sexta-feira, 22 de agosto de 2014

TROVAS A SÃO SEBASTIÃO


TROVAS A SÃO SEBASTIÃO 


 Tu, mártir dos tempos idos,
 Conturbados e belicosos,
 Tu, pioneiro dos decididos
 Cristãos outrora generosos…

Da Narbonense desceste
 Envolvido em mistério
 Em Milão te inscreveste
 Como cidadão do Império.

 A educação refinada
 Com sucesso extraordinário
 Deu-te uma vida folgada
 De exímio legionário.

 Diocleciano te aceitou
 Como chefe destacado
 Mas depois te rejeitou
 Por seres cristianizado.

 Grande era a perseguição
 Naquela data ocorrente
 Arguido, qualquer cristão
 Corria risco eminente.

 Tu não sentiste o temor
 Da grosseira fealdade,
 Agiste com destemor
 P´ la justiça e liberdade.

 Passaste o fel da traição
 E o ferrete da vingança
 De um Império sem razão,
 Sem cultura nem esperança.

 Teu exemplo, luz fugaz
 Mas de grande intensidade,
 Gerou sementes de paz,
 De ousadia e de verdade.

 Esse Império insensível
 Que de início te exaltou 
 De uma forma inadmissível
 Tua conduta renegou.

 Foste cravado de setas
 Resistindo intemerato
 E afrontaste noutras metas
 Aquele Poder caricato.

 Ceifaram-te a vida cedo
 Com selvagem inclemência
 Porque o Império tinha medo
 De uma onda de resistência…

Tua coragem iluminada
 De solidez meritória
 É semente abençoada
 Que renasce e faz história.

 Neste tempo, estigmatizado
 Por maldade e perdição,
 Restas tu bem-aventurado
 E Mártir São Sebastião! 

 Frassino Machado

 In ODISSEIA DA ALMA