NO SILÊNCIO DA NOITE
No silêncio da noite, em que me escuto
E ouço da minh’alma os seus lamentos,
Liberto minhas dores e sofrimentos,
D’onde a minha existência é o reduto!
Ouço o choro da falta de alimentos…
Ouço a bala que mata e traz o luto…
Ouço a voz da violência do ser bruto…
Ouço vítimas de actos violentos…
Com lágrimas escrevo este diário,
Sobre este mundo mau e ordinário,
Que se auto destrói e abomina!
E nesta escuridão que me conduz,
Vislumbro ao longe a chama duma luz,
Que sai raiando atrás de uma colina!...
José Manuel Cabrita Neves