tu, ó São Bento das Peras.

 E se esta miséria tão grande
 Estiver esquecida por Deus
 Que a Sua bênção nos mande
 Porque somos filhos Seus.

 S. Bento, Torcato e Gualter,
 Que jucunda vizinhança,
 Fonte de fé pra quem quer
 E luz perene de Esperança!

 Frassino Machado

 In ODISSEIA DA ALMA

MISTÉRIOS


MISTÉRIOS 


Sob o véu... 
Um rastro de sonhos...
A ocultar revelando...
A revelar ocultando...
Mistérios a convidar para o conhecimento
Quando o oculto aguça os sentimentos
Misto de evidências e camuflagens
dos olhares por detrás das paisagens
Sete véus das esferas planetárias
para ver no além, as mentes imaginárias
Isis a Deusa iniciadora dos mistérios
Vida-morte, transcendência... Seu império,
encarna o princípio feminino, fecundidade
Fonte mágica da transformação, vaidade
Sete véus a bailar sob nossos segredos
A queda das vendas, visão interior, desapego
Dissolução da couraça psicológica Isthar
Véus das quimeras do amar
Um colorido de sonhos que vem para o orgulho afastar,
dissolver o espírito dominador
e chegar vitória do cósmico amor
Sete véus em dégradés de conquista da consciência
e da experiência! Da pureza nua e crua
nos salões, ou nas calçadas da rua
Véus das brumas e das quimeras douradas
Véus das colinas verdinhas das noites enluaradas!
Véus que cobrem meu querer em coragem disfarçada!

Elair Cabral

quarta-feira, 23 de julho de 2014

A ALMA É A LUZ DO SILÊNCIO


Imagem - Voyage au coeur de l'Art - Travel to the heart of the Art


A Alma é a luz do silêncio.

® RÓ MAR

O LIVRO E A FOLHA


O LIVRO E A FOLHA


Abri o velho livro de dorso amarelado em pó
Entre páginas quaisquer de antigas leituras
Uma folha seca com inscrições de alguém só
A dizer que a solidão é silêncio que tem cura

A seiva deixou de correr e suas veias secaram
Água que a natureza despejou em vales áridos
E penetraram no solo pelas pedras estancaram
Colhida em suas vaidades pelo destino tecido

O livro perdeu as letras pelo tempo apagadas
Na carência dos olhos que o liam com atenção
A voz que o descrevia calou sem ter o carinho

A folha marcou a página lida e não conciliada
Na falta do verde e o sangue que floria o coração
O reflexo do tempo marcou na folha o caminho!

Elair Cabral
 

domingo, 20 de julho de 2014

COROAS IMPERIAIS…


Imagem - Aimer la Nature (Love the Nature) 


COROAS IMPERIAIS…


Coroas imperiais… em toda a ascensão
Da palavra, os genes da natureza…
Princesas de jardins, damas ao coração,
Imperatrizes à terra, que tal beleza!

Seu porte fidalgo impute ovação,
Ar esguio que realça às estrelas tão belas
As cores que têm, reais palácios são…
Pigmentos em seus sinos, são néctar, aguarelas.

Coroas imperiais… que todos as querem,
Ora elas não são de ninguém, ares são
Que realçam vida e quanta há aos que amam.

Coroas imperais… que todos invejam,
Pois, elas não são só amores, também
São flores pela natureza e encantam.

® RÓ MAR

RESPOSTAS HÁ


 RESPOSTAS HÁ


Como é terrível o choque ao se olhar certas imagens que o mundo oferece a cada instante. Aquela jovem mulher com o filho ao colo e outro ao lado, dando os primeiros passos inseguros pelo longo e incerto percurso que a vida lhe reserva, espera ansiosa ou pacientemente o conforto de uma esmola por vir que apenas serve de sustento àquele dia – se vier! Ou coisas piores: como os cadáveres espalhados pelas ruas desertas de cidades em guerras sem fim; ou ainda, o espet...áculo de continentes cheios de crianças raquíticas povoando a imensa paisagem árida de intermináveis campos nus; ou, pior ainda, as atrocidades cometidas por delírios humanos, próprios de espíritos diabólicos ou doentes em constante revolta, inconformados com seu destino ou com aquilo a que não têm direito. Perante isto, perguntamo-nos: Poderá haver pior miséria que esta a que assistimos? E, o porquê de tudo isto? Sim, há; aquela que a originou, responde a consciência, de quem a tem. E quem a originou? Nem o destino nem tão pouco Deus – o homem! Este destino é o homem quem o faz, não Deus! E Deus não quer o mal, quer o bem! A liberdade, o livre-arbítrio, o poder de opção, Deus deu. Cabe ao homem pensar e decidir.
O interesse pelo fatídico, de situações escabrosas ao extremo, limita-se à mera comoção passional provocada pela percepção dos sentidos, daquilo que os olhos vêm e o coração sente. Fica-se pasmo, atônito, estupefato, sem se saber o que pensar ou fazer quando cegas emoções se sobrepõem à razão. Este é um dos maiores males que acometem as sociedades deste mundo e a causa da grande tragédia humana. Evitar que tais situações aconteçam ou mudanças de atitude que as evitem não desperta interesse algum. Mais importante que o tema social é a discussão do homem perante si mesmo e o mundo ao qual se reflecte. O primeiro destes é o efeito; o segundo, a causa. 
A incapacidade de entender ou ver além dos fatos em si, isto é, da realidade oculta, ou daquela que a determina, é pior que a realidade visível, porquanto a origina e esconde a verdade autêntica na qual se sustenta. Verdade esta que, quase sempre omitida, ora por conveniência ora por ignorância, dá largas a todo o tipo de crime que lesa a humanidade. Logo se encontram desculpas para calar a voz da consciência e obter uma falsa paz. Omissão, indiferença, apatia generalizada, descaso total e sentimentos vãos, portanto, escondem uma verdade revelada que os olhos se recusam a ver. Respostas há!

Fernando Figueirinhas

sábado, 19 de julho de 2014

O CANTO DAS ABRÓTEGAS


O CANTO DAS ABRÓTEGAS 


Saiu um dia para a caça a diva Artemis 
Cuja alta beleza Afrodite cobiçava 
E já quando o dourado sol se levantava 
Seu destino cruzou com o charme de Adónis. 

Os apolíneos raios seu corpo enfeitaram 
E o belo Adónis logo ali se apaixonou 
Por quem desde criança sempre o enamorou 
E então os dois um prazer louco iniciaram. 

Mas eis que, de repente, surge um bravo cerdo 
E, enquanto Artemis o seu arco preparou, 
Do esbelto Adónis seu jovem corpo afrontou 
Arrancando-lhe a vida em menos de um credo. 

A loira Artemis os cabelos arrancando 
Intercedeu a Lete que a viesse socorrer 
E que fizesse o seu Adónis reviver 
Ficando a diva para sempre ali chorando. 

As lágrimas do Céu regaram o fresco vale 
De tal jeito que o próprio Adónis reviveu 
E no alvo corpo daquelas flores renasceu 
A abrótega-princesa, em canção de madrigal. 

Até que um dia, noite de breu e de luar, 
Ali passou a rancorosa Prosérpina 
Que em dois tempos incendiou toda a colina 
Que fez do bosque a formusura terminar. 

- Ó insidiosa Prosérpina, o que fizeste? 
Quem tão grande desgraça a ti te permitiu? 
Jurarei a Deméter, que sempre me ouviu, 
Que voltes para o Tártaro, donde vieste. 

E eu, Artemis, em cada ano tentarei 
Que tragam estas flores a vida à Primavera 
P´ la memória de Adónis que me retempera 
Em poética balada que nunca esquecerei! 

Frassino Machado 

In CANÇÃO DA TERRA 

O MUNDO NO SÉCULO XXI


“O MUNDO NO SÉCULO XXI”


Hoje não foi dia vulgar, foi absorto.
Talvez porque o Sol nasceu morto;
Que enorme desconforto eu senti!
Mas foi o Sol ou fui eu que não vivi? 

Rouxinol: ensina-me lá o teu canto,
Quero viver, quero cantar apenas;
Viver a vida sem angústia, e penas,
Num mundo mais perfeito e santo.

Passa-se neste mundo um temporal,
Uma tempestade apocalítica imoral;
A minha alma no meio da tormenta,

Não anda calma, iludida, mas infeliz,
Pois o vento quer arrancar pela raiz
Os princípios de justiça que sustenta!

Alfredo Costa Pereira

sexta-feira, 18 de julho de 2014

AS ESTRELAS DE SATURNO


AS ESTRELAS DE SATURNO


A nova concepção do mundo e baseada numa perspectiva em que o Universo já não é um conjunto finito e concluído, mas antes um todo infinito e aberto em to...das as direcções.
A sua ordem não é final, mas sim casual. O homem não é portanto, o ser principal na construção do Universo, sendo o seu conhecimento o resultado de tentativas sempre renovadas. Segundo Aristóteles, existe uma separação entre a substância celeste ou etérea, dotada de movimento circular perfeito, e a substância elementar dos corpos
sublunares, sujeitos ao nascimento e à morte.
Segundo Nicolau de Causa, a terra não se encontra no Centro do Universo, e por essa razão, não pode deixar de ter movimento. A geração e a corrupção que nela se verificam também se salientam nos outros astros, e possivelmente, também esses astros são habitados por seres inteligentes de uma espécie diferente da nossa. 
Fica, portanto uma pagina aberta para quem ainda consegue observar o céu estrelado com um olhar verdadeiramente inocente.
Talvez possa ter um vislumbre de eternidade, através de uma historia envolvente, tendo como pano de fundo um Universo adamastoriano, acachoado, acrónico e simultaneamente acaculado de vida. O acaso, a crónico e acrisolador, pressagia o encontro arrebatador entre dois seres completamente diferentes.

Áurea Justo

In As Estrelas De Saturno

PLANTADO PELA MÃO DO MENINO


Imagem - Beautiful world. Nature, love, art. 


PLANTADO PELA MÃO DO MENINO


A inocência é pureza, é tão realeza,
É a maior dádiva da natureza.
E, não há mais belo e cristalino...
Que as atitudes que tem o menino.

São gestos genuínos de tão carinho,
Simples e tanto são, que igual não há;
São tanto e únicos, do mais lindo que há;
São tão simples e tão longo caminho!

A vida que é candura só é a de menino,
Toda a estrada é partitura ao lado…
Não tem a melodia que soa ao tão amado
Gesto plantado pela mão do menino.

® RÓ MAR

O AROMA TERNO DA NATUREZA


Imagem - Bellissime Immagini


O AROMA TERNO DA NATUREZA


Haverá perfume mais doce e suave 
Que o aroma terno da natureza!?
Haverá serenidade maior que o banho de ar puro, o leve 
Despertar para o dia em sais naturais!?

Haverá sempre mais e mais beleza
Que é a esquina do dia, o virar é tudo o que quiseres,
Pode ser uma manhã de primavera,
Ou outonal, realidade e até quimera!

Sabe-te a vida fresca, ágil, contorna e sorve
Tudo o que ela tem a dar, é a vez de seres,
Dá-te à oportunidade de momentos mais,
Leva-te a passear pelos encantos tais!

Que loucura, tão bela, ser amante da natura,
Nela podes ser o que nem sonhaste, sonha agora,
Dá-te à oportunidade que tanto suspiraste, nem olhes a trás, 
Vive a hora que tem tudo para dar e tanto serás!

® RÓ MAR

quinta-feira, 17 de julho de 2014

O VALE DAS ABRÓTEGAS


O VALE DAS ABRÓTEGAS  


 Por entre pinheirais e matagais, voltado ao norte
 A meia milha entre Candoso e as Senhoras do Monte,
 Estende-se um musgoso vale, esverdeado horizonte,
 Qual manto acolhedor do mais finíssimo recorte.

 Ressurge em cada ano neste fresquíssimo vale
 Em anúncio encantado da esperada Primavera
 E num hino esfusiante, já com o Verão à espera,
 A abrótega-princesa a quem nada se equivale.

 Rainha da floresta, a mais bela das brancas flores,
 Todos a colhem para o enfeite das moradias 
 Ampliando a energia como fonte dos amores… 

Há festas e girândolas, nos sinos badaladas,
 Tapetando os caminhos com cânticos e harmonias
 Em vida que desperta no abrir das madrugadas.

 Ó minha esbelta flor, se há anjos d´ asas sem labéu,
 Tu és o astro que na terra nos reclama o Céu!

 Frassino Machado

 In CANÇÃO DA TERRA 

quarta-feira, 16 de julho de 2014

HAVERÁ, SIM, BEIJOS


HAVERÁ, SIM, BEIJOS… 

SÃO BEIJOS, SIM,…


Haverá beijo mais suave, doce, perfumado 
E puro que o beijo da alma!?
Haverá beijo mais luminoso e sensato que o beijo ao olhar!?
Haverá, sim, lábios que não sentem o beijo 
E haverá beijos que não conhecem lábios!
Haverá, sim, tantos beijos articulados ao espaço 
E haverá tantos lábios que se quedam de desejo!
Haverá almas que se cruzam aos jardins da natureza,
Tais flores de seda que transbordam beleza.
São as almas eternas que fecundam os lábios
E amanhecem grávidas de Sol que nasce ao olhar.
Haverá felicidade maior que sentir o abraço
Mesmo que longínquo de tal fenómeno!? Almas 
Que se tocam num ínfimo ponto do Universo...
São as vidas que têm gosto de ser beijadas pelo além;
São viajantes de sentires que perpetuam o espaço
E abraçam a terra em olhares que acendem ao verso
Mais raro e belo que alguém
Concebeu! São lábios, sim, de orbitas ancestrais 
Que planeiam a terra e habitam os castiçais
Que dão luz à humanidade…
São beijos, sim, de tantas almas
Quantas as vidas que amam a eternidade.

® RÓ MAR

terça-feira, 15 de julho de 2014

MEU COSMO

 

MEU COSMO


Estendi longamente o olhar 
para o cosmo em sua plenitude
O meu cosmo!
Visualizei-o em espectro!
O belo a degradar!
Impossível, não vai acontecer
Sou fera, sei lutar!
Vi a ordem em desalinho
e mostrei o caminho
Não serei levada a força,
canto com lágrimas vertendo,
grito com a garganta doendo!
Então, certo de uma derrocada,
mostrou-me a harmonia em turbulência!
Retruquei com minha essência
Não o reconheci... Mergulhei nas entrelinhas
da sorte
e com trabalho desenhado na alma o venci
Estranho em meu “ser”!
Voltei à encruzilhada
em que deixei de ser você!
Colei os cacos do espelho 
no qual transfigurei sua imagem!
Não ficou perfeito...
O tempo disfarçará as marcas...
Do micro ao macro...
Finalmente sei onde estão meus pés,
porque soprei as cinzas
e pude lançar um longo e apaixonado olhar
sobre você, meu amor!

Elair Cabral

segunda-feira, 14 de julho de 2014

QUADRO


Imagem - Igli Jorgo


QUADRO


 Passeava-se gingando pela tela 
 Tantas cores quantas tinha a aguarela,
 Rabiscava aqui e acolá um pedaço de sol
 E abraçava em seu fulgor, seu farol.

 Leve traço impregnado de vermelho,
 Luz que tanto prometia, novo trilho
 Que plantava uma cidade do outro lado,
 Ao cimo de sua nuvem, novo mundo.

 Pelas escadas que tem a natureza
 Vielas e labirintos e eis a torre que embala
 Sua arte com toda a realeza.

 Será princesa ou a singela artesã!?
 Quiçá uma momentânea estrela,
 Aguarela, quadro que além é arte sã!

® RÓ MAR

LIVRO ABERTO


LIVRO ABERTO


Uma página em branco a espera da linda pintura
Para juntar-se a mais uma e elaborar a estrutura
Seguir desenhando uma história da vida em trajetória
Cada página é uma flor no buquê das mil vitórias

O livro da nossa vida é o tesouro a se vigiar de perto
É dádiva poderosa afirmar que somos um livro aberto
Que possamos dar leitura sem amarras, complicação
Onde possa se ler as verdades e as linhas do coração

Escrever a nossa história de maneira convincente
Não precisa buscar palavras é o viver simplesmente
Porque a vida se encarrega de escrever cada atitude
Se agirmos com verdade com garra e serena licitude

Espero que o livro da minha vida seja relíquia a ser lido
Por minha família e amigos com orgulho enternecido
Pois, a cada passo da estrada a vida vem registrando
As curvas, as retas, as margens e com amor ilustrando

A cada página escrita terá no rodapé a incrível citação
“À Deus e aos meus, à garra, ao discernimento, emoção” 
Regados a cada dia pelas águas das convivências
Eternizadas letra por letra, no livro da minha existência!

Elair Cabral

FLORES TANTO SÃO...


Imagem - Spartaco Lombardo


FLORES TANTO SÃO...


Flores tanto são... bens da natureza
Que exalam o frescor de mui beleza;
São terra e também quimera que volve
Pétalas pelos ares em cetim tão leve.

São cristais da atmosfera que brilham
Tanto quanto o sol... são essências raras, tão 
Olores exímios difundem pelos ares,
Quanta viscosidade em seus raiares!

São manhãs primavera, noite ao luar...
Quantas canções de amar... estrelas pelo ar!
São flores... são vida em terra e pelo mar.

São o doce vento Agosto que a natureza
Brinda de Maio a sempre pelo beijo tão
Nobre, semente real... Flores tanto são.

© RÓ MAR

quinta-feira, 3 de julho de 2014

A VIDA É COMO...


NATUREZA, UMA FLOR DIFERENTE


Imagem - Bellissime Immagini



NATUREZA, UMA FLOR DIFERENTE


Por mais linda que sejas pinto-te sempre 
Com mais cor, não que seja mais arte;
É sim mais amor, é o ar puro do teu ventre
Que me faz ver em ti uma flor diferente.

Por mais cores que pincele nunca sei 
A verdadeira cor da tua essência; sim, sei
Que fico sempre aquém da tua beleza
E nunca será o poema que é natureza.

Pelo teu olhar cândido me perco sempre
E todo o tempo é curto para te respirar…
A tela é algo de diferente… há entre
Ela e tu o meu olhar que só sabe amar.

© RÓ MAR

FRONDOSO IPÊ


Imagem - Google


FRONDOSO IPÊ


Lá no alto da colina, entre nuvens e neblinas
Numa casinha amada,
com carinho desenhada, construí meu paraíso,
sonhos amores, sorrisos
Primeiro passo a cantar, bem no meio do pomar
Plantei o meu pé de ipê
que com garra a crescer ficou todo poderoso,
paisagem de sol florida...
Estradas de amor e vida levam-nos a despedidas
dei meu adeus a chorar
Você ficou tão sozinho, como pude te deixar?
Nem a formosa casinha,
existe pra te alegrar, mesmo só, brilha por lá, 
presente da natureza!
Altivo, forte altaneiro espalhando só beleza
Solidão não o desaba,
livre de dor e de mágoa a colorir, sem queixume! 
Amor... 
Êxtase e perfume...

Elair Cabral